Primeiro passo do projeto de reforma do Augusto Bauer deve ser concluído em 20 dias; entenda
Carlos Renaux trabalha em questões burocráticas para que investidores iniciem obras
O Carlos Renaux aguarda a finalização de um processo de retificação de área do estádio Augusto Bauer, que é o primeiro passo do projeto de reforma, com início previsto já em 2023. Somente então o clube poderá iniciar o desmembramento do imóvel para ceder a área destinada ao centro empresarial que será construído na entrada do estádio. A estimativa é de que a documentação da retificação esteja concluída dentro de 20 dias. As primeiras obras serão iniciadas após a cessão da área aos investidores do projeto.
Como indicado na apresentação do projeto, em 18 de agosto, o primeiro passo é oficializar uma retificação da área do estádio Augusto Bauer. O proprietário da BHM Têxtil (patrocinadora master do clube), Alex Buschirolli, explica que é uma questão antiga, sem envolvimento dos investidores.
O caso envolve uma área que, na prática, está ocupada por uma construção próxima. Portanto, o Clube Atlético Carlos Renaux abre mão, oficialmente, desta área. “A prefeitura aprovou a retificação. Esta questão está com o Registro de Imóveis, para verificar se há algum ajuste a ser feito. As assinaturas são colhidas, e tudo é encaminhado de volta à prefeitura para finalizar”, explica.
Desmembramento
A partir da retificação da área, será possível iniciar o desmembramento. O Carlos Renaux cederá uma área que engloba, atualmente, a fachada do estádio Augusto Bauer e uma parte interna. Este espaço terá nova matrícula imobiliária e será de propriedade dos investidores, que, na parceria entre BHM Têxtil e KRCON Empreendimentos, construirão o centro empresarial que consta no anúncio do projeto. O Carlos Renaux terá 25% da área construída, incluindo os camarotes.
“Com o protocolo do Registro de Imóveis, podemos ir à prefeitura e informar que haverá um desmembramento. A prefeitura analisa o projeto, aprova, e encaminha ao Registro de Imóveis”, explica Buschirolli. Em modo normal, seria necessário aguardar entre 45 e 50 dias, mas a expectativa, por conta de entraves burocráticos que possam surgir, é de que o desmembramento seja concluído em até 90 dias a partir do início do processo.
Somente com o desmembramento concluído a reforma do estádio Augusto Bauer terá início. Trata-se de uma garantia jurídica aos investidores, que terão um direito adquirido a partir de uma etapa do contrato já finalizada. A contrapartida principal do acordo, que é a construção do centro empresarial, estará garantida.
Se o desmembramento estiver concluído até novembro, as reformas começarão pelas instalações presentes na arquibancada coberta, aproveitando o período sem jogos. Se houver atraso e só for possível iniciar obras em janeiro, os trabalhos começarão pela arquibancada descoberta, em que há estruturas como salas de rouparia e alojamento. O impacto para dias de jogos é bem menor do que no setor coberto, onde estão sala de imprensa, vestiários, sala do VAR e outras instalações.
Reforma
Somente então serão iniciadas as obras de reforma do estádio Augusto Bauer, com a garantia de que BHM Têxtil e KRCON já terão a área para a construção do centro empresarial. Buschirolli explica que, se não fossem os jogos, a reforma estaria finalizada entre seis e nove meses, a partir de janeiro de 2023. Contudo, para manter o estádio apto a receber jogos, o prazo estimado é de 18 meses. O empresário torce para que até o final de 2023 a reforma já esteja concluída.
A estrutura interna do estádio Augusto Bauer inclui vestiários, salas médicas, de fisioterapia, de imprensa e do VAR, além de alojamentos, cabines de imprensa, rouparia, banheiros, entre outras. O acabamento inclui toda a repintura do estádio e de suas dependências.
“Hoje, é um espaço físico mal aproveitado, porque eram feitas sempre pequenas obras para atender exigências mínimas de alguns momentos. Mas não houve uma reforma completa. Desta vez o espaço foi todo repensado. Muda praticamente tudo, pouco será aproveitado”, comenta Alex Buschirolli.
Outras etapas
Campo de jogo e capacidade
O deslocamento do campo, que tem início previsto para 2024, diminuiria o espaço entre a arquibancada coberta atual e o gramado. A estimativa do projeto é de que o corredor passe a ter 3 metros de largura, em vez dos atuais 5,5. De qualquer forma, Alex Buschirolli reforça que, como se trata de um pré-projeto, é possível realizar adequações para atender eventuais medidas de segurança.
“A expectativa é que de que a distância de três metros seja aprovada pelos bombeiros. Não haverá presença de torcida ali, será uma área de passagem. Pelos estudos e pelas normas estudadas, está tudo certo. E a abertura do lado oposto compensa [a redução]”, explica o empresáro.
Para o Carlos Renaux e os investidores do projeto, seria suficiente fazer o deslocamento do campo para o fundo, aproximando-o da arquibancada descoberta. Contudo, é projetado o ganho de espaço no lado oposto ao do setor coberto. Buschirolli comenta que o motivo é deixar em aberto a possibilidade de atender necessidades de curto prazo do Brusque. Interessa às duas partes que que o quadricolor permaneça jogando no estádio.
“Este deslocamento lateral para sobrar 8 metros do outro lado já é feito pensando numa eventual ampliação da capacidade, numa eventual parceria com o Brusque e patrocinadores. Poderia ser a construção de uma arquibancada ou uma ampliação temporária com arquibancadas metálicas”, destaca.
“Se o Brusque tiver condição de fazer parte do processo com a ampliação da arquibancada no outro lado, seria um salto grande para o clube. Podem ser construídas as mesmas instalações [que existem na arquibancada coberta].”
Os trabalhos sobre o campo devem começar em janeiro de 2024. Portanto, é provável que, durante um semestre, Brusque e Carlos Renaux precisem mandar seus jogos em outro estádio. Contudo, há a possibilidade de iniciar antes, reduzindo o período de obras que coincide com jogos dos dois clubes. A instalação será feita por empresa especializada a ser escolhida pelo Carlos Renaux.
De acordo com as metas apresentadas em 18 de agosto pelo presidente Altair Heck, o Taico, o Carlos Renaux estaria disputando, em 2030, as mesmas competições das quais o Brusque participa atualmente: Campeonato Brasileiro Série B, Campeonato Catarinense e, eventualmente, Copa do Brasil.
Centro empresarial
Da área construída do centro empresarial (1,1 mil m²), o Carlos Renaux terá 25%. Os camarotes estão inclusos nesta área. A princípio, serão 12 camarotes, a uma altura de 12 metros. Pela proximidade com o campo, a sensação será de estar mesmo sobre um dos gols. Ao todo, o projeto prevê 15 salas no térreo outras 28 salas entre o segundo e o terceiro andar.
Com investimento total de R$ 15 milhões, o retorno previsto varia entre R$ 80 mil e R$ 90 mil. Buschirolli considera que é um bom retorno a longo prazo, tornando a obra viável financeiramente.
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