Em ano eleitoral, deputados turbinam gastos em divulgação de seus mandatos
Em ano eleitoral, deputados turbinam gastos em divulgação de seus mandatos
- Por Raul Sartori
- 11/07/2022
- 8:00
Exceção
Dezenas de deputados federais turbinaram os gastos com a divulgação de seus mandatos neste ano, de eleições. De janeiro a maio foram R$ 27,2 milhões que a Câmara dos Deputados bancou. Na lista dos congressistas não há nenhum catarinense, conforme o Portal da Transparência da Casa. Ainda bem.
Lei importante
Tem o número 18.427 uma nova lei estadual, sancionada semana passada e já em vigor, que permite a aplicação de recursos do Fundo Estadual de Saúde nas chamadas redes femininas de combate ao câncer que atuam nos municípios catarinenses. São 75 legalmente constituídas e cinco outras em constituição, que executam um trabalho voluntário extraordinário, não raro invisível e substituindo ações públicas nem sempre possíveis quando não negligenciadas, envolvendo cerca de 4 mil mulheres e cerca de 100 mil atendimentos por ano. Agora uma lei, merecida e incontestavelmente, faz o reconhecimento.
Piso
Ficou para amanhã a votação, pela Câmara dos Deputados, da proposta de emenda constitucional que cria o piso salarial da enfermagem, que teve como relatora a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC), que é enfermeira de profissão.
Neusa Borges
A querida atriz Neusa Borges, que é florianopolitana de nascimento (do distrito do Estreito), volta a fazer parte de elenco fixo da Globo após uma década, tempo passado por perengues diversos, inclusive de saúde. Seu último trabalho na casa foi na novela Salve Jorge, em 2012. Agora foi contratada para fazer parte da terceira temporada da série A Divisão, do Globoplay, no elenco fixo.
Livros x armas
Lula já disse que, se eleito, transformará os clubes de tiro – e em SC são 221, especialmente nas áreas de colonização alemã – em bibliotecas. Bolsonaro parece ter o que se pode chamar de bibliofobia: gostaria de transformar todas as bibliotecas em clubes de tiro. Difícil é escolher entre os dois quem tem um mínimo de razão nessa discussão.
Escândalo
Os apoiadores da campanha do escorregadio Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na eleição para a presidência do Senado, em fevereiro de 2021, receberam ao menos R$ 2,3 bilhões em emendas do orçamento secreto. A distribuição de verbas ocorreu após a confirmação da sua vitória. Dos 57 senadores que o apoiaram na disputa contra Simone Tebet (MDB-MS), 38 informaram ao Supremo Tribunal Federal (STF), por determinação da Corte, ter recebido recursos públicos. O relator-geral do Orçamento de 2021, Marcio Bittar (União Brasil-AC), por exemplo, acintosamente carimbou para si a absurda fábula de R$ 460 milhões, enquanto Marcos do Val (Podemos-ES), Plínio Valério (PSDB-AM) e Nelsinho Trad (PSD-MS) tiveram R$ 50 milhões para indicar, no ano passado. O senador catarinense Jorginho Mello (PL) foi contemplado com um pouquinho mais: R$ 50,5 milhões.
Inexplicável
Como explicar o fato de uma casa noturna localizada em um dos pontos mais nobres de Florianópolis estar funcionando, até quinta-feira passada, sem alvará do Corpo de Bombeiros? A operação Balada Segura interditou-a, em flagrante, quando estava lotada. Se houvesse um incêndio e pânico generalizado e os frequentadores procurassem uma saída de emergência, ficariam encurralados em um corredor fechado.
Abismo financeiro
O jogo de sábado, no estádio Heriberto Hulse, em que o Criciúma perdeu para o Vasco por 1 a 0, retratou, conforme o jornal “O Globo”, o abismo financeiro existente entre os clubes que disputam a Série B do futebol brasileiro. O jogo, que normalmente teria uma simples cara de confronto direto, refletiu uma característica da competição, até aqui. De acordo com os balanços de Vasco e Criciúma, a receita bruta deles foi de R$ 186 e R$ 15 milhões, respectivamente. Abissal.
Esforço
Louva-se o esforço do senador Jorginho Mello (PL-SC) pela causa, há muito tempo e não apenas agora, perto das eleições e com ele candidato a governador, para que se faça justiça com os familiares das vítimas do acidente aéreo da Chapecoense, que vão receber mais US$ 10 milhões do fundo humanitário criado pela seguradora Tokio Marine, em fevereiro de 2017. O acordo foi selado em Londres, com sua participação.
Mago da fotografia
Florianopolitano de nascimento, radicado em São Paulo desde jovem, Araquém Alcântara, 71 anos, o mago da fotografia de natureza no Brasil, está fazendo 50 anos de carreira com lançamento de livro comemorativo, em novembro. O fará junto com uma mostra fluvial, em barco, que passará por rios de 10 Estados do Norte e Nordeste para celebrar seu trabalho. Outro livro notável dele, “TerraBrasil”, lançado em 1999, que já vendeu 125 mil cópias, está chegando à sua 12ª edição.