Punições pedidas para participantes de invasão ao Congresso em janeiro são desproporcionais
Punições pedidas para participantes de invasão ao Congresso em janeiro são desproporcionais
- Por Raul Sartori
- 09/08/2023
- 8:00
Incomparável
Lógico que o 8 de janeiro merece condenação total, mas pedir punição “exemplar” para seus protagonistas, com penas de até 30 anos de prisão, é um despropósito. Por crimes muito maiores contra a democracia estão livres, leves e soltos conhecidíssimos personagens da política nacional que, literalmente, saquearam o país em dezenas de bilhões de reais. Não se trata de vândalos, como os qualificados e janeiro, e sim de ladrões.
Padre armamentista
A partir de uma postagem em rede social, o padre Edivaldo Ferreira, que trabalha na Paróquia Sagrada Família, em Joinville, ficou conhecido repentinamente por milhares, principalmente a partir de registro do colunista Lauro Jardim. Aparece armado, ao participar da ShotFair 2023, um evento do setor de armas, realizado na cidade há dias. De batina, o religioso, que pratica tiro esportivo e coordena na região o movimento Proarmas, participou de um painel defendendo o porte de armas pelo cidadão comum. Em outra rede social defendeu que matar alguém em legítima defesa não pode ser considerado pecado.
Memorável
O beatle Paul McCartney anunciou segunda-feira que fará cinco shows no Brasil, na turnê Got Back, nos dias 30 de novembro (Mané Garrincha, em Brasília), 3 de dezembro (MRV Arena, Belo Horizonte), 9 de dezembro (Allianz Parque, São Paulo), 13 de dezembro (Couto Pereira, Curitiba) e 16 de dezembro (Maracanã, Rio de Janeiro). Para lembrar: ele se apresentou em Florianópolis no dia 25 de abril de 2012, em show memorável, com chuva e tudo, no estádio da Ressacada.
Barreira
Um grupo de parlamentares do Congresso Nacional já começou a se articular para derrubar eventuais decisões do Judiciário e do governo federal que apontem em direção à liberação da maconha ou o aborto. De SC, um dos primeiros a erguer tal bandeira é o senador Jorge Seif (PL).
Balança
No Supremo Tribunal Federal quatro ministros já votaram a favor da descriminalização da maconha. Deliberaram que comprar até 60 gramas da droga não é crime. Mas, vender a mesma quantidade, não é? Parece que a questão, na área “suprema”, está nas balanças. E quem confia nelas?
Guerra
Meio Congresso Nacional sabe que se as deputadas federais Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Julia Zanatta (PL-SC) forem convidadas para o mesmo café, vai sobrar para o bule. Mas quis o destino que seus caminhos se cruzassem nesta semana quando, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, embarcaram no mesmo avião com destino à Brasília. E, com assento marcado, ficaram na mesma fileira, com direito a olhares atravessados de parte a parte. Uma cena.
Segurança
Ponto para o governador Jorginho Mello na área de segurança: de 1º de janeiro a 31 de julho houve uma impressionante queda de 78,57% nos casos envolvendo latrocínio, quando criminoso mata a vítima para roubá-la. No mesmo período de 2022 houve 14 registros de latrocínio, contra três casos ocorridos neste ano.
Obrigação imposta
Uma sugestão aos deputados estaduais: quando da apresentação de projetos de grande interesse público, que façam as devidas consultas a aqueles que eles podem atingir. Isso vem ao caso por conta de projeto em tramitação na Assembleia Legislativa que inicialmente obrigava, e depois mudou para indicação, para que os cinemas sediados em SC reservassem uma sessão por mês para as crianças e adolescentes com autismo, e suas famílias. Porque os exibidores não foram ou estão sendo ouvidos? Talvez até tivessem uma ideia melhor.
Impunidade
Felizmente não há nenhum congressista catarinense na Comissão de Constituição e Justiça que aprovou mais uma indecência na nossa já desacreditada política: a admissibilidade da Proposta de Emenda Constitucional 9, que prevê uma anistia aos partidos que não preencheram a cota mínima de recursos destinados à raça e gênero, bem como violaram as prestações de contas anuais e eleitorais.
Esquema
Aquele passarinho veio dizer que a nova mania de jogadores de futebol profissional, de levantar o calção para mostrar as tatuagens, é esquema, ou seja, para fazer merchandising do “seu” tatuador-autor. É esquema também quando tiram a camisa para mostrar uma marca que estava escondida. É assim é quando correm para uma determinada placa publicitária para comemorar o gol, de forma que não há como as câmeras ignorá-los. E quem deveria conter isso, nada faz. Por isso que o futebol, apesar da torcida de milhares, sempre está cercado de desconfiança.