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Samu de Brusque está atendendo mais pacientes graves de Covid-19 em 2021

Pacientes estão levando mais tempo para serem estabilizados

No ano passado, o Serviço Móvel de Urgência (Samu) de Brusque fez 229 atendimentos de pacientes sintomáticos respiratórios/Covid-19 no município, o que corresponde a 7,63% de todos os atendimentos realizados pelo órgão em 2020.

De acordo com os dados, o mês com o maior número de pacientes confirmados ou suspeitos de Covid-19 socorridos pelo Samu foi julho, com 41 atendimentos. Já os meses com menos incidência foram setembro e outubro, com 11 atendimentos cada um.

Em 2021, nos meses de janeiro e fevereiro, o Samu de Brusque atendeu 47 pacientes sintomáticos respiratórios/Covid-19.

Foram 22 atendimentos em janeiro e 25 em fevereiro. Apesar de os números estarem abaixo do mês de julho, considerado o pico de atendimento Covid-19, o coordenador do Samu de Brusque, Álvaro de Carvalho, afirma que o quadro dos pacientes Covid-19 atendidos pelo Samu atualmente é bem mais grave do que o registrado no ano passado.

“Considero que agora está sendo o pior momento. A doença é muito rápida. Hoje o paciente está bem, amanhã já não consegue ir pro hospital sem ajuda. Estamos pegando mais situações de pacientes com maior gravidade, com comprometimento pulmonar mais severo”.

De acordo com ele, esse cenário pode ser confirmado pelo aumento na oferta da oxigenoterapia durante os atendimentos e também pelas doses de medicamentos que estão sendo administradas.

“Devido ao aumento da gravidade dos pacientes atendidos, o que tem se tornado rotina, a ocorrência também aumenta o tempo de atendimento para estabilização dos pacientes. Muitos desses pacientes chegam no pronto-socorro e vão direto para o tubo”, diz.

Carvalho destaca que a cada atendimento de paciente sintomático respiratório com suspeita ou confirmação de Covid-19 há necessidade de desinfecção completa da viatura, o que impacta no quantitativo final de ocorrências atendidas pela unidade.

Além dos pacientes com coronavírus ou suspeita da doença, o Samu continua atendendo ocorrências clínicas, traumáticas e psiquiátricas.

O Samu de Brusque conta com um técnico de enfermagem e um socorrista que são orientados por um médico que fica na Central de Regulação de Blumenau. O órgão completou 15 anos de atividades no município neste mês de março.

Bombeiros são surpreendidos com casos suspeitos ou confirmados da doença

Quando o Samu não está disponível para atendimento, os bombeiros prestam auxílio. O comandante do Corpo de Bombeiros de Brusque, capitão Jacson de Souza, afirma que os bombeiros têm se deparado com mais casos suspeitos e confirmados da Covid-19, principalmente durante o atendimento de acidentes de trânsito.

“Não foi uma, nem duas vezes que as guarnições relataram que ao chegar para atendimento de acidente e após conversarem com as vítimas, descobriram que se tratava de casos suspeitos ou confirmados de Covid-19. Aí é necessária toda uma mudança de protocolo”.

O capitão explica que quando as equipes já sabem que se trata de paciente suspeito ou confirmado de coronavírus, o atendimento é diferente. “As equipes vão com outro tipo de EPI, vão preparados para atender. Quando descobrem na hora, tem que mudar os equipamentos, e aí acaba gerando um transtorno porque a abordagem é outra”.

O capitão faz um apelo à população para que respeitem as regras sanitárias e não saiam de casa quando estão com suspeita da doença e, principalmente, quando estão positivados. 

“Não temos outra forma de evitar essa doença, senão manter o distanciamento social e respeitar as regras. É preciso ter cuidado. O Hospital Azambuja está lotado, outras doenças continuam acontecendo e o hospital não está dando conta da demanda”.