#RedeSocial 10: Coach Juci Nones
A liderança tem sido apontada como um dos principais aspectos da administração moderna, responsável pelo sucesso ou fracasso de uma organização, principalmente, em tempos de crise, em que é necessário se reinventar. À medida que as novas gerações vão assumindo cargos de liderança, percebe-se que, cada vez mais, é necessário contar com líderes equilibrados emocionalmente.
Esta é uma oportunidade principalmente para as mulheres. De acordo com estudiosos, as mulheres levam vantagem sobre os homens em três áreas chave da liderança de pessoas: o coeficiente de inteligência emocional (elas têm resultados maiores em algumas variáveis, mas não em todas); mulheres que ocupam cargos de liderança, na maior parte das vezes, têm mais anos de estudos e especializações do que seus colegas do sexo masculino na mesma posição; e, principalmente, elas apresentam maior habilidade para prever as consequências emocionais das suas ações. Elas usam os sentimentos de forma estratégica. Esses dados são importantes tanto para homens quanto para mulheres aprenderem a lidar com esse novo cenário e tirarem partido das suas competências.
“Se ambos os sexos souberem trabalhar suas diferenças, vamos ter uma liderança participativa e mais assertiva dentro das empresas, de forma mais colaborativa”, afirma a master coach Juci Nones, de Timbó. Sem a devida direção, estímulo e influência sobre as pessoas envolvidas, os processos podem ser prejudicados. “Por isso, é importante o auconhecimento, tirar partido das características fortes e aprender a lidar com os pontos fracos, independente do sexo”, diz.
Porém, esse processo não é fácil e, é por isso, que a master coach Juci Nones tem estudado exaustivamente com o objetivo de em seus treinamentos, palestras e workshops preparar, principalmente, as mulheres para esse novo cenário da liderança. Há muitos anos tem se falado sobre inteligência emocional.Desde que Daniel Goleman escreveu “Inteligência Emocional”, em 1995, o tema vem sendo estudado com profundidade. E nunca se fez tão necessário quanto nos tempos atuais, em que liderar com todas as dificuldades impostas pela crise faz desse trabalho algo muito mais complexo. “É necessário manter o equilíbrio perante os liderados, mesmo estando cheio de problemas para resolver. E é aqui que as mulheres estão se destacando”, avalia Juci. Pesquisa da 6seconds.org, com mais de 24 mil mulheres, apontou que as mulheres levam uma ligeira vantagem sobre os homens no quesito autoconhecimento (1,8%).
Esse autoconhecimento leva as mulheres a refletirem mais do que os homens sobre as consequências das suas decisões, avaliando custos e benefícios não só econômicos, mas, principalmente, os emocionais para toda a equipe.
“Essa habilidade é o resultado da combinação de informações táticas e factuais com o impacto das emoções, que resulta na melhor decisão para o líder e para as outras pessoas, ao mesmo tempo.” Por outro lado, os homens têm vantagem na competência de navegar as emoções, ou seja, eles utilizam as informações e a energia dos sentimentos para seguir em frente, apesar das barreiras emocionais. Não por acaso, que existem mais homens em cargos de lideranças do que mulheres.
“Eles se recuperam muito mais rápido dos reveses. Esse é um ponto que as mulheres devem trabalhar”. Para Juci Nones as diferenças de liderança entre os sexos apresentam uma oportunidade de crescimento para ambos. E alerta que mulheres que desejem crescer em suas carreiras necessitam melhorar suas habilidades nas competências “metas” e “motivação interna”. Além, é claro, de aprenderem, com seus colegas homens, a se recuperarem dos percalços com maior rapidez, sem tanta emoção. Para os homens o recado é para investirem mais no autoconhecimento.
Resumindo, como o valor da inteligência emocional continua, cada vez mais, a ser valorizado, as mulheres têm uma grande oportunidade de agregar valor e construir ambientes de trabalho positivos no mundo dos negócios.
André Groh: Se uma mulher se sentir diminuída no trabalho, o que deve fazer?
Juci Nones: Se ela tiver oportunidade, deve ter uma comunicação aberta com quem pode resolver esta situação. Devido situações como estas que podem ocorrer é que sempre falo que as mulheres devem trabalhar diariamente para potencializar sua autoconfiança. Mulheres autoconfiantes sabem exatamente como não se permitir situações como estas.
A.G.: A mulher ainda é reprimida quando ocupa um cargo de alto escalão?
J.N.: Não como era uma vez, na grande maioria das organizações as mulheres são altamente reconhecidas e respeitadas como líderes, no entanto em empresas que ainda trabalham com a filosofia de chefia ao invés de liderança, aquelas que não entenderam que os resultados acontecem através das pessoas, talvez ainda aconteça.
A.G.: O feminismo colabora com a ocupação da mulher no mercado?
J.N.: Tudo que for usado de forma equilibrada é benéfico, se for extremismo prejudica.
A.G.: Como está a ocupação e representação feminina nas maiores empresas da região?
J.N.: Não existem pesquisas que divulguem essa informação, mas sabemos que as mulheres são minoria na gestão de grandes empresas. Se formos para as micro e pequenas empresas, aí a situação muda porque vemos muitas empreendedoras liderando este mercado.
Juci Nones curte:
Na música: Marisa Monte, Tiago Iorc, U2
Na TV: Documentários e Bons Filmes
No Cinema: Filmes que possam contribuir para o meu bem-estar e minha evolução como ser – amo comédias e filmes que contem histórias de superação
Cidade: Timbó
Paixão: Estar com minha família
Viagem marcante: Ohio – EUA
Próximo destino: Quero muito ir fazer uma viagem onde eu possa fazer algum trabalho voluntário com meu trabalho, quero conhecer outras realidades, cogitei Índia, ainda não sei ao certo.
Inspiração: Ver a evolução que as pessoas podem ter na vida quando se permitem
Hobby: Ver Seriado e Ler
Mania: De achar que nunca sei nada ainda
Fotos Ricardo Silva / Photuspress