Desconfiança de Bolsonaro em relação às urnas preocupa autoridades eleitorais em SC
O não dito
As autoridades eleitorais nunca virão a público dizer que a desconfiança que Bolsonaro tem em relação às urnas eletrônicas as preocupa. Foi sob esse clima – do não dito mas presente – que reuniram-se segunda-feira os presidentes do Tribunal Regional Eleitoral de SC, desembargador Leopoldo Augusto Brüggemann, e da Assembleia Legislativa, deputado Moacir Sopelsa. Os dois tem total confiança no sistema. Mas mesmo assim as duas instituições assumiram o compromisso de “garantir o bom andamento dos trabalhos” em 2 de outubro, quando mais de 5,1 milhões de eleitores do Estado irão às urnas.
Merecem o Oscar
Sem nomes, porque seria discriminar alguns, mas vários dos pré-candidatos candidatos a governador e senador em SC estão abusando da inteligência do eleitor ao dizer uma coisa pela manhã e outra à tarde. Uns merecem o Oscar pela encenação. Ainda bem que no primeiro minuto de domingo – já que no sábado à meia noite se encerra o prazo para troca de partido e para novas filiações – fecham-se as cortinas deste espetáculo de hipocrisia, traição e “vendas”, para começar outro, o da oficialização das candidaturas e as eleições.
O melhor
O Floripa Airport é o grande vencedor do Prêmio Aviação + Brasil, concedido segunda-feira por iniciativa do Ministério da Infraestrutura e da Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias (Conaero). O terminal catarinense foi escolhido o melhor entre todos os 20 nacionais em 2021, através de pesquisa de satisfação. Os suíços, que detém a concessão, estão cumprindo fielmente os contratos. Quando não até indo além em alguns quesitos.
Candidato
Junto com o governador João Dória, que quer concorrer à presidência da República, quem está deixando o cargo de secretário de Turismo do Estado de São Paulo é o catarinense Vinicius Lummertz da Silva. É pré-candidato a governador de SC pelo PSDB.
Como na Europa
É caríssima a manutenção dos trocentos castelos na Europa. E uma das alternativas é permitir seu uso temporário, como agora decide fazer a UFSC com suas três fortalezas no entorno da Ilha de SC. Abriu inscrições de interessados que nelas queiram fazer ensaios fotográficos, casamentos, jantares e outros eventos de curta duração. O contribuinte agradece.
Regime de trabalho
O Judiciário catarinense vai fazer uma pesquisa acerca dos regimes de trabalho em todas as suas unidades. Atualmente tem 1.130 de seus servidores em trabalho não presencial, dos quais 398 no regime de teletrabalho e 732 no de home office. Uma pesquisa de satisfação feita no ano passado indicou que 79,57% dos respondentes têm preferência por alguma das modalidades de trabalho não presencial em um cenário de “normalidade” (pós-pandemia).
Ele quer
O que nenhum congressista acovardado teve coragem de propor, Bolsonaro quer. Mandou para o Congresso o projeto de lei 731/22. Determina que o autor de qualquer infração penal, condenado definitivamente, deve ressarcir todos os danos causados à vítima, bem como os custos de serviços prestados a ela pelo SUS. O ressarcimento poderá ser feito por meio de desconto de até 25% do salário do condenado, ainda que preso, ou de penhora dos recursos depositados no seu FGTS, até o limite de 30% do saldo.
Linguagem
Um dos textos comentados em rede social sobre Pirata, um cão que vestiu beca e participou de cerimônia de formatura, ao lado de colegas dos cursos de Biomedicina, Direito, Medicina Veterinária e Psicologia da Unisociesc, dia 4 passado, em Blumenau: “Gentem, foi assim que ganhei um lar, vários tios e tias, mamains e papais, aumiguinhos e toda atenção do mundo!”. Sem comentários.
Engenharia política
Luiz Carlos Azedo, o respeitado analista político do Correio Braziliense, escreveu algo que merece atenção: os cargos de vice são importante decisão estratégica. Lula escolheu Geraldo Alckmin, um ex-adversário, democrata e conciliador; Bolsonaro quer Braga Neto no lugar de Mourão, para agradar militares e a extrema direita. Acrescenta que a montagem de chapas presidenciais no Brasil republicano é uma engenharia que mira dois cenários: o das eleições, no qual o companheiro de chapa pode atrair ou tirar votos; e o da governabilidade, por causa do histórico de presidentes destituídos. E a lista de vice-presidentes que assumiram o poder é grande.