Queda vertiginosa
A matéria do jornal O Município de ontem reflete bem uma novela que o torcedor do Brusque já conhece. De novo, o time começa bem o Estadual, dá esperanças, e na reta final acaba morrendo na praia. Não precisamos voltar muito no tempo: ano passado o time deixou de ser terceiro ou quarto colocado no campeonato com derrotas para os times rebaixados. Os números do time no segundo turno são dignos de rebaixamento, com uma defesa que não se acerta e quatro derrotas seguidas, sendo a última para o limitado Almirante Barroso, com direito a um gol em erro infantil de Marrone.
Pingo assumiu a barca na quarta rodada e conseguiu bons resultados, e isso ninguém nega. Mas nas últimas partidas dá pra notar que ele perdeu a mão. Pior: mudou onde não precisava, como se a saída de Rodolpho fosse a solução para os problemas. Não é. E tem mais: o esquema de toque de bola em excesso já colocou o goleiro em algumas saias justas. Rodolpho não é obrigado a saber jogar com os pés. Ele é pago para defender.
Some-se a isso uma falta de flexibilidade. A zaga erra seguidamente, e ele não deu uma oportunidade para Willames, que veio no primeiro turno, teoricamente, para jogar. Insiste em Alexandre Carvalho, um atleta que pouco mostrou nesta última passagem, que teve direito a uma expulsão irresponsável aos oito minutos de jogo contra o Metropolitano. Não houve evolução alguma no sistema defensivo nas últimas semanas. Os gols tomados em Itajaí são prova disso.
A diretoria não pode ficar inocente nessa por um simples motivo: com o campeonato em andamento, contratou atletas que foram muito pouco ou não usados. Se era sabido que o time precisava de zagueiros, porque veio Manu, atacante que pouco acrescentou em um setor que não era o problema? E Souza, lateral-esquerdo que não joga? Isso deixa Carlos Alberto fora da cabeça de área, onde seria muito mais útil, ainda mais com a lesão de Mineiro.
Menos mal que o time não cai mais e já pode pensar na Série D. Pingo chegou a colocar o cargo à disposição após a derrota para o Barroso (Mauro Ovelha foi demitido por muito menos, apenas duas derrotas), e uma conversa na terça definiu que tudo continua como está. A duas semanas do fim do Estadual e a cerca de 40 dias do início da Série D, é hora de começar a ver quem vai jogar o Brasileiro, e se a diretoria pretende continuar com a mesma estrutura. A eliminação precoce e sem aquele desespero do rebaixamento pode servir para ajeitar as coisas com boa antecedência, já que boa parte do atual elenco vai embora.
A reta final
Faltam duas rodadas para o fim da fase de classificação, e a Chapecoense passou com tranquilidade por mais um desafio delicado, contra um Metropolitano desesperado. Foi mais fácil que a encomenda, ainda mais quando o zagueiro Junior Fell foi expulso. Sem forçar, o time de Vagner Mancini construiu a vitória e tratou de administrar no final. Com o empate no Scarpelli, a briga do returno tem um clube a menos. Pode até ser encerrada no sábado, quando a Chape pega o JEC na Arena Condá.
O Avaí não conseguiu superar a “pilha” do clássico com o Figueirense. Reclama de um pênalti (com razão, está dentro dos “novos padrões” da arbitragem), mas poderia ter feito mais, se impondo diante de um adversário que é tradicional, mas tem números muito abaixo no campeonato. O jogo foi um retrato do clássico do turno, que também terminou empatado. Diziam que o Figueira tinha crescido e iria decolar no campeonato.
Todos sabemos que isso não aconteceu. Uma atuação que não é digna de quem está na final do Estadual. O Figueira comemora, já que não perdeu para ter a crise aumentada.
O maior perseguidor da Chape é o Joinville, que venceu o Internacional com direito a um golaço de Tinga, e que terá neste meio de semana uma pedreira em Recife contra o Sport, pela Copa do Brasil. A classificação do campeonato permite dizer que o JEC, se quiser ir à final, não dependerá apenas dele para conseguir o objetivo: a diferença de dez gols no saldo manda que o tricolor vença na Arena Condá, o que é complicado, além de depender do Criciúma na última rodada. O JEC terá que manejar as prioridades: se conseguir um bom resultado em Pernambuco, precisará se preocupar com a meta mais importante. E francamente, nenhum torcedor do Joinville cobra título.
Desenha-se a final Avaí x Chapecoense, com a disputa pelo mando de campo ainda aberta. A Chape pegará JEC e Criciúma, enquanto que o Leão tem tabela mais fácil, enfrentando Barroso e Inter de Lages.
Enquanto isso, a luta pelo rebaixamento não mudou muito. O Barroso venceu, mas ainda tem uma distância a ser vencida, sem contar que precisa bater o Avaí na Ressacada. A preocupação bate à porta de Metropolitano e Internacional, que precisam desesperadamente pontuar, com times indo de mal a pior.
Amador
O Campeonato de Futebol Amador de Brusque passa por um momento conturbado. Na semana passada, o responsável pela arbitragem, Arlindo Vieira, divulgou que a rodada estava cancelada por causa de pendências financeiras dos clubes com o pessoal do apito. Dias depois, a agência organizadora do campeonato divulgou nota informando que havia cancelado o contrato com a associação responsável pelos árbitros dos jogos. Resta saber o que vai acontecer nas próximas semanas.
Liga Ouro
O time de basquete de Brusque não sabe o que é vencer na Liga Ouro e vê cada vez mais distante a chance de classificação. Não tem jeito, o time não consegue se acertar. Quando acerta, consegue encostar nos minutos finais, mas não tem o “sprint” final para garantir a vitória. Na terça, o time voltou a perder, para o Joinville.