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Ainda em busca da profissionalização, Brusque é destaque no futevôlei há 12 anos

Atletas esperam grandes resultados na 4ª etapa do Circuito Catarinense, que será realizada no Clube Esportivo Guarani

O Clube Esportivo Guarani sedia, nos próximos dias 18 e 19 de agosto, a partir das 9h30, a 4ª etapa do Circuito Catarinense de Futevôlei. Cerca de 80 duplas de mais de 20 cidades são esperadas para a disputa do título nas categorias Ouro, Prata, Bronze e Master.

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Guabiruba, Itajaí, Florianópolis, Balneário Camboriú, Joinville, Presidente Getúlio, Ibirama, Indaial, Blumenau, Concórdia e Caçador são apenas algumas das cidades com representação. As categorias Master (para atletas acima dos 40 anos) e Prata terão suas partidas disputadas no sábado, 18. As categorias Ouro e Bronze terão sua vez no domingo, 19.

Brusque, que já possui tradição na modalidade, é o único município a sediar uma parte da competição em todas as 12 edições já realizadas desde 2007. Neste ano, já foram realizadas etapas em Presidente Getúlio, Camboriú e Itajaí. No total, serão disputadas nove até o fim do ano.

Altas expectativas
Nesta edição, atletas podem formar dupla com quem atua fora do estado. É o caso de Renan Dalago, atual campeão do circuito na categoria ouro, que já reúne três títulos em sua trajetória. Neste fim de semana, o atleta de 34 anos vai disputar o título com um atleta de Porto Alegre.

“Tenho amizade com ele e estávamos tentando de competir em uma etapa. Conheço pessoalmente, mas nunca jogamos juntos, apenas em uma partida de brincadeira, uma pelada. Talvez falte um pouco de entrosamento, mas é um atleta de alto nível e espero que dê certo.”

O empresário começou a praticar o esporte há cerca de 10 anos, na categoria Intermediário (hoje Prata). Ficou por três anos até chegar na categoria Graduado (hoje Ouro). “Fiz natação durante muito tempo, depois fui para o futebol, e em uma brincadeira na Sociedade Bandeirante, tentamos aprender o futevôlei. Eu gostei, comecei a deixar o futebol de lado e aí acabei viciando no futevôlei”, relata.

A principal revelação brusquense no momento é Kléber Heil Júnior, o Juninho. O jogador completou 18 anos em 2018, mas desde 2016 compete em alto nível na categoria Ouro, junto com os principais nomes do estado. Nesta etapa, ele forma dupla com Farley Paiva, de 30 anos, que, na avaliação de dirigentes da Associação Brusquense de Futevôlei, completa o trio dos melhores atletas do momento, com Juninho e Renan.

“Comecei a jogar há 15 anos, mas perdi um pouco o foco por causa do lado profissional. Conquistei alguns títulos na categoria Intermediário, e fui promovido para a Graduado, onde estou há mais ou menos 10 anos. Vou fazer dupla com o Juninho, que é nossa promessa. A gente sempre busca o lugar mais alto do pódio, mas existem muitas duplas boas que batem de frente com a gente”, conta Farley.


Exemplo nacional

Com a alta competitividade e o nível elevado na organização da modalidade, Santa Catarina já conta com atletas que recebem investimento por parte do Ministério do Esportes, tornando a profissionalização mais próxima. Ainda não é o caso de Brusque, mas há atletas de Joinville e Itajaí contemplados pelo programa Bolsa-Atleta. A Confederação Brasileira de Futevôlei auxilia no custeio das etapas, que requerem investimento em torno de R$ 1,6 mil. A maior parte é destinada à arbitragem.

O atual presidente da Associação Brusquense de Futevôlei, João Schaefer, aguarda ansioso a disputa da etapa. Ele disputa na categoria Bronze. “Juntamos vários patrocinadores, teremos uma estrutura muito bem feita, com o respaldo do clube Guarani. Haverá espaço para crianças, o público terá um espaço legal.”

Após ter assumido em fevereiro, ele admite que a falta de experiência na função é suprida com a presença de veteranos na diretoria. “Houve esta junção do pessoal novo com o mais antigo. Estou apenas há cinco anos no esporte, e os mais experientes conhecem os atalhos.”

“Levamos para o lado esportivo. Já tiramos dinheiro do próprio bolso para custear a etapa, para não deixarmos de realizar. Temos chance de conquistar títulos em todas as categorias neste fim de semana”, comenta o secretário da Associação Brusquense de Futevôlei (ABF), Edevaldo Piazza.

Treinos são realizados diariamente | Foto: João Vítor Roberge

Categorias atuais
Ouro: 1º nível técnico
Prata: 2º nível técnico
Bronze: 3º nível técnico
Master: para atletas acima dos 40 anos

Esta estrutura começou a ser utilizada no futevôlei catarinense apenas a partir de 2017, para unificar a nomenclatura com a da Confederação Brasileira de Futevôlei (CBFv). Anteriormente, as categorias eram Graduado (1º nível técnico) e Intermediário (2º nível técnico).

Expansão
Recentemente, a ABF realizou um torneio em Brusque para reunir iniciantes. “Muitas pessoas praticam, e algumas pretendem começar a competir nos níveis mais altos, nas competições”, conta Piazza.

“Fiquei sabendo que a Sociedade Bandeirante vai investir mais nas suas quadras de areia. Acredito que haverá um intercâmbio muito grande entre nós e eles”, conta Rímer Paiva Júnior, pioneiro e primeiro presidente da história da ABF. Dois atletas que disputam a categoria Bronze são do Bandeirante e treinam frequentemente no clube Guarani.

O lado feminino da modalidade, no entanto, ainda precisa de mais atletas. De acordo com Piazza, houve etapas do Circuito em que a categoria Bronze permitiu a formação de duplas de gênero misto. “Existem algumas atletas que jogam regularmente em Itajaí, por exemplo, e em algumas cidades do Brasil. Mas a nível estadual ainda precisamos crescer.”

Gláucio, Leandro e Rímer, três dos pioneiros, exibem a bola do marco-zero | Foto: Divulgação

Tradição brusquense
O marco zero do futevôlei brusquense é uma partida disputada na tarde de um sábado, 11 de dezembro de 1999. O local era o Clube Esportivo Guarani, que se tornaria o principal celeiro de craques do município no futuro. A convite de Leandro Pires, Rímer Paiva Júnior, Evalmir Todt e Gláucio Schumacher disputaram o jogo com uma bola inadequada para a modalidade. Depois de 721 dias, em 1º de dezembro de 2001, era criado o Clube Guarani de Futevôlei, com 16 participantes, na disputa do 1º Torneio Sul-Brasileiro. Todt, um dos pioneiros, faleceu recentemente e será homenageado na 4ª etapa do Circuito em 2018.

A Associação Brusquense de Futevôlei foi fundada em 28 de novembro de 2006, com 14 sócios-fundadores. Atualmente, são 35 atletas associados. Naquele mesmo ano, a associação estabeleceu um recorde nacional na quantidade de duplas participantes de um torneio de futevôlei: nada menos que 79 duplas no 1º Torneio Sul-Brasileiro, em Brusque. Até 2013, R$ 12 mil eram distribuídos em premiação. Até o fim de 2017, a ABF já contava com 11 atletas que já reúnem mais de 15 títulos em todas as categorias do esporte.

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O Circuito Catarinense de Futevôlei foi uma iniciativa da ABF, posta em prática em 2007. Reuniu os principais centros da modalidade na época, como Itajaí, Timbó e Balneário Camboriú. Chegando à sua 12ª edição, o circuito jamais ficou sem Brusque em pelo menos uma de suas etapas a cada temporada. Os dirigentes e organizadores se gabam de o torneio ser uma referência nacional por causa da alta organização e do alto nível técnico.

“Nós encabeçamos a criação do circuito, numa reunião no Guarani. Vieram representantes das quatro maiores potências, para dar união com regulamento e ranking. Hoje nosso circuito é o mais respeitado no Brasil”, explica Rímer.

Em 9 de outubro do ano passado, a organização do futevôlei em Brusque atingiu um novo patamar com a criação da Federação Catarinense de Futevôlei (Fecaf), que é responsável pela organização do Circuito Catarinense. Diversos membros da ABF integram a diretoria estadual.