Quais foram as experiências compartilhadas no II Fórum de Cidades Digitais da região
Evento reuniu representantes de mais de 30 municípios para discutir tecnologia na gestão pública
Discutir o avanço social por meio da tecnologia foi o objetivo do II Fórum de Cidades Digitais do Médio Vale do Itajaí, que aconteceu nesta quinta-feira, 16, na Unifebe. Brusque foi a sede do evento que reuniu representantes de quase 30 municípios na região. O fórum, organizado pela Rede Cidade Digital (RCD) em parceria com a prefeitura, visa tratar de eficiência de gestão e melhorias nos serviços públicos através da tecnologia.
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O dia foi dedicado às apresentações das experiências que os municípios tiveram com tecnologia, com a exposição de cases de sucesso, e também às empresas que atuam junto às prefeituras, oferecendo softwares e soluções digitais. De Brusque, quem falou foi o superintendente da Fundação do Meio Ambiente (Fundema), Cristiano Olinger, que é coordenador do projeto de Parceria do Clima que a prefeitura tem com o distrito de Kalsruhe, na Alemanha.
As estações inteligentes, com tecnologia que agrega informações para monitoramento de estados ambientais, carregamento de carro elétricos e celulares, iluminação LED e roteador wi-fi gratuito, como explica Olinger, fazem parte da parceria da prefeitura com o distrito alemão. O projeto foi um dos premiados do evento, recebendo o título de “Projeto Inovador”.
Com duração de um dia, as atividades do fórum são voltadas especialmente aos prefeitos e gestores dos municípios da região, e teve vagas abertas também para professores e alunos da Unifebe.
“É uma discussão de nível técnico, todo mundo aqui está muito interessado em falar de tecnologia na gestão municipal”, diz Franklin Nogueira, diretor de Tecnologia da Informação da Prefeitura de Brusque. Ele conta que o município sempre foi pioneiro na informatização: os primeiros computadores foram adquiridos pela gestão municipal ainda em 1989 e, desde então, acredita que sempre se deve discutir a tecnologia em âmbito regional.
“Na nossa região, todas as prefeituras são bem automatizadas, é uma região privilegiada no quesito tecnológico”, diz o diretor. Eventos como o fórum, para ele, são uma oportunidade para compartilhar cases de sucesso e fazer uma “troca de figurinhas” sobre as experiências e boas práticas que as prefeituras da região promovem no setor tecnológico.
Nogueira pontua que, além do desenvolvimento tecnológico, há a questão econômica: “Num país burocrático como o nosso, o ‘país do papel’, ter um sistema automatizado permite que o cidadão faça as coisas de casa. Isso dá agilidade e derruba muitos custos”. Como exemplo, ele cita o pagamento do IPTU, que neste ano passou a ser feito de forma online. “São sementes que estamos plantando. Não há mais volta da tecnologia”, diz.
Sharlene Sarti, gerente de comunicação da RCD, explica que o objetivo do fórum é fomentar, a nível regional, a discussão sobre o desenvolvimento das cidades através do viés tecnológico. Os eventos acontecem nos municípios que manifestam interesse em sediá-los, e Brusque, após ser a anfitriã do fórum, está inscrita para sediar, em 2020, o Congresso Catarinense de Cidades Digitais.
Troca de experiências
Um dos cases apresentados no fórum foi o Aplicativo Pronto Mobile, desenvolvido em Blumenau para os usuários do SUS. Quem falou sobre o projeto foi o prefeito da cidade, Mário Hildebrandt, que, através do consórcio da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), pretende disponibilizar o sistema para que os outros municípios da região possam adquiri-lo.
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“No nosso sistema Pronto, temos à disposição da prefeitura e de toda a equipe médica e de enfermeiros, os dados sobre consultas e o histórico dos usuários. Além disso, podemos fazer também o controle de medicamentos e suprimentos”, comenta. Já o Pronto Mobile permite que os moradores da cidade marquem consultas nas unidades de saúde através do celular, sem precisar sair de casa e enfrentar filas nos postos.
Para Hildebrandt, eventos como o fórum permitem que os municípios da região fiquem mais integrados e agreguem novas ideias e perspectivas tecnológicas. “Nos dá condição de ampliar nossa visão e conhecimento, e também integrar as cidades para otimizar os recursos. Os recursos não vão aumentar. Por isso, temos que aumentar a nossa eficiência”, finaliza.
Outra experiência é a da cidade de Pomerode, que vem utilizando a tecnologia para a segurança pública, no combate a furtos e roubos: três câmeras OCR, que fazem a leitura das placas, estão instaladas em entradas e saídas da cidade. Outros 17 equipamentos estão em processo de compra para que todos os pontos sejam monitorados em tempo real, identificando os veículos com irregularidades. O prefeito do município, Ércio Kriek, explica que, com o cercamento inteligente, um alerta é emitido via aplicativo para as autoridades de segurança.