Covid-19: Por falta de leitos de UTI, médicos temem ter que decidir quem viverá ou morrerá em SC
Vida ou morte
O que a classe médica catarinense mais teme é o que está por vir. Ou seja, que por conta do aparentemente reduzido número de leitos de UTI (pouco mais de 800, só existentes nos hospitais das principais cidades do estado), tenham que, no pico da covid-19, decidir quem deve viver ou morrer, por falta de vagas ou incapacidade de atendimento da demanda. Essa terrível possibilidade foi aventada em manifesto de várias entidades da região de Tubarão, divulgado sexta-feira.
Base
As folhas disserem ontem que nos bastidores do Palácio do Planalto Jair Bolsonaro foi convencido por assessores a defender o fim parcial do isolamento social depois que empresários de SC, Mato Grosso e Rondônia conseguiram dobrar os respectivos governadores quanto a necessidade de liberação parcial de setores do comércio e serviços.
Merenda escolar
Já foi aprovado pela Câmara e está pautado para votação no Senado nesta segunda-feira, projeto de lei do senador Dário Berger (MDB-SC), que também é presidente da Comissão de Educação (CE) do Senado, para que a merenda escolar continue sendo distribuída mesmo com suspensão das aulas. O projeto, apresentado no ano passado, propõe que o envio direto da merenda poderá ser feito durante a suspensão de aulas em situações de emergência ou calamidade pública.
Esquecida
Das dezenas de moções e sugestões que os deputados estaduais ofereceram ao Executivo no combate ao covid-19 foi esquecida (propositadamente ou não se sabe) uma que seria muito importante: que fosse possível destinar os R$ 250 milhões de emendas impositivas ao orçamento do Estado (que o governo é obrigado a pagá-las até 31 de dezembro), para ações de enfreamento da pandemia, como já admite-se com os R$ 8 bilhões com a mesma rubrica, de deputados federais e senadores.
Bola fora
A atriz Regina Duarte, secretária especial de Cultura, cometeu uma gafe imperdoável. Em seu perfil no Instagram postou a imagem de uma obra do catarinense Ivens Machado, mas dando o crédito à artista “Ines Machado”. Ivens Machado, nascido em Florianópolis em 1942, foi escultor e pioneiro da videoarte e da performance no Brasil. Morreu em maio de 2015, aos 73 anos, no Rio de Janeiro, onde viveu boa parte de sua vida. Mesmo com toda notoriedade nacional e até internacional, permaneceu e ainda permanece como um ilustre desconhecido em sua terra natal.
Sem jornal
Assinantes de alguns dos s principais jornais, como “Folha de S. Paulo” e “O Estado de S. Paulo” em SC, não estão recebendo os exemplares físicos depois do absurdo reajuste de tarifas, em até 1.300%, para transporte de cargas pelas companhias aéreas Latam e Gol. Para Porto Alegre, por exemplo, o preço de envio dos exemplares passou de R$ 75 para R$ 1.099, um disparo de 1.365%.
Acolhimento
Em meio à pandemia, mais pedidos para levar para casa crianças e adolescentes acolhidos em instituições têm chegado à Justiça catarinense. Após decisão na Capital, Itajaí e Camboriú, agora magistrados das comarcas de Rio do Sul, Blumenau e Tubarão autorizaram que 69 menores em casas de acolhimento fossem encaminhados temporariamente para lares provisórios, a fim de minimizar os riscos decorrentes da covid-19. Iniciativa maravilhosa.
Seu umbigo
Tem razão o blogueiro Claudio Humberto em dizer que mal começam a ser compreendidos os efeitos econômicos da pandemia e a poderosa e corporativa pelegada de entidades de servidores públicos já defendem o aumento de impostos.
Boquirroto
Ao dizer, sexta-feira, que o pacote do governo federal, de R$ 20 bilhões mensais, para conter o desemprego, “não vai resolver nada”, o buliçoso e inconfiável presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), perdeu uma oportunidade para ficar calado. Quem viajou com jatos da FAB quase 300 vezes no ano passado tem moral zero para fazer esse tipo de comentário.
Dupla face
Não deixou de emocionar muita gente ver o ministro da Economia, Paulo Guedes, demonstrando, em rede social, perceptível sinceridade e preocupação com os brasileiros desassistidos, trabalhadores informais, autônomos, que vivem vendendo bala, flores e água no trânsito, gente valente que verdadeiramente luta, sem nunca pedir nada. E dá raiva ver muitos que, que apesar de se exibirem publicamente com seus jatinhos, iates, carões, mansões, festas e até amantes, de repente viraram “pobres” e reclamam, beirando as lágrimas (de crocodilo, na grande maioria) que não tem dinheiro para pagar até seus motoristas e pilotos. E querem que o governo o faça.