R.I.P. Leonard Cohen
A ideia, hoje, era trazer para as músicas de sexta do blog algo musculoso, fundamental, histórico. Porque a ideia era comemorar o novo trabalho dos Stones. Mas este 2016 não veio para brincadeiras e, depois de tantas perdas, terminou a quinta-feira com mais uma notícia triste: aos 82 anos, lá se foi Leonard Cohen.
Ok, morrer depois dos 80 não pode ser considerada uma morte precoce. A pessoa teve a chance de realizar-se e realizar muita coisa, teve a chance de rever sonhos, de aceitar impossibilidades, de acompanhar toneladas de mudanças. Teve a chance de ter uma longa história e de negociar com as limitações da idade. Mas nada disso impede que a gente leve um choque físico ao perceber que mais um dos grandes poetas, um músico e uma voz preferido dos músicos e dos cantores, um influente, não vai mais ter a chance de nos surpreender com suas novidades.
Como as pessoas sempre ficam curiosas a respeito (embora a importância disso seja questionável) a causa da morte do escritor e músico canadense ainda não foi divulgada.
Vamos ouvir muito Hallelujah (como sempre, na versão de Jeff Buckley) nos próximos dias. A música preferida dos segmentos In Memoriam das premiações e dos momentos tristes dos filmes (embora não seja uma música religiosa ou um réquiem) será usada como trilha do luto de seu autor.
Se algo pode nos consolar da perda, talvez seja o fato de Cohen ter lançado um álbum novo , You Want it Darker, neste ano que merece ser chamado de fatídico. Mas não tem como evitar o pensamento de que os grandes, os que enxergam além do óbvio, os que, ainda que abaixo da linha de atenção do grande público e da grande mídia, definem a arte e a cultura, estão indo embora. E deixando valores muito menores em seu lugar.