Reformas e dificuldades na obtenção de licenças adiam inauguração do novo hospital de Brusque
Previsão de início de atividades em abril teve que ser revista após necessidade de melhorias na estrutura
O novo hospital de Brusque, que está sendo implantado no local onde estava o antigo Hospital Evangélico, deve ser inaugurado em junho deste ano, informa o gestor da unidade, Luiz Gonzaga Coelho, que faz parte do SOS Cárdio, empresa que adquiriu os equipamentos, junto a um grupo de investidores.
Inicialmente, a previsão era iniciar primeiro as atividades do pronto-atendimento, em março ou abril deste ano, mas houve empecilhos que motivaram uma mudança nos planos.
“Tivemos algumas surpresas em relação às instalações, coisas que precisaram ser refeitas. Tivemos problema de caixa d’água, de tubulação que teve que ser refeita, tivemos que refazer a cozinha, e uma série de adaptações para obter as licenças de atividade hospitalar”, explica Gonzaga.
Segundo ele, não se trata de simples reformas, já que alguns departamentos precisaram ser refeitos do zero. “Estamos falando de um hospital novo, não é uma simples reestruturação ou reabrir o hospital”, avalia.
Também foi necessário bastante tempo para delimitar as competências médicas que atenderão no novo hospital. Foram diversas conversas para decidir em que especialidades poderia se atender com mais eficiência.
A abertura do hospital depende, portanto, de obras que ainda estão sendo feitas, assim como de autorizações, cadastros e registros, que ao todo são 89, os quais precisam ser expedidos pelas autoridades para que a instituição possa abrir.
Para acelerar o processo, alguns serviços serão terceirizados, como os de higiene e limpeza, de alimentação e de lavanderia e enxoval.
Todas essas modificações geraram, por consequência, alterações no planejamento financeiro, e a administração do hospital precisou levantar mais dinheiro para colocá-lo em funcionamento.
Serviços iniciais
A ideia inicial era que o hospital inaugurasse apenas com o serviço de pronto-atendimento, com os demais a serem implantados gradativamente.
Agora, o planejamento é outro: a direção do hospital pretende abrir em junho, simultaneamente, o pronto-atendimento, a UTI neonatal, a UTI adulta, o setor de observação e o centro cirúrgico.
Está em discussão junto aos médicos se a maternidade também será aberta em junho, ou mais adiante, no segundo semestre.
Segundo Gonzaga, o corpo clínico está em torno de 70% completo, com cerca de 40 médicos já engajados no projeto.
Estrutura física e equipamentos
Atualmente, uma empresa contratada pelo hospital está fazendo diagnóstico e calibração de todos os equipamentos de uso médico.
De acordo com o gestor, não houve surpresas quanto ao estado dos equipamentos, mas como estavam há muito tempo parados precisam ser calibrados.
A decisão de abrir cinco setores simultaneamente em junho, por sua vez, motivou a antecipação de aquisição de mais equipamentos, como monitores e respiradores.
Contratação de profissionais
Dentro de uma semana ou duas começarão a trabalhar os primeiros funcionários contratados pelo novo hospital.
O primeiro grupo, em torno de dez, faz parte de uma leva de contratações que iniciou ainda em janeiro, na qual foi selecionada uma centena de funcionários. Esses serão chamados até maio, para a abertura em junho.
“Depois deste processo, teremos contratações de acordo com a necessidade”, explica Gonzaga.
Pactuação com poder público
A gestão do hospital já afirmou, em entrevistas anteriores, que não deverá haver, neste primeiro momento, atendimento pelo SUS ou por meio de filantropia. Entretanto, isso não significa que as portas estão fechadas para o atendimento público.
No entanto, ele afirma que “nada impede” que sejam firmadas parcerias com prefeituras interessadas, nas quais elas contratam serviços da instituição. A Prefeitura de Brusque, diz o gestor, já manifestou interesse em comprar serviços.
“A nossa missão é dar continuidade àquilo que começa no consultório, fazer a cirurgia, o parto, aquilo que necessita de uma estrutura hospitalar. Estamos dispostos a oferecer esse serviço desde que seja sustentável economicamente”, diz Gonzaga.
Nome do hospital
O nome da instituição está 98% definido, informa o gestor. Diversos foram cogitados, e uma agência de publicidade foi contratada para ajudar na escolha, mas ele ainda não será divulgado oficialmente.
O que se pode garantir é que não será o nome de uma pessoa, embora exista um projeto de criação de uma praça, no entorno do hospital, que destaque a figura do Pastor Sandrescky, figura da Igreja Luterana, dona das instalações físicas onde está o novo hospital.