Região de Brusque é destaque em indicador de competitividade
Enquanto segurança é destaque, índice de educação preocupa
Enquanto segurança é destaque, índice de educação preocupa
A Secretaria de Estado da Fazenda divulgou o Índice de Competitividade Regional (ICR-SC) na semana passada. O indicador inédito leva em conta fatores como educação, segurança pública e saúde. O objetivo do governo estadual é utilizá-lo para implementar políticas públicas. A região de Brusque, que compreende oito municípios (Botuverá, Canelinha, Guabiruba, Major Gercino, Nova Trento, São João Batista e Tijucas), figurou entre as primeiras colocadas.
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O ICR-SC foi baseado, na medida do possível, no Índice de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial. A Fazenda coletou informações detalhadas das 36 regiões do estado para o estudo. As áreas analisadas foram: educação básica, educação superior, saúde, mercado de trabalho, sustentabilidade social, sustentabilidade ambiental, infraestrutura, tamanho da economia, solidez fiscal e segurança pública.
A equipe analisou dados municipais minuciosos para chegar às notas – de zero a 10 – de cada fator. Por exemplo, no quesito educação foram analisados: número de docentes com formação superior, taxa de distorção das séries, taxa de abandono, as notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) das séries iniciais e finais e as notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O mesmo processo foi feito em todos os itens.
No fim, as notas de cada quesito foram somadas e uma média foi feita. O valor final mostra o quão atrativa é a região para investimentos e para reter talentos. A ideia do governo do estado é realizar o ICR-SC anualmente e utilizar estes dados para desenvolver regiões mais pobres, como São Joaquim, na Serra catarinense, que ficou em último lugar.
“Os índices de competitividade também vão ajudar a mostrar os resultados de esforços realizados pelos governos estadual e municipal para promover o desenvolvimento econômico e o bem-estar dos cidadãos. Teremos números para apontar se estamos no caminho certo”, afirma o secretário de Estado da Fazenda, Antonio Gavazzoni.
A região de Brusque recebeu nota 5,27 e ficou em oitavo lugar no ranking. Florianópolis ficou em primeiro, com 7,03. O gerente de Administração da Agência de Desenvolvimento Regional, Paulo Roberto Melão Filho, diz que o ICR-SC é importante para que as agências de atração de investimento olhem para a microrregião brusquense.
Melão Filho afirma que o governo do estado contribuiu para o resultado, na medida em que promove a duplicação da Antônio Heil (SC-486) e a construção do Centro de Inovação Tecnológico (CIT).
O vice-presidente regional da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Ingo Fischer, afirma que a elaboração do estudo é importante. “É essencial ter uma visão geral do desenvolvimento do estado e de todos os municípios”. Com o diagnóstico, ele espera que o estado possa incentivar mais a região para que novos investidores a escolham para abrir e fazer negócios.
Segurança pública
A região teve uma das melhores notas em segurança pública. Foram avaliados o índice de crimes contra o patrimônio (roubo e furto), tráfico de drogas e taxa de homicídios. Os dados levam em conta os oito municípios, totalizando quase 250 mil habitantes. No entanto, Brusque tem metade desta população e é mais representativa.
O comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar, Moacir Gomes Ribeiro, afirma que estar entre as regiões mais seguras do estado é sinal de que o trabalho desenvolvido está no caminho certo. Porém, ele diz que a responsabilidade é conseguir manter o nível, apesar dos problemas.
A falta de efetivo é uma das principais dificuldades, e a divulgação de que Brusque está entre as mais seguras é, sob um aspecto, prejudicial.
Quando o comando-geral da PM faz a partilha de policiais novos para cada região, ele leva em conta os dados da criminalidade. O ICR-SC mostrou Brusque como destaque, portanto, isto pesaria na equação.
Educação superior
Por outro lado, a região foi mal em educação superior. Teve nota 2,59 – abaixo da média estadual -, que foi 2,79. Um dos motivos que podem explicar o desempenho é que apenas Brusque possui instituições com oferta de vagas (quatro presenciais: Unifebe, Assevim/Uniasselvi, Faculdade São Luiz e Senac) dentre os oito municípios analisados. A Unifebe é a principal instituição da região e agrega alunos de Canelinha, Major Gercino, São João Batista, Guabiruba, Botuverá e outras cidades.
Segundo o reitor Günther Lother Pertschy, o centro universitário trabalha regionalmente para suprir a demanda. Atualmente, cerca de 30 ônibus chegam à Unifebe diariamente, oriundos dos oito municípios da regional e até mesmo de Gaspar. “A nossa visão é ser regionalizado”, diz. Ele comenta que o caráter regional da instituição já é antigo e será intensificado nos próximos anos.
Pertschy destaca que a Unifebe trabalha pontualmente em outras cidades. O curso de Processos Gerenciais é oferecido em São João Batista, por exemplo. O reitor, que também é vice-presidente da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe), afirma que a entidade leva em conta o desenvolvimento regional em seus projetos futuros.