Psicóloga policial de Brusque é uma das autoras de livro que será indicado ao Prêmio Jabuti
Obra "Peraí, tá estranho esse carinho" foi escrita para se tornar um material de apoio voltado às crianças que foram vítimas de abuso sexual
Obra "Peraí, tá estranho esse carinho" foi escrita para se tornar um material de apoio voltado às crianças que foram vítimas de abuso sexual
A psicóloga policial da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Brusque (Dpcami), Aline Pozzolo Batista, é autora, em parceria com a psicóloga policial de Joinville, Cristina Maria Weber, do livro “Peraí, tá estranho esse carinho”.
A obra, que foi escrita para se tornar um material de apoio voltado às crianças que foram vítimas de abuso sexual, será uma das indicadas da Editora Inverso, para concorrer ao Prêmio Jabuti, considerado o maior literário do Brasil.
Aline explica que a obra foi feita, justamente devido a dificuldade de encontrar materiais de apoio para trabalhar com as crianças vítimas de violência sexual. “Como atuamos diretamente com esses casos, sentimos falta de materiais para nos auxiliar com as vítimas. Então decidimos fazer o livro, que é bem lúdico, todo ilustrado, e que retrata todas as fases que a vítima passa, todos os sentimentos e pensamentos até a superação do trauma”.
De acordo com a psicóloga, o livro tem como objetivo estimular o reconhecimento do abuso sexual, mostrar o modo como quem abusa costuma agir, auxiliar na interpretação das relações e dos sentimentos das criança, bem como abordar a importância da denúncia e o que pode ocorrer a partir dela.
Toda a história gira em torno da personagem Joaquina, que tem 7 anos, e sofre violência sexual de um familiar. “A Joaquina, que é a protagonista, retrata a maior parte das vítimas, que são meninas entre 5 a 9 anos, negras, que sofrem violência de um familiar”.
Na história, a menina começa a perceber na escola que as ações e os carinhos do ‘tio’ não são corretos e decide contar para um adulto de confiança. A partir disso, o livro retrata todas as fases e sentimentos que a criança passa em situações como esta. “Ao ler a história, as vítimas podem se reconhecer e entender o que vivenciaram. É um assunto complexo, que precisa ser debatido”.
Aline destaca que a indicação da editora para o Prêmio Jabuti foi uma grande surpresa. “Não esperava a indicação e estamos muito felizes. Temos tantos livros com outros temas e este, que tem um tema tão difícil de falar, foi lembrado. Só a indicação é um reconhecimento”.
O livro foi produzido durante um ano e foi publicado por meio de uma campanha de financiamento coletivo. A obra está disponível no site da Editora Inverso (www.editorainverso.com.br).