Deputados, mesmo “trabalhando” em casa, já consumiram R$ 8,5 milhões em ressarcimento de despesas
Deputados, mesmo “trabalhando” em casa, já consumiram R$ 8,5 milhões em ressarcimento de despesas
- Por Raul Sartori
- 24/04/2020
- 13:00
Escárnio
Apesar de estarem “trabalhando” em suas casas, nas suas cidades, os infames “ressarcimentos de despesas” dos deputados federais atingiram, até agora, R$ 8,5 milhões durante a quarentena da pandemia. Aquele otário de sempre é quem recebeu, e já pagou, mais esta fatura.
“Neutro”
O portal de “Veja” relata que no gabinete de crise do Palácio do Planalto há um mapa onde a cor de cada estado varia de acordo com o grau de “alinhamento” com o governo. O azul é “ótimo”, o verde é “bom”, o amarelo é “neutro”, o laranja é “ruim” e vermelho “muito ruim”. Nessas duas últimas estão os governadores do AP, AL, BA, ES, GO, PA, PB, PE, PI, MA, RJ, RN, RS e SP. “Ótimos” só os de Rondônia e Roraima, ambos do PSL. O governador de SC, Carlos Moisés, está na categoria “neutro”, junto com os de AM, SE, MG e CE.
Impactos 1
Após mais de 30 dias de isolamento social, a primeira semana de reabertura do comércio de rua em SC sinalizou aos lojistas um pequeno recuo nas perdas em volume de vendas. Para avaliar o impacto, a Federação das CDLs fez pesquisa onde detectou que de todos os entrevistados 40,2% tiveram perdas financeiras superiores a 50%, enquanto 31,5% registraram entre 21 a 50%. Indicou ainda que 23,9% deles já realizaram alguma demissão; 37,7% tem previsão de reduzir ainda mais o número de empregados nos próximos 90 dias.
Impactos 2
Quanto ao futuro de seus negócios, 40,5% estimam queda no faturamento entre R$ 10 mil a R$ 30 mil nos próximos três meses, enquanto 35,2% apontam entre R$ 30 e R$ 100 mil. Na atual condição restritiva, 35,7% das empresas garantem manter-se por mais três meses, enquanto 26,8% por apenas um mês. Do total de consultados, 81,6% acreditam que a economia voltará a crescer após o período de um ano e 59,7% indicaram que precisarão recorrer a empréstimos bancários para equilibrar suas contas. O levantamento ocorreu entre 14 e 17 deste mês e envolveu 2.179 lojistas associados às CDLS, dos mais diversos setores.
Feriados
Para desgosto do segmento turístico nacional, e do catarinense em especial, dois deputados federais daqui estão chamando a atenção por ser autores de dois projetos que aguardam despacho do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para seguir adiante. O primeiro, de Gilson Marques (Novo-SC), pede o cancelamento dos feriados ou adiantamento para o período da quarentena. O segundo, de Carlos Chiodini (MDB-SC) sugere tornar os feriados facultativos em situações de calamidade.
Enxugamento
A pandemia reabriu a discussão no Judiciário sobre a extinção de comarcas para reduzir custos, para desgosto da Ordem dos Advogados do Brasil. TJs de São Paulo, Pernambuco e Mato Grosso do Sul iniciaram estudos. O assunto não foi cogitado no TJ-SC, mas há a preocupação de reduzir custos. Está prevista a diminuição dos quadros, mas tudo no andar de baixo, envolvendo vigilantes armados, mensageiros, marceneiros, brigadistas, jardineiros e zeladores.
Formatura virtual
A formatura da centésima turma do curso de Medicina da UFSC, com 46 alunos, será hoje, e virtual, com transmissão pela internet. Um detalhe enaltecedor: os formandos, sem o curso totalmente concluído ainda, se apresentaram como voluntários para antecipar a formatura e se juntar ao exército de enfrentamento à pandemia.
Prontidão
O Ministério Público Federal instaurou notícia de fato, anteontem, para avaliar as medidas a serem adotadas pelo Festival de Dança de Joinville 2020, para sua suspensão ou reagendamento, em função da pandemia, diante de informações de que estaria mantido para o período de 21 de julho a 1º de agosto. Anunciou-se ontem seu cancelamento.
Sangue azul
Acabou-se mais um odioso privilégio. Com fins de repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal decidiu que é inconstitucional a concessão de férias de 60 dias aos procuradores da Fazenda Nacional. Devem ter sangue azul.
Sensatez
Sensata, sobretudo, a posição da Sociedade Brasileira de Infectologia. Considera que a flexibilização do isolamento é aceitável em cidades onde não tenham sido ocupados 50% dos leitos hospitalares e de UTI. Em SC está em 17%.