Quais são as chances de Brusque eleger um deputado federal nas eleições de 2022

O difícil caminho para Brasília

Por Marcos Eduardo Maestri
Analista de relações governamentais

Uma eleição para a Câmara Federal é um trabalho coletivo e individual. Coletivo pois dificilmente um candidato consegue alcançar sozinho o coeficiente eleitoral, e individual, visto que a disputa é não somente ganhar os votos na sua base eleitoral e expandi-la, mas também ficar nos primeiros lugares na lista do seu partido. Nas últimas eleições em Santa Catarina, por exemplo, o coeficiente foi de 221 mil votos, número necessário para eleger um deputado. Com esse cenário, os partidos buscam os candidatos mais competitivos para formarem uma nominata cheia de votos.

Com as candidaturas registradas é possível analisar quais as reais chances de vitória dos candidatos de Brusque.

Kátia Costa (PSOL), Marise Tormena (PTB) e Professor Deschamps (PV) estão em partidos que ficaram longe do número de votos necessários para eleger um deputado nas últimas três eleições. Sem candidatos conhecidos (os famosos puxadores de votos), é muito provável que fiquem de fora da disputa.

O partido do professor Rogério dos Santos (Republicanos) perdeu seu grande puxador de votos, o comunicador Hélio Costa, e espera alcançar o coeficiente eleitoral por meio de outros dois políticos com reconhecimento estadual: Lucas Esmeraldino, que quase se elegeu senador em 2018; e Coronel Mocellin, que está na missão de trocar a Assembléia Legislativa do Estado por Brasília. Dois candidatos fortes na chapa de um partido sem tanta tradição praticamente impossibilitam a eleição do Professor Rogério.

O Podemos, partido de Paulinho Sestrem, deverá fazer o coeficiente eleitoral, porém, já possui fortes nomes para a vaga de deputado. Tanto Rodrigo Coelho, que depois de mudar de partido está concorrendo à reeleição – o favorito – , quanto André Espezim, que conta com a máquina e o apoio da Prefeitura de Blumenau, devem ficar no topo da lista, diminuindo consideravelmente as chances do candidato Brusquense.

Quem não deve ter dificuldade para alcançar o coeficiente é o MDB, cujo candidato na cidade é Deivis Júnior. Porém, a concorrência dentro do “Manda Brasa” é grande. Carlos Chiodini caminha para uma reeleição tranquila, enquanto três deputados estaduais tentam alcançar voos mais altos. São eles: Ada de Luca, Valdir Cobalchini e Vampiro. Ainda concorrem com chances reais Rafael Pezenti, ex-chefe de gabinete do Deputado Peninha, que quer ser seu herdeiro político; e Leandro Sorgatto, um dos candidatos mais ricos deste ano e com forte influência no oeste catarinense. Além da forte nominata, o racha no apoio dentro do partido a nível municipal deixa a eleição de Deivis com pouca probabilidade.

Alessandro Simas está em outro partido que não deve ter dificuldade para atingir o coeficiente eleitoral – o PP. Novamente a disputa dentro do partido não vai ser fácil. Angela Amin deve ser a primeira da lista, ainda mais em ano que seu esposo é candidato ao governo estadual. Silvio Dreveck e Valdir Comin já foram deputados estaduais, mas não se reelegeram em 2018, apesar de boas votações. Itamar Agnoletto, atual vice-prefeito de Chapecó, tem o apoio da máquina municipal para as eleições. Mesmo com o apoio da Prefeitura de Brusque e de nomes de peso para Simas, será muito difícil que o PP consiga eleger dois deputados federais.

São apenas 16 vagas para Deputados Federais para Santa Catarina, as quais ficam mais concorridas a cada ano. Infelizmente, apenas pelas listas de candidatos, parece difícil que a cidade consiga emplacar um representante na Capital Federal. Claro que política não é ciência exata e cada dia as peças acabam se movendo de maneira inesperada. Mas, ao que tudo indica, ficaremos novamente dependendo da boa vontade de deputados de outras regiões para defender os pleitos de Brusque.