Raul Sartori

Jornalista graduado em Ciências Sociais, atua na imprensa catarinense há cerca de 40 anos - [email protected]

Assembleia passa “rolo compressor” e aprova projetos que concedem benefícios a funcionários públicos

Raul Sartori

Jornalista graduado em Ciências Sociais, atua na imprensa catarinense há cerca de 40 anos - [email protected]

Assembleia passa “rolo compressor” e aprova projetos que concedem benefícios a funcionários públicos

Raul Sartori

Rolo compressor
No final das contas é o contribuinte quem banca um condenável comportamento dos governantes catarinenses nas últimas décadas, incluindo o mais recente, Carlos Moisés: deixar projetos polêmicos para os últimos dias da legislatura, na clara intenção de que, com tempo restrito para discussão, vão passar todos, ou em sua maioria, sem que os deputados (pelo menos os que tem o mínimo respeito pelo pagador de impostos) tenham sequer tempo necessário para ler seu conteúdo. Os deputados governistas votam com o governo, como ocorreu nas últimas horas, mesmo em projetos que, mais uma vez, concedem odiosos bondades a classes de servidores públicos da elite e não ao heroico pessoal da saúde que está dando sua vida para salvar as pessoas da covid-19.

Fazendo historia
O ex-presidente da OAB-SC, Rafael Horn, faz história. Depois de quase 30 anos a advocacia catarinense voltará a ter protagonismo nacional. Ele é candidato a vice-presidente do Conselho Federal da entidade na chapa capitaneada pelo advogado amazonense José Alberto Simonetti, que concorrerá à presidência com o apoio de 26 estados. A eleição será no fim de janeiro. O último catarinense a alcançar semelhante destaque foi o advogado Werner Backes, de Criciúma, diretor tesoureiro da OAB nacional na gestão 1993/1995.

Responsabilidade
Não podia ser mais perfeito o texto do primeiro parágrafo do comunicado oficial em que a Prefeitura de Pomerode anunciou o adiamento da sua famosa Festa Pomerana, que seria de 12 a 23 de janeiro: “Não era o que gostaríamos de anunciar. Não foi o que nos propusemos. Mas, tem horas em que as decisões não ficam restritas a poucas mãos. Existem outras tantas que fazem com que, em muitos momentos, tenhamos que parar, ponderar e dar voz a decisões que transcendem vontades e são baseadas em outros pilares: zelo, responsabilidade e bom senso”.

Silêncio ensurdecedor
Ao contrário de outros anos, o Judiciário, Legislativo e Ministério Público de SC, não anunciaram “sobras” do seu duodécimo, que em anos recentes se transformavam em indecentes “bonificações natalinas”. Evidentemente que não vão responder, porque estão em recesso, mas perguntar não ofende: não há (ou houve) sobras neste ano?

Emagrecimento
Temendo a recepção na volta a seus currais eleitorais, deputados e senadores “emagreceram” o obsceno Fundo Eleitoral, que inicialmente de R$ 5,7 bilhões passou para R$ 5,1 bilhões na versão de segunda-feira do relatório do Orçamento e caiu para R$ 4,9 bilhões na proposta aprovada anteontem. Mesmo assim uma indecência. O que ficou igual foi o valor reservado para as emendas de relator (aquelas do contestado orçamento secreto): R$ 16,5 bilhões.

Como aguentar?
A classe empresarial de SC que usa gás natural nas suas operações está chocada. De forma cândida, a Agência Reguladora de Serviços Públicos de SC (Aresc) anuncia a atualização da tarifa a partir de janeiro, esclarecendo que ser “um índice inferior ao projetado”. Reajustes médios que são respectivamente de 40,95% para o segmento industrial, 29,47% para o comercial e 24,70% para o residencial. E o gás veicular, cuja tarifa única praticada aos postos (sem impostos) era de R$ 2,7830 passa para R$ 3,9484 por metro cúbico. Socorro!

Sociopata
O site O Antagonista, que tem alguns milhões de leitores, qualifica Bolsonaro como “sociopata”. Nos dicionários, o adjetivo e substantivo de dois gêneros refere-se a indivíduo de personalidade psicopatológica e de comportamento antissocial, ao qual falta senso de responsabilidade moral ou consciência”.

Subcelebridade
Em Tubarão não se fala outra coisa: foi comportamento de subcelebridade o do humorista Matheus Ceará, de “A Praça é Nossa”, do SBT, que no último final de semana ganhou as redes sociais em “protesto” na cidade sulina de SC quando, após ver um fã caminhoneiro barrado por estar de bermuda em um evento com exigência de traje social, tirou as calças e, de cueca, entrou no evento de divulgação de um produto para emagrecimento em que ele estava contratado para participar.

Realidade triste
De dar uma dor no coração saber, por estudo da UFSC, que em SC – com nível de vida comparado ao de países do Primeiro Mundo – há atualmente 752 mil pessoas que vivem (sobrevivem, melhor dizer) com menos de R$ 500 por mês. Enquanto isso, na Assembleia Legislativa aprovam-se, na calada, projetos concedendo mais benesses para a elite do funcionalismo público.

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