Qual a variação do quilo do pão francês nas padarias de Brusque
Preço médio é de R$ 9,84, levando em conta os preços praticados em 24 estabelecimentos
Preço médio é de R$ 9,84, levando em conta os preços praticados em 24 estabelecimentos
A compra de um quilo de pão francês pode ter variação de até R$ 5 no preço final em diferentes estabelecimentos de Brusque. Levantamento feito por O Município, em 24 pontos de venda, indicam que os valores praticados na cidade vão de R$ 7 a R$ 12,50. Os valores levam em conta panificadoras especializadas e produtos frescos oferecidos em supermercados. Considerando os preços de ambos, o quilo sai, em média, por R$ 9,85.
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Entre as padarias, os bairros Paquetá, Águas Claras, Steffen, Santa Terezinha e Azambuja apresentaram as menores cotações. Neles é possível encontrar preços abaixo dos R$ 9. Pelos comércios pesquisados, para comprar a mesma quantidade de pão em uma padaria do Centro, é preciso investir a partir de R$ 11,45.
O setor apresenta a maior variação de preços podendo oscilar entre R$ 7 e R$ 12,50, dependendo do bairro. Para a coordenadora do Núcleo de Panificadoras e Confeitaria da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Cledir de Albuquerque, as diferenças de estrutura e custos justificam a divergência.
Segundo ela, sem os custos de produção e manutenção do maquinário para fabricação dos pães e com equipes reduzidas, alguns estabelecimentos conseguem oferecer os produtos por valores mais baixos. O preço do trigo e do dólar são indicados como principais fatores de influência no setor.
As variações do preço do pão são menores entre as padarias vinculadas às redes de supermercados. Para ela, a extensão de produtos oferecidos e a possibilidade de diluir os custos entre eles, justificam o padrão. Em quatro pontos consultados a variação foi de R$ 0,12 entre o mais barato e o mais caro. Em média, o quilo sai por R$ 8,93, mas é possível fazer compras com valores ainda mais baixos, durante promoções semanais. Já nas padarias, o preço médio é de R$ 10,03.
Histórico de aumentos
Cledir, que é sócia com o marido Edilson, na Panificadora Moriá, acompanha de perto a realidade do setor. De acordo com ela, os reajustes dos custos médios de produção no setor de panificação foi de 20% desde o início do ano.
Com os índices, afirma, é muito comum que empresários do setor absorvam os custos para evitar a perda de clientes. Prática que ela considera difícil de ser mantida por muito tempo devido ao acumulo de despesas. “Não é fácil manter. Tem pessoas que pensam ‘eles ganham dinheiro como água’, mas não é assim”.
Para se adaptar, indica que muitos negócios mantém a venda do pão francês, mas com o foco de atuação em outras áreas. “Ele é o nosso carro-chefe, mas não te dá nenhum valor considerável. Muitos mantém por amor ao que se faz. Repassar todo esse reajuste seria inviável”.
Na avaliação dela, uma possibilidade de reduzir os custos do setor seria a compra de matéria-prima em volumes maiores que o habitual para pequenos negócios. O método, segundo a coordenadora, já é utilizado entre alguns estabelecimentos da cidade, mas a validade e a capacidade reduzida de armazenamento dos itens na maioria dos locais impede que se torne um padrão.
Peso no trigo
De acordo com a gerente da panificadora Trainotti, Aline Soares, para evitar que os preços acompanhem os custos, é preciso reduzir as margens de lucro e adiar ampliações nos negócios. No estabelecimento, há oito meses o pãozinho é vendido pelo mesmo valor. “Praticamente acabamos empatando os custos, mas investimentos acabam ficando para outro momento”.
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No estabelecimento, a opção é por manter uma produção interna. São cerca cerca de 800 pães por dia, há 16 anos. Segundo ela, a preocupação com a elevação dos custos motiva debates internos recorrentes. Apesar da terceirização representar despesa menor, a tradição e preferência dos clientes faz o local manter o pãozinho fabricado no próprio estabelecimento.
O principal impacto na produção, afirma, foi com o trigo. Em janeiro, lembra, para compra de 25 quilos de farinha de trigo, era preciso investir cerca de R$ 36. Para compra da mesma quantidade, atualmente são R$ 51. Insumos como óleo, banha e açúcar também tiveram reajustes de preço, além da energia elétrica.
A realidade fez Sara Marcia Sezerino, da panificadora Doce Sabor, optar por terceirizar a fabricação e manter somente a etapa de assamento dos pães internamente. A limitação de espaço e os custos de maquinário são outros limitadores para que mais estabelecimentos optem pelo modelo.