Quinta-feira Santa inicia o Tríduo Santo
Confira o artigo da padre Adilson José Colombi
Pe. Adilson José Colombi scj – prof. e dr. em Filosofia
peadilson@uol.com.br
Hoje, 28 de março, Quinta-feira Santa inicia o Tríduo Santo. É, assim, que a Igreja Católica denomina estes dias até o Domingo da Páscoa. Nestes, é feita a Memória Litúrgica dos últimos momentos decisivos da Vida de Jesus, como Messias enviado pelo Pai, para realizar sua missão de libertar a humanidade. Esta libertação foi conquistada com o estilo de vida, vivido por Cristo e, ao mesmo tempo, proposto como caminho de libertação para toda pessoa que o segue. Este caminho é proposto por todas as versões do Evangelho, a Boa Nova do Reino de Deus. Mas, a versão do evangelista Lucas o faz de uma maneira magistral. Lucas apresenta a Pessoa e a Proposta de Jesus, começando pelo seu “Evangelho da Infância de Jesus” e, em seguida, põe Jesus a caminho de Jerusalém, começando na sinagoga da Galileia. Caminho mais catequético que geográfico. Portanto, há o caminho da libertação: Cristo Jesus.
Da Galileia, Jesus parte anunciando sua proposta e formando os seus discípulos, sem descurar as multidões. Desta forma, consegue seguidores. Esta obra suscita inveja e reação de muitos, principalmente, das autoridades constituídas, quer políticas, quer religiosas da época. Mas, estas não conseguem calar a sua voz ou encontrar fatos que pudessem incriminá-lo. Pois, a grande maioria do povo simples estava com ele e até proclamava, publicamente, que ele só fazia o bem a todos, sem exceção, principalmente, aos que eram excluídos pela sociedade da época, como leprosos, paralíticos, prostitutas, pecadores públicos…
O essencial de sua proposta está no serviço e na entrega a Deus e aos irmãos/as, na doação de si, na solidariedade, no perdão e no amor sem reservas. Tudo foi ensinado, vivido, testemunhado por Cristo e muitos, ao longo do caminho até Jerusalém, presenciaram e participaram. Jesus entra, calorosamente aclamado pelo povo, em sua cidade, Jerusalém, com “Hosanas ao Filho de Davi”, como o libertador do povo.
Mas, em Jerusalém, moravam os grandes opositores a esta proposta de Vida Nova. Rapidamente, pois detinham os meios de comunicação da época, em poucos dias “fizeram a cabeça do povo”. Isto é, trabalharam a opinião pública e conseguiram reverter a situação. O mesmo povo, que alegre e ruidosamente aclamou “Hosanas” a Jesus, gritava feroz e enraivecido “Crucifica-o” “solta-nos Barrabás, célebre malfeitor da região (Já, naquele tempo, havia este expediente, tão presente hoje!).
Em Jerusalém, porém, Jesus tem consciência que sua obra libertadora não está ligada à concessões, mas à realização de sua missão até o fim. A Cruz é último passo deste caminho, não como sinônimo, apenas, de sofrimento e de dor, mas como sinal de entrega suprema de vida, de serviço, de amor. É a última e definitiva lição. Esta Lição/gesto extremo de amor é que gera Vida Nova. Pois, a Cruz não é o fim, mas a passagem para a Ressurreição. Nova Criação. É a Páscoa. Vida Nova.
O Tríduo Santo é o “Memorial” litúrgico de todos estes fatos libertadores, acontecidos em Jerusalém. Somos, hoje, convidados por Jesus e sua Igreja a, deles, participar para que sejamos, também nós, confirmados sempre mais nesta Vida Nova, recebida no batismo, como semente a ser cultivada, durante a vida terrena.
A todos e principalmente, a você, caro/a leitor/a Boas Festas de Páscoa. Que o Cristo Ressuscitado lhes dê ou confirme sempre mais a Vida Nova, em todos.
> O artigo do padre Adilson José Colombi é publicado todas as quintas-feiras no Jornal Município Dia a Dia.