Referência no setor têxtil, Guabifios comercializa quatro mil toneladas de fios por mês
Nascida na década de 1990, empresa guabirubense conta com 50 colaboradores
Referência na distribuição de fios no Brasil, a história da Guabifios, em Guabiruba, começou a ser tecida no início dos anos 1990, com a criação da empresa de confecção Mc’Ju. Na época, Juliano Schumacher trabalhava na Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, em Brusque, e decidiu abrir a própria empresa em parceria com o sobrinho, Marcelo Kohler.
Durante quase quatro anos, Schumacher levava uma dupla jornada: seu ofício na pioneira fábrica brusquense e a administração da própria empresa. Em 1994, ele decidiu se dedicar exclusivamente ao seu negócio.
Inicialmente, a Mc’Ju tinha como atividade a confecção, especialmente de cuecas. Ao ampliar o leque de produtos, a empresa começou a comercializar fios. “Num primeiro momento vendíamos sobra de fios que tínhamos. Naquela época, não existia essa facilidade de adquirir matéria-prima como existe hoje”, conta Schumacher.
A venda dos fios que sobravam da produção, aos poucos, foi tomando corpo e o empresário viu a oportunidade de um novo mercado nascer. Em 2004, o comércio de fios foi desvinculado da Mc’Ju. Nascia então a Guabifios, uma das maiores empresas da região.
Com sede em Guabiruba e uma filial em Gaspar, a empresa hoje conta com 50 colaboradores. O número não é extenso, já que a Guabifios não tem atividade industrial, apenas comercial. “Não somos intensivos em mão de obra, mas em movimento econômico”.
A sede, em Guabiruba, concentra a distribuição de fios importados, que é o carro-chefe da empresa e corresponde a cerca de 80% das atividades. Em Gaspar, fica a revenda de fios nacionais.
A Guabifios comercializa uma média de quatro mil toneladas de fios por mês para todo o país. Schumacher destaca que os principais compradores estão em Santa Catarina e São Paulo, mas o fio que a empresa distribui chega também para cidades do Nordeste e outros estados brasileiros. “A cadeia têxtil está presente em todo o país, mas Santa Catarina e São Paulo continuam sendo polos”.
Já os principais fornecedores da empresa guabirubense estão na China, Indonésia e Ìndia. “Vamos à procura dos principais e melhores fornecedores. É um trabalho de conhecimento, não é do dia para noite que se adquire. Foram várias viagens para o exterior para conhecer, desenvolver, qualificar o fornecedor”, diz.
Pronta-entrega e expansão
Um dos diferenciais da empresa é ter sempre à pronta-entrega todos os fios que a cadeia têxtil necessita, principalmente de malharia, que é o forte da região. Desta forma, a matéria-prima chega com mais rapidez e qualidade ao comprador.
“Não agregamos nada ao produto, o fio chega de container no navio, descarregamos no nosso depósito e temos um processo de armazenagem e logística para depois distribuir. Desenvolvemos um sistema que traz mais qualidade ao produto”.
O empresário afirma que o mercado têxtil no país tem muito a se desenvolver e, com base nisso, a Guabifios acompanha as evoluções do setor, sempre com os pés no chão. “Expandimos bastante nos últimos anos, mas de acordo com a demanda do mercado. É ele que nos leva”.
Schumacher ressalta que, no período de crise econômica, a empresa conseguiu evoluir e obter resultados significativos. “Quando o mercado se retraiu, vimos uma oportunidade, nós aceleramos, sempre com pé no chão e recursos próprios. 2016 foi um dos nossos melhores anos, aumentamos 60% das nossas vendas em quilos, no ano passado aumentamos 15% e a expectativa para este ano também é de crescimento”.
O sucesso da empresa que viu nascer, Schumacher credita à experiência adquirida nos 18 anos que atuou na Fábrica Renaux e também a seus colaboradores. “Sempre primamos pela qualidade do atendimento como um todo e isso se deve à qualidade da nossa mão de obra. O trabalho está enraizado no nosso povo de Guabiruba”.
Guabifios e o acesso a Guabiruba
Além de gerar arrecadação e emprego para Guabiruba, a empresa também foi fundamental na transformação da estrada que dá acesso ao município.
A Guabifios foi a segunda empresa a aderir à Parceria Público Privada (PPA) com o governo do estado, revertendo o valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na obra de revitalização da rua dos Imigrantes.
“Foi uma luta árdua, depois de muitas viagens até Florianópolis solicitando a obra, enfim conseguimos por meio da parceria. Me sinto orgulhoso em proporcionar isso para a cidade”.