Incoerência: instituições são atacadas por pessoas usando a bandeira nacional como capa
Brasília 1
Aquela multidão insana e desvairada que vandalizou Brasília no domingo não tem capacidade para admitir que há formas legítimas de ocupar o poder, sem necessidade de protagonizar aquelas terríveis cenas. Pior: as instituições foram atacadas por pessoas usando a bandeira nacional como capa. Uma incoerência atroz.
Brasília 2
A deputada estadual reeleita Ana Campagnolo (PL) foi e está sendo alvo de críticas nas redes sociais após postagens irônicas e sem repúdios em relação aos atos de domingo. Com a repercussão, ameaçou processar o deputado federal Alexandre Frota e a atriz Bruna Marquezine por difamação. Os dois insinuarem que a parlamentar catarinense apoia o terrorismo.
Brasília 3
Enquanto apoiadores vandalizavam Brasília, dois membros da família Bolsonaro se exibiam mundo agora. O ex-presidente permanecia na Flórida, nos Estados Unidos, enquanto um dos filhos, o 04, Jair Renan, foi visto almoçando em um restaurante da Praia Brava no norte da Ilha de SC. Saudava os pratos, quando chegavam à mesa, à base de frutos do mar, com brindes.
Brasília 4
Nessa baderna de Brasília, domingo, não há santos e santidades em lugar nenhum, incluindo o presidente Lula, que veio a público dizer que “nunca” um movimento de esquerda invadiu sedes de poderes da República. Alguns sites independentes refrescaram sua memória: o seu amado MST tentou invadir o STF em 2014. Dois anos depois radicais de direita entraram no plenário da Câmara dos Deputados, reivindicando a necessidade de um golpe militar.
Mais sol
Uma análise de imagens geradas pelo satélite WorldView-3 permitiu ao pesquisador Kleber Trabaquini, da estatal estadual Epagri, concluir que o alargamento da praia central de Balneário Camboriú, em 43 mil m2 de área e aproximadamente 60 metros de largura, foi suficiente para oferecer duas horas diárias a mais de sol aos banhistas, em média. Maravilha, não é? Não é bem assim. Não deixa de ser muito lamentável que hoje, terça-feira, como foi ontem, segunda-feira, e será amanhã e nos próximos dias e talvez semanas, toda a belíssima praia esteja imprópria para banho.
Cortado
Custou cara a acusação – de extrapolar as funções da corporação no processo eleitoral, ao montar barreiras de fiscalização no segundo turno das eleições em novembro passado em SC – atribuídas ao ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques. Era cotadíssimo para assumir a pasta da Segurança. O governador Jorginho Mello preferiu não assumir o risco.
Tchau
Após 34 anos em “O Globo”, como repórter, correspondente, editor, diretor de redação e colunista, seu último cargo, o conhecido e respeitado jornalista catarinense Ascânio Seleme, nascido em Canoinhas, despediu-se do jornal carioca no sábado. Seu primeiro emprego foi como repórter na sucursal de Florianópolis do blumenauense “Jornal de Santa Catarina”, em 1982, onde ficou por seis meses. Também como repórter, atuou na TV Cultura, de Florianópolis. Em seguida mudou-se para o Rio de Janeiro, onde fez brilhante carreira no jornalismo.
Aluguel
Pergunta que não quer calar: quem alugaria um imóvel mobiliado para Bolsonaro e família?
Linguagem neutra
Se as novas gerações de brasileiros, que pouco ou nada leem, tem dificuldades de formar e falar uma frase de 10 palavras em bom português, imagine-se se for imitado o que aconteceu em algumas posses de ministros de Lula. Na de Fernando Haddad, na Fazenda, a cerimonialista agradeceu pela presença de “todos, todas e todes”. O mesmo ocorreu nas posses de Márcio Macêdo, na Secretaria-Geral de Governo; de Margareth Menezes, na Cultura; e de Silvio Almeida, de Direitos Humanos e da Cidadania.
Linguagem neutra 2
Uma voz discordante é a da nova ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que enquanto deputada apresentou projeto pedindo que o uso da linguagem neutra fosse vedado em escolas públicas e privadas. Seu argumento: uma língua é adquirida, é aprendida, não é inventada; e não é aceitável que essa ilegítima invenção seja reproduzida justamente no local onde os estudantes deveriam aprender a utilizar a Língua Portuguesa de acordo com as regras gramaticais. Sua proibição é tema de 58 projetos de lei propostos desde 2019 em 20 Estados, inclusive SC.