Deputados ignoram necessidades reais da população ao destinar emendas parlamentares
Não contribuem
Enquanto deputados estaduais catarinenses cobram duramente do governador Carlos Moisés o “pagamento” (que estaria atrasado) das infames emendas impositivas (assim qualificadas porque o Executivo é obrigado a atender), de R$ 6 milhões por ano, lá vem o Tribunal de Contas da União dizer que recursos destinados por deputados e senadores, via emendas propostas por eles entre 2014 e 2017, para financiar obras e programas nas suas bases eleitorais, não contribuem para melhorar a vida das pessoas. Na hora em que se decide para onde parte delas deve ser enviada, necessidades reais da população são ignoradas. Em 2020, serão R$ 15,9 milhões por parlamentar, o que significa que o destino de R$ 9,5 bilhões será decidido pelos 513 deputados e 81 senadores do Congresso. Socorro!
Melhor
A ressocialização de 380 detentos na Penitenciária Regional de Curitibanos, ação que o grupo Berlanda faz desde 2010, foi escolhida como a melhor experiência com o tema Direitos Humanos na 16ª edição do Prêmio Innovare deste ano, que envolve várias entidades e órgãos do Judiciário, com apoio do Grupo Globo. Os detentos produzem estofados, camas-box e travesseiros, e do valor que cada um recebe pelo trabalho, 25% retornam ao sistema para manutenção da penitenciária.
Discriminação religiosa
A lei estadual 11.189, de outubro de 1999, que permite o acesso de ministros, bispos, pastores e demais lideranças religiosas (com exceção das católicas, aparentemente) em hospitais públicos e privados, não tem sido cumprida em SC. Líderes religiosos estão pedindo uma reunião com o governo estadual para discutir o problema.
Uma mão lava…
Um passarinho veio dizer que tem certa desconfiança do apoio cada vez mais generoso do MDB a Carlos Moisés, principalmente a projetos importantes de interesse do governo no Legislativo. A ave teme que tanta generosidade tenha recompensas, entre elas uma suposta promessa de que o governador não vai abrir algumas caixas-pretas herdadas ou esqueletos no armário do governo passado, do MDB.
Enquadrado
Postagem recente, em que denunciou uma escola em Joinville que “ensinava masturbação aos alunos” rendeu dezenas de xingamentos ao deputado estadual Jessé Lopes (PSL), que respondeu a todos, “à altura”. É um dos motivos dele estar no conselho de ética do partido. Outro é por ele ter sacado da parede de seu gabinete na Assembleia Legislativa a foto do governador Carlos Moisés.
Salva
Ao parabenizar o deputado Valdir Cobalchini (MDB), por apresentar projeto de lei prevendo que após o diagnóstico precoce de câncer o paciente inicie o tratamento em 30 dias, a deputada Marlene Fengler (PSD) deu testemunho pessoal sobre a relevância da prevenção e de campanhas de informação. Disse que estava ali graças ao diagnóstico precoce de um melanoma.
Água
Trinta organizações se reúnem hoje em Florianópolis para discutir e propor medidas para reduzir os impactos de agrotóxicos e poluentes invisíveis na água, especialmente relacionados à contaminação de mananciais. Destaque será dado a um diagnóstico do monitoramento da bacia do Rio Camboriú, apontado, em levantamento do MP-SC, como um dos 22 pontos de sistemas municipais de SC com resíduos de agrotóxicos, motivo de muita preocupação pelos possíveis efeitos da ingestão continuada à saúde dos consumidores e ao meio ambiente.
Privatizações
O mundo empresarial catarinense, com a máxima discrição, por enquanto, aplaude o deputado estadual Bruno Souza (Novo), em sua campanha para que o governo estadual privatize suas empresas, especialmente as que dão prejuízos seguidos, por anos e décadas, como a Ceasa/SC, responsável pelas operações comerciais de atacado de hortifrutigranjeiros. Acumula prejuízos de R$ 5 milhões ao estado.
Quem são
A coluna deve ao leitor informação, que agora chega através do deputado estadual Fabiano da Luz (PT) que fez a indicação, na Assembleia Legislativa, para entrega da Comenda do Legislativo, semana passada, para os balseiros do Rio Uruguai, que muitos não sabem o que são e o que fazem. Nos seus primórdios, há 100 anos, munidos de serras e machados, derrubavam árvores e as rolavam até o rio. Outros, cortando cipós e amarrando as toras, faziam balsas com mais de 100 toras, algumas com 12 a 16 metros de largura. Quando vinha a cheia do rio Uruguai, desciam até um local onde aguardam uma nova subida no nível para poder descer 580 quilômetros até a Argentina onde vendiam a madeira. Foram os primeiros catarinenses a exportar.