Realizada a primeira videoconferência na Vara Criminal de Brusque
Testemunha foi ouvida de Joinville por meio de sistema de vídeo em um novo modelo em funcionamento no estado
Testemunha foi ouvida de Joinville por meio de sistema de vídeo em um novo modelo em funcionamento no estado
A Vara Criminal da Comarca de Brusque realizou a primeira audiência por vídeo nesta semana. A inovação começou a ser implantada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) em agosto deste ano, com o objetivo de reduzir custos e melhorar a agilidade dos processos.
Edemar Leopoldo Schlösser, juiz titular da Vara Criminal, foi o responsável pela videoconferência. O processo envolvia uma ré já presa em Tijucas, que foi deslocada até o Fórum de Brusque, assim como algumas testemunhas que residem na comarca.
Entretanto, uma testemunha vive em Joinville. Com a implantação das audiências por vídeo, o juiz marcou horário para que a pessoa fosse ouvida diretamente do fórum da cidade do Norte catarinense, sem precisar deslocar-se.
A Vara Cível também conta com as videoaudiências. Junto com a Criminal, essas são as duas áreas com mais processos na comarca.
Anteriormente, quando uma testemunha ou réu estava em outra comarca, era expedida uma carta precatória para que o juiz daquela cidade colhesse o depoimento e remetesse ao colega titular do processo.
Schlösser afirma que ainda é cedo para afirmar que as audiências à distância vão dar mais rapidez aos processos judiciais. Ele aponta algumas limitações ao projeto.
“Falta estrutura física e administrativa nos fóruns, o que tem criado problemas. Cada fórum teve que indicar uma sala disponível para as audiências em vídeo”, afirma o magistrado.
O problema é que alguns fóruns não têm espaço nem mesmo para as audiências que acontecem diariamente. Em Brusque, por exemplo, a ampliação do prédio é uma necessidade antiga e bastante discutida, mas até hoje não resolvida.
Schlösser explica que a Vara da Fazenda concordou em ceder a sala, pois realiza menos audiências. Ou seja, não há um cômodo de sobra e o espaço será compartilhado.
Essa situação repete-se em outras comarcas do estado. Há casos em que a sala de audiências foi disponibilizada só um dia por semana.
Com isso, o juiz da comarca de origem (onde ocorre a sessão presencialmente) tem menos opções, pois ele precisa agendar a sala da outra cidade para o mesmo horário. Se tem pouca disponibilidade, menos chances de sucesso.
Schlösser explica que, quando acontece de o horário solicitado já estar reservado, o juiz de origem realiza a audiência normalmente e agenda outro dia só para ouvir a testemunha de outra comarca.
O magistrado também destaca que, por enquanto, ele não consegue realizar sessões por vídeo com réus presos. O TJ-SC divulgou em julho a ampliação para mais 15 comarcas a realização de audiências por vídeo, mas Brusque não estava na lista.
As videoconferências também podem ser usadas por advogados envolvidos no processo. Eles devem avisar o juiz com antecedência mínima de cinco dias da data da sessão de julgamento qual é a unidade jurisdicional em que comparecerá para que a sustentação seja agendada.
O advogado poderá até mesmo escolher uma outra unidade, caso a sala da comarca inicialmente indicada esteja indisponível.