Reajuste salarial de professores da rede estadual é aprovado pelos deputados
Aprovação deve beneficiar mais de 48 mil magistrados
Aprovação deve beneficiar mais de 48 mil magistrados
A Assembleia Legislativa de SC (Alesc) aprovou, na tarde desta quarta-feira, 11, a proposta de emenda à Constituição (PEC) 7/2021, que estabelece remuneração mínima para o magistério público estadual em Santa Catarina. Aprovação possibilitará ao governo conceder o reajuste que deve beneficiar mais de 48 mil professores, entre ativos, aposentados e temporários.
Texto foi enviado pelo governo estadual e foi aprovada em dois turnos, por 33 votos a um, mas ainda será promulgada pela Mesa Diretora da Alesc.
A proposta estabelece três faixas de remuneração mínima. A primeira será de R$ 3,5 mil para os professores com formação em nível médio, na modalidade Normal. A segunda será de R$ 4 mil para quem tiver graduação com licenciatura curta. A terceira, de R$ 5 mil, atingirá professores com graduação com licenciatura plena ou graduação em Pedagogia, incluindo os pós-graduados.
Em rede social, o governador Carlos Moisés afirmou que o reajuste já será aplicado no salário deste mês de agosto. Entre setembro e novembro, também serão pagos valores são retroativos, calculados desde 1º de fevereiro deste ano.
A @assembleiasc aprovou a nossa proposta de remuneração mínima de R$ 5 mil para professores com curso superior e jornada de 40 horas. Já vale na folha de agosto. Os retroativos a fevereiro serão pagos entre setembro e novembro. Agora vamos trabalhar para descompactar a carreira. pic.twitter.com/DctX7Olhbw
— Carlos Moisés (@CarlosMoises) August 11, 2021
A votação da PEC já nesta quarta-feira foi possível após a aprovação na Comissão de Finanças e Tributação, pela manhã, e na de Educação, Cultura e Desporto, em reunião extraordinária realizada no começo da tarde.
A relatora da proposta na comissão, deputada Luciane Carminatti (PT), afirmou que a aprovação é apenas o início de um processo de valorização da categoria, que passa pela apresentação, por parte do Executivo, do novo plano de carreira dos professores, com a descompactação da tabela de vencimentos.
“Essa PEC beneficia 63,9% do magistério, 36,1% estão fora, não vão receber nenhum centavo, e uma boa parcela vai receber um pequeno incremento”, afirmou Luciane. “Tudo que for para melhorar o magistério nós vamos votar a favor. Precisamos sair daqui com uma certeza: essa remuneração não resolve todo o problema da carreira.”
A parlamentar reiterou que o foco central passa a ser a carreira e a descompactação da tabela do magistério. “A aprovação desta PEC é um ponto e vírgula. O ponto final é plano de carreira do magistério, que esperamos que venha logo para esta Casa.”
Único voto contrário à PEC, o deputado Bruno Souza (Novo) afirmou que não era contra o reajuste aos professores, mas criticou a maneira rápida como a proposta tramitou na Assembleia.
“Estamos mudando a Constituição, a lei maior do nosso estado, e não sabemos quais serão seus impactos. Não teve uma diligência, uma consulta ao Tribunal de Contas”, disse. “Não é ser contra a classe. Meu protesto é contra essa forma de votação açodada. Não sabemos os impactos fiscais do que estamos votando.”
Deputados de vários partidos se manifestaram pela aprovação da PEC. Neodi Saretta (PT) reiterou a necessidade de um novo plano do magistério, que não tire “o alento daqueles que estão mais adiantados na carreira.”
Dr. Vicente Caropreso (PSDB) elogiou a iniciativa do Executivo com a PEC, mas também ressaltou a importância da descompactação.
Jessé Lopes (PSL) também parabenizou o governo pela iniciativa, principalmente por beneficiar os que ganham menos e que serão mais atingidos pela reforma da previdência estadual. Ele cobrou a aprovação do reajuste para os servidores da Segurança Pública, que também beneficia os que ganham menos.
Paulinha (sem partido) afirmou que o estabelecimento da remuneração mínima representa “uma conquista não de uma classe, de um deputado ou de um partido político, mas de todo o governo de Santa Catarina e sua população”. Para ela, “não existe educação prioritária sem a valorização de seres humanos.”
Ivan Naatz (PL) destacou que os professores devem ter remuneração e plano de carreira que os estimulem a permanecer na profissão. “Um país não vai se desenvolver corretamente se não fortalecer a Educação”, comentou. “O governo deu uma paulada nos professores na semana passada [com a reforma da previdência], e agora passa a mão na cabeça tentando amenizar o prejuízo.”
Valdir Cobalchni (MDB) elogiou o Poder Executivo pela apresentação da proposta. Ele garantiu que o governo encaminhará à Assembleia um plano de carreira “para valorizar 100% dos profissionais da Educação do nosso estado.”
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