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Reflexos na Educação: pandemia impacta rotina de pais, alunos e professores em Brusque

Covid-19 teve impacto profundo no aprendizado, da educação básica ao ensino superior

Silêncio nas escolas. Salas de aulas vazias e uma incerteza sobre os próximos dias. Assim foi aquele 19 de março de 2020 em Brusque, primeiro dia de alunos e professores em casa devido à pandemia do coronavírus.

Inicialmente, a suspensão das aulas presenciais seria somente por 30 dias, uma espécie de antecipação das férias e recessos escolares. Mas esse um mês virou dois, que se transformou em três, até chegar em dezembro com nove meses de alunos e professores longe da escola.

Neste período, foi preciso se reinventar. Os alunos precisavam continuar estudando, mas de uma maneira diferente da habitual: a distância.

A secretária de Educação de Brusque, Eliani Buemo, avalia que por meio da criatividade desenvolveu-se soluções para este novo cenário. “O objetivo da educação foi refeito, concentrando-se na aprendizagem do aluno e não apenas em garantir que todas as habilidades fossem desenvolvidas”.

Aulas presenciais em Brusque retornaram no dia 8 de fevereiro | Foto: Prefeitura de Brusque/Divulgação

A tecnologia foi uma grande aliada de professores, pais e alunos em todos os meses distantes do espaço físico da escola. Neste período, a interação com as famílias e estudantes da rede municipal aconteceu por meio da plataforma Moodle, WhatsApp, e-mail e atividades impressas.

Eliani destaca que uma das mudanças mais significativas que a pandemia trouxe foi a implementação do ensino híbrido, que combina práticas presenciais e remotas, por meio do uso de ferramentas digitais. “Os profissionais da educação tiveram formações para aprender a utilizar a plataforma Moodle, que é a referência da rede municipal para o desenvolvimento do trabalho pedagógico”.

O antes e o agora

Eliani lembra que antes do início da pandemia, a educação era totalmente presencial, com interação direta e constante entre professores e estudantes dentro do ambiente escolar. Com as mudanças, essa interação passou a ser também de forma digital e à distância.

Além disso, a secretária observa que as famílias enxergaram uma nova face das escolas, que muitas vezes ficava escondida. “O papel social e emocional formaram um ambiente mais colaborativo entre família e escola, melhorando as relações e consequentemente  o aprendizado do aluno”.

Uso de máscara e distanciamento é a nova rotina dos alunos | Foto: Prefeitura de Brusque/Divulgação

Para ela, a educação não voltará a ser a mesma depois da pandemia, principalmente no que se refere a tecnologias de informação e de comunicação, bem como as habilidades socioemocionais. “As experiências vividas marcaram profundamente os indivíduos inseridos nesse processo”.

Eliani afirma que a pandemia revelou a complexidade do processo ensino-aprendizagem, permitindo que as famílias revissem o olhar sobre o trabalho do professor, o que repercutiu diretamente na relação família e escola.

Por outro lado, a secretária aponta as desigualdades decorrentes da realidade social das famílias e estudantes da rede pública municipal como um grande impacto da pandemia na área.

“Ao levar o processo educativo para as casas de nossos estudantes, a pandemia revelou de forma muito intensificada os diferentes recursos e acessos ao qual cada estudantes dispunha no interior de suas residências, o que exigiu de forma muito urgente a construção de diferentes estratégias para que o processo educativo continuasse exercendo a sua função social”.

Marcas no futuro

Para a secretária, uma grande marca que a pandemia deixará é que a educação pode ocorrer em qualquer tempo e em qualquer distância. “O encontro e a interação sempre encontram vias para oportunizar as experiências educativas e consolidar a aprendizagem”.

Eliani observa ainda o uso da tecnologia para aprender e ensinar como outra marca que a pandemia deixará na história da educação, assim como a abertura ao novo e a criatividade. “São marcas e competências que já faziam parte e agora ainda mais, do processo de trabalho dos profissionais da educação e também dos estudantes”.

Por fim, a valorização da relação entre escola e família e a constatação da importância dos profissionais da educação. “As tecnologias somente serão eficientes se forem mediadas pelo profissional bem preparado e motivado”.


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