“Questionamentos preconceituosos”: Fundação Cultural responde vereadora sobre divulgação de seminário de cultura cristã
Marlina rechaça acusação e explica que apenas indagou critérios utilizados pela FCB
Em resposta a um pedido de informação de Marlina Oliveira (PT), a diretora da Fundação Cultural de Brusque (FCB), Zane Marcos, acusa a vereadora de fazer “questionamentos preconceituosos” sobre uma postagem no Instagram da Fundação sobre o Seminário de Cultura Cristã de Santa Catarina.
No pedido de informação, a vereadora questiona de que forma o poder público toma conhecimento da realização de eventos privados no município para divulgação, quais são os critérios utilizados para publicação desses eventos privados em páginas institucionais e se há alguma regulamentação a ser seguida pelos setores públicos que discipline essas publicações.
Na resposta enviada à Câmara, a diretora da FCB afirma que a postagem não teve custos adicionais a divulgação e não teve cunho privado porque era aberto à comunidade.
O ofício destaca que a liberdade religiosa é direito fundamental dos brasileiros e que “podem ocorrer questionamentos preconceituosos quanto ao fato deste seminário tratar de “Cultura Cristã”, o que não se espera, principalmente vindo da casa do povo”.
A diretora ainda afirma que a “intolerância religiosa é extremamente desagregadora e pode, por si só ou conjugada a outros fatores nocivos, gerar danos imensuráveis e irreversíveis, além de promover o caos, promover divergências, estimular desprezo e violência, como já nos ensinaram vários períodos degradantes da história”.
Zane afirma que é interesse da fundação que possam viver em harmonia e respeito católicos, judeus, umbandistas, cristãos, budistas, muçulmanos, cabalistas, hinduístas, espiritualistas, protestantes, taoistas e outros religiosos, agnósticos e ateus, e que é papel da arte, educação e cultura trabalhar para fomentar o respeito e tolerância. “O Estado sempre haverá de ser laico. Mas a educação há de se orientar”.
“Não diminui a importância do seminário”, destaca Marlina
Marlina explica que o pedido de informação foi realizado a partir de manifestações de artistas, que a questionaram sobre o uso das redes sociais da FCB para divulgação de eventos locais. A vereadora explica que feiras da cultura de matriz religiosa africana, de artesanato, a exemplo da Re(xistência), eventos de bandas de rock, rap e hip hop, ações de mulheres e bem-estar feminino, entre outras, não receberam tal visibilidade.
“Justamente em função de entender os parâmetros escolhidos nas divulgações de eventos de locais, realizamos o pedido de informação, visto que, nas próprias palavras da diretora da fundação “a informação é o bem mais precioso de qualquer cidadão”. É uma das principais ferramentas do poder Legislativo, além de fiscalizar que ações de invisibilidade artísticas, como ocorrido no apagamento da pintura, prevista em edital, de um artista brusquense no ano passado, não aconteçam este ano”.
A vereadora reforça que, em nenhum momento, cometeu intolerância religiosa. “Não tomei por ação questionar o valor ou diminuir a importância do seminário. Apenas indaguei a regulamentação e os critérios para realização deste tipo de publicidade de eventos para dar um retorno a comunidade e propor que também sejam publicizadas ações de todos os segmentos religiosos e artísticos, garantindo assim, o reconhecimento da diversidade religiosa que a Fundação Cultural explicita em sua resposta”.
Ela destaca que os vereadores têm respaldo legal para exercer o seu trabalho e, eventualmente, questionar as ações do Executivo, e também têm o compromisso em fortalecer, respeitar e garantir que os princípios da liberdade religiosa cheguem a toda comunidade brusquense.
“Tanto é que, em uma das minhas proposições, manifestei o meu apoio ao projeto do memorial referente aos primeiros membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia do Brasil, além de realizar manifestações públicas em apoio aos diversos segmentos religiosos que temos em nossa cidade”, completou.
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