Reajuste da taxa de condomínio pode ficar acima da inflação
Administradoras explicam como é calculado a taxa cobrada mensalmente dos moradores
Leitores entraram em contato com o jornal Município Dia a Dia nos últimos dias com dúvidas a respeito dos reajustes da taxa de condomínio dos prédios do município. O principal questionamento era quanto ao que é analisado no momento de calcular o valor, já que alguns ficaram acima da inflação acumulada em 2015 – 11,28%, pelo índice INPC. Para esclarecer essas dúvidas, a reportagem conversou com responsáveis por três administradoras do município.
O sócio proprietário da Pontual, Clausivet Zimmermann, explica que, para o reajuste, é elaborada uma previsão orçamentária. Nela, entram todas as despesas fixas dos prédios, como água, luz, manutenção de elevadores e salários de funcionários – zelador e faxineira, por exemplo.
“A gente faz a previsão orçamentária baseada nas despesas fixas dos últimos três meses, seis meses ou um ano, dependendo do condomínio”, diz. “Eu faço geralmente a previsão bem enxuta e dá para um ano. Há casos também que se passa um ano e não há necessidade de mexer. Mas mesmo assim procuramos fazer um reajuste considerando a variação do salário mínimo”, completa.
Segundo Zimmermann, nenhum dos reajustes realizados pela administradora nesses primeiros quatro meses do ano ficou acima da inflação. Ainda assim, ele afirma que poderia acontecer, sobretudo em razão de reajustes de outras taxas, como água e energia elétrica.
Nas três administradoras pesquisadas pela reportagem, o valor do reajuste apenas passa a valer depois de aprovado em assembleia realizada com os moradores em cada condomínio. A gerente da Bruscon, Patricia Reitz, diz que, nesse ano, alguns condomínios administrados pela empresa aprovaram valores acima da inflação. Ela explica também que a taxa é utilizada para a manutenção geral dos prédios e para o salário dos funcionários.
Nos primeiros quatro meses do ano, nos prédios em que a AC Condomínios realiza a previsão orçamentária, o reajuste variou de 10% a 15%, segundo o sócio-proprietário, Beno Alcides Buttchevits. No entanto, em 90% dos condomínios administrados pela empresa trabalha-se com o rateio mensal e não com a previsão orçamentária. Por isso, não há reajuste anual na maioria dos prédios.
“É uma forma que se tem de cobrar o que realmente se gastou e também uma forma para que não falte ou não sobre no caixa no final do exercício. Também faz com que se tenha em mão mensalmente qual a variação de um produto de um mês para outro. É cobrada a taxa conforme o que é gasto no mês”, explica Buttchevits.