E aquela morte “anunciada e desmentida”, agora, virou morte real. O fundador do Rappa não sobreviveu ao AVC que teve no comecinho do ano. Sua morte, na noite da última sexta-feira, foi lamentada por fãs e por companheiros de atuação musical e política.
Nessas horas, é sempre melhor deixar a palavra para quem tem algo relevante para dizer. Fica o registro do que o Circo Voador colocou em sua página no Facebook.
Nós estamos chorando. Perdemos hoje um dos maiores artistas do Brasil e um enorme amigo. Marcelo Yuka era/é gigante, subversivo, inventivo, criativo, pensador, músico, amigo, conselheiro, bom de papo, bom de ter por perto. Após o incidente que o deixou cadeirante, pediu para pular o muro do Circo Voador na sua reestreia no palco com a banda F.U.R.T.O. E com a ajuda dos amigos o fez. Depois que pulou de volta nunca nos deixou de novo. No Circo promoveu encontros, palestras, conversas, debates. Neste espaço apresentou seu álbum mais recente e esteve conosco numa grande homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco. Um dos maiores cronistas da sua geração! Um dos maiores amigos do Circo Voador! Num país onde a imbecilidade e o pensamento raso parecem dar as cartas no momento, certamente é um dos pensadores que mais fará falta nesse momento! Escutemos, Marcelo Yuka! Sejamos sempre, todos nós que acreditamos num outro mundo real possível, Marcelos Yukas! Obrigado por tudo!
Siga na luz!
O fundamental baterista Rolando Castello Junior (entre outras muitas bandas, conhecido pelo Patrulha do Espaço) também fez questão de deixar seu depoimento sobre Marcelo Yuka:
Desde que o vi tocar ao vivo num show em TV, admirei o Yuca, depois descobri sua faceta de ativista social e soube que as letras contundentes do Rappa eram dele, mas quando em vez de se isentar, como o faríamos a maioria de nós, literalmente deu a cara a bater, pra defender uma mulher que estava sendo assaltada e levou nove tiros, repito, nove tiros, por causa de sua atitude de nobreza, valentia e HUMANIDADE, daí o cara pra mim virou héroi. As consequências de seu ato, lhe custaram muito caro e a fatura final chegou ontem.
Ele completa a notícia, falando em outra morte também lamentável:
E agora soube da passagem do grande batera Ted McKenna, a quem tive o privilégio de conhecer, quando aqui tocou com o Ian Gillan, batera bom, daqueles de dois bumbos, sensacional.
Muitos por aqui falam e com certa razão, de que quando gente como o Yuca e o Ted McKenna, nos deixam, novas estrelas brilham no céu.
Foto: Bernardo Vieira/ Acervo Circo Voador