Quase seis mil crianças devem ser vacinadas contra polio e sarampo em Brusque
Campanha vai até o dia 31 de agosto na rede pública de saúde
Campanha vai até o dia 31 de agosto na rede pública de saúde
A campanha nacional de vacinação contra a poliomielite e o sarampo encerra em todo o país no dia 31 de agosto. O público-alvo são crianças de 1 a 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Brusque tem, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 5.761 crianças nesta faixa etária. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 95% deste público.
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O objetivo da campanha é imunizar quem nunca tomou a vacina, completar o esquema de vacinação de quem não tomou todas as vacinas e também dar uma dose de reforço para quem já se vacinou completamente.
Esse tipo de campanha que inclui o reforço da dose, informa o Ministério da Saúde, acontece de quatro em quatro anos e já estava prevista no orçamento da pasta. Entretanto, esse ano a campanha é ainda mais importante dada à volta da circulação do sarampo no território brasileiro e a ameaça da poliomielite.
As unidades de saúde que possuem sala de vacinação em Brusque abrem de segunda a sexta-feira. No sábado, 18 de agosto, será o Dia D da campanha e as unidades de saúde estarão abertas para a imunização das crianças das 8h às 17h, sem fechar para o almoço.
Índices se mantém normalizados
Diferente de outras cidades do país que têm registrado um índice de cobertura cada vez menor, a taxa de vacinação em Brusque pode ser considerada normal, de acordo com a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Natália Cabral Marchi. “Nossas coberturas estão boas, mas podem melhorar, uma vez que a maioria das vacinas tem como preconizado pelo Ministério da Saúde a cobertura mínima de 95%”.
De acordo com o levantamento realizado pela Vigilância Epidemiológica, em 2017, a maioria das vacinas tiveram mais de 100% de cobertura no município e a tendência é manter o índice neste ano. Natália diz que as vacinas que não atingiram os 100% podem ser explicadas por períodos de desabastecimento das doses por parte do Ministério da Saúde e também pelo movimento migratório constante na região.
“As unidades de saúde realizam a busca ativa das crianças faltosas e fazem listas de espera quando algum imunobiológico está em falta como no caso da MeningoC, que está em desabastecimento há cerca de 60 dias pelo Ministério da Saúde em todo o território nacional”.
Segundo os dados repassados pelo órgão, 2017 fechou com 114,48% de cobertura da BCG; 103,92% da hepatite B no recém-nascido; 101,69% da vacina contra o rotavírus; 106,04% da pneumo 10 e 100,72% da meningoC.
A pediatra Kaline Velho Canal de Oliveira, coordenadora do pronto atendimento infantil do Imigrantes Hospital e Maternidade, destaca que o país vive um surto de sarampo e o risco de retorno da poliomielite e outras doenças com a mesma gravidade, como a rotavirose. Essas doenças estavam erradicadas ou sob controle desde a década de 90, contudo, voltaram a aparecer e suas consequências são extremamente graves.
“Isto aconteceu porque os índices de vacinação caíram muito, a maioria dos estados brasileiros não tem atingido a meta de vacinação necessária para proteger a população”.
Entre as causas da baixa adesão às vacinas, a pediatra ressalta: pais que se recusam a vacinar seus filhos devido a lendas e mitos de suas reações a curto e longo prazo; cuidadores sobrecarregados e que não comparecem aos locais de vacinação, por falta de tempo ou dificuldade no acesso ao local de vacinação e desabastecimento de vacinas em algumas regiões, seja por ingerência ou recursos restritos.
“A vacinação é essencial. Não acredite em tudo que lê na internet. O número de crianças doentes, sequeladas e mortas caiu bruscamente com o uso das vacinas. Não subestime as doenças, as suas consequências são graves”, diz.
Vacinação em adultos
A enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Natália Cabral Marchi, esclarece que os adultos também precisam se vacinar, entretanto, são poucos os que realmente se preocupam e estão com a caderneta de vacinação em dia. A enfermeira lembra que os adultos podem procurar uma unidade de saúde que possua sala de vacinação com o cartão do SUS e a caderneta de vacinação.
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“A caderneta será avaliada por um vacinador e poderá ou não receber vacinas conforme sua situação vacinal e sua faixa etária. Isso pode ocorrer a qualquer momento, pois faz parte de uma rotina de vacinação e não de uma campanha específica”.
De acordo com ela, as vacinas ofertadas pelo SUS para os adultos são DT (difteria e tétano), hepatite B, VTV (rubéola, caxumba e sarampo), DTPA (difteria, tétano, coqueluche acelular para gestantes), HPV e MeningoC para adolescentes.
“Infelizmente sabemos que os adultos têm o compromisso de vacinar seus filhos, mas não se preocupam muito com a sua própria vacinação. Costumam procurar pelas vacinas diante de noticiários sobre casos de determinadas doenças como foi o caso da febre amarela e agora do sarampo”.