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Recomendação é que indústrias de Brusque diminuam quantidade de trabalhadores

Presidente da Acibr destaca que tempo para desenvolver medidas para aliviar a situação de empresários e funcionários foi curto

Ao mesmo tempo que apoia as medidas possíveis para restringir a circulação de pessoas, a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) destaca a importância de uma reflexão a respeito das medidas para amenizar os impactos da crise nas indústrias.

A presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Rita Conti, destaca que a instrução às indústrias é seguir os protocolos de segurança, como distância mínima e manutenção de ambientes ventilados.

“A gente recomenda que trabalhem com uma menor capacidade, já que as indústrias ainda estão liberadas pelo decreto do governo. Liberar as pessoas no grupo de risco, mães com crianças pequenas, que apresentem sintomas”, explica.

O foco da Acibr no momento é resolver a situação das indústrias, principalmente nas questões de transporte e alimentação. “Talvez os funcionários tenham que almoçar fora, então hoje eu conversei com o comitê na prefeitura para a gente conversar e conseguir marmitas”.

Rita também destaca a questão do transporte público, que vai parar de funcionar na cidade partir da quinta-feira, 19, e, assim, diminuir o número de pessoas que consegue se deslocar para o trabalho. 

A orientação da Acibr é de incentivar a utilização de caronas solidárias, aplicativos de transporte, táxis e bicicletas.

O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, determinou a criação de uma central de suporte à indústria para orientar sobre a interpretação do decreto estadual, disseminar práticas para manter a produção e o respeito aos princípios jurídicos fundamentais e responder a dúvidas na área de gestão de pessoas.

A Acibr participou de reunião na Prefeitura de Brusque na manhã desta quarta-feira, 18, e chegou a um acordo para uma fiscalização maior partir da quinta-feira, 19, sobre o funcionamento de indústria e comércio.

“Nós sentimos que somos decisões importantes e a gente sente que às vezes os governantes não estão no nosso dia-a-dia. Vai ter que haver uma contrapartida, porque provavelmente vai haver um colapso econômico bem grande, a gente vai faturar menos, mas temos que preservar as vidas e os empregos de todo mundo”, ressalta.

Remuneração dos funcionários

O decreto do governador Carlos Moisés, para fechamento do comércio e de serviços não essenciais aconteceu na noite da terça-feira, 17. Rita destaca que o tempo para desenvolver medidas para aliviar a situação de empresários e funcionários foi curto e que ainda não há uma decisão do que será feito exatamente. 

“Ainda não temos uma posição sobre como fica a remuneração das pessoas que não vão ao trabalho, porque não teve nenhuma adequação ainda do comércio com os contadores. Nas indústrias, estamos comentando em antecipar as férias, mas agora é precipitado falar qualquer coisa”, diz.

A presidente da Acibr relata que a instituição está cobrando as federações, assim como os governo estadual e federal, para alinhar uma decisão. “Foi tudo muito rápido, e nós não temos uma engrenagem tão rápida assim”, acrescenta. Segundo Rita, a associação está também pleiteando congelamento de impostos para os industriais.

“Muitas fábricas têm lojas também, assim como eu, e as balconistas já estão em casa, mas só agora estou indo checar com o RH. A gente orienta as empresas a falar com o setor jurídico, cobrar com as federações”.

Rita também cita a situação dos contadores, responsáveis pela área financeira, econômica e patrimonial das empresas, e, de acordo com o decreto do governo estadual, não está dentro dos serviços que devem continuar funcionando.

“O núcleo de contadores, que é muito grande na cidade, entrou em contato com a gente, porque amanhã é o dia que se faz as folhas de pagamento de uma grande quantidade de pequenas e médias empresas, mas pelo decreto amanhã eles não podem trabalhar. Eu disse para ter bom senso, vamos falar com as autoridades, porque talvez tem que ter o mesmo tratamento que a indústria, mas não sou eu que tomo esta decisão”, aponta.