PT reage à decisão da Justiça que anula nomeação de Lula
Vice-líder do partido na Câmara, Henrique Fontana (RS), disse que não são juízes de primeira instância que escolhem ministros
Vice-líder do partido na Câmara, Henrique Fontana (RS), disse que não são juízes de primeira instância que escolhem ministros
Minutos depois da divulgação da decisão da Justiça que suspende a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, o vice-líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), classificou o fato como “boataria” e disse que não são juízes de primeira instância que escolhem ministros.
“Quem tem a prerrogativa de ministros é a presidenta da República e para chegar à Presidência da República é preciso os votos da maioria dos brasileiros”, afirmou. Fontana, que participou da cerimônia de posse de Lula, disse ainda estar absolutamente seguro da legalidade da posse. “Neste momento, ele é o chefe da Casa Civil e pode estar assinando atos neste momento. Ele goza de todos os direitos constitucionais. Será um excelente ministro e vai contribuir muito para o governo e enfrentar este momento de golpe”, completou.
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Fontana alertou que o momento do país exige “muito equilíbrio” e afirmou que a convulsão social que, segundo ele, estimulada pela oposição, “é extremamente negativa para o país”.
A oposição também reagiu. O líder do PPS, Rubens Bueno (PR) comemorou a decisão da Justiça. “Este país tem leis que não podem ser afrontadas.”
Durante toda a manhã, o clima na Câmara dos Deputados foi de apreensão. As bancadas partidárias passaram as últimas horas reunidas, escolhendo os nomes de deputados que vão integrar a comissão especial que vai analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estendeu o prazo para entrega destes nomes do meio-dia para as 13h. A expectativa é que a comissão seja instalada por volta das 17h, com escolha de presidente e relator do colegiado.
As manifestações ainda não chegaram às portas do Legislativo hoje, mas os protestos e confrontos que ocorrem na Praça dos Três Poderes, atrás do prédio do Congresso Nacional, acabaram com o lançamento de bombas de gás lacrimogênio que alcançaram a parte interna do Salão Verde, provocando mal-estar. Uma jornalista teve que ser atendida pela Brigada após sofrer uma intensa falta de ar.