Reconstrução: saiba como está a Irmãos Fischer 60 dias após grande incêndio que destruiu galpão
Unidade de 43 mil metros quadrados onde funcionava parte da Fischer e outras duas empresas agora parece mais com um cenário de guerra
Unidade de 43 mil metros quadrados onde funcionava parte da Fischer e outras duas empresas agora parece mais com um cenário de guerra
O incêndio que destruiu um dos galpões da empresa Irmãos Fischer completa 60 dias nesta segunda-feira, 1º. Localizado na área dos fundos, o galpão de 43 mil metros quadrados foi rapidamente atingido pelo fogo e destruiu máquinas, produtos e matéria-prima.
Além de abrigar uma unidade da Fischer, na área também funcionavam as empresas Jolitex e Focus Têxtil. O local, que diariamente recebia em média 280 funcionários das três empresas, agora se parece mais com um cenário de guerra.
Grande parte do galpão foi atingido diretamente pelas chamas e virou cinza. Outra parte, não recebeu ação direta do fogo, mas foi atingida pelo forte calor, que comprometeu toda a estrutura. Nesta área, onde o telhado está completamente retorcido, é possível perceber a dimensão das chamas, que deixou a fumaça visível de várias regiões da cidade.
“São 57 anos de história, quase 280 funcionários e isso tudo caiu por terra. Dá uma dor, um sentimento forte de tristeza, mas estamos levando”, diz o diretor industrial da empresa, Norival Fischer, o Nori.
O empresário conta que ainda está sendo realizado um levantamento interno sobre as perdas. “Estamos há 60 dias envolvidos nisso e a cada dia é uma nova surpresa, mas estamos em plena atividade, dentro do que é possível na reconstituição”.
No galpão atingido pelo fogo, funcionava o centro de processamento da companhia. Todos os processos mais pesados de fabricação eram realizados ali. “Tudo que envolvia a parte pesada da Irmãos Fischer, desbobinamento, branqueamento, fabricação de tubos, fabricação de chassis, painéis contínuos. Tudo estava concentrado dentro desta unidade. Ali tínhamos máquinas de 158 metros lineares, máquinas pesadas que processavam o nosso material e tudo queimou”.
Mesmo sem esta unidade, a produção da empresa não parou. A fábrica brusquense buscou fornecedores no mercado externo para poder continuar produzindo. “O mercado brasileiro, principalmente o catarinense, de máquinas e equipamentos é muito bem servido. Então continuamos trabalhando dentro das nossas possibilidades atuais”.
Todos os funcionários da Fischer que atuavam na unidade destruída pelo incêndio permanecem trabalhando. Nori afirma que a empresa precisou fazer novas contratações para poder se adaptar à nova forma de trabalho.
“Eu tive que buscar mais funcionários. Lá, o processo era todo automatizado e agora tenho que fazer processos manuais. Então fomos buscar mais para readequar a produção”.
O empresário afirma que ainda não há uma definição sobre a reconstrução integral do galpão queimado. Sabe-se apenas que uma nova unidade terá que ser construída. “A Fischer vai ter que fazer um galpão novo. Só não sabemos o tamanho. Um galpão de 43 mil metros quadrados não se constrói de um dia para o outro. Também não tomamos a decisão se será algo deste tamanho”.
As outras duas empresas que funcionavam no local não estão mais em Brusque. Após o incêndio, uma delas mudou sua operação para Araquari e outra para Itapoá. “Elas acabaram indo embora de Brusque porque aqui não tem mais áreas que pudessem ocupar. Uma delas ocupava quase 18 mil metros quadrados e a outra quase 12 mil, e não tem galpão em Brusque desta natureza”.
De acordo com Nori, o fogo teve início na parte elétrica da unidade. “A Fischer recebeu aqui 58 peritos de todos os segmentos que poderiam ter causado o incêndio. O laudo enviado para nós mostrou que o fogo começou com uma descarga elétrica”.
“A Fischer perdeu patrimônio físico, mas não perdeu o seu maior patrimônio, que são as pessoas. Nenhum funcionário ficou ferido. Então, posso dizer que perdeu-se pouco diante do que poderia ter acontecido”.