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Região tem três pequenas centrais hidrelétricas; Havan investe na área

PCHs estão instaladas no município de Nova Trento e comercializam energia para Minas Gerais

Alternativa utilizada, sobretudo, por empresas de grande porte para economizar na conta de energia elétrica, as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) têm ganhado destaque no estado. Atualmente, são 65 instaladas em solo catarinense. Dessas, apenas três estão localizadas na região.

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Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), as três PCHs estão instaladas no município de Nova Trento. Chamadas de PCH Aguti, PCH São Sebastião e PCH São Valentim, as centrais são de responsabilidade da catarinense Cotesa, empresa que atua no setor elétrico.
Instaladas no rio Alto Braço, as três PCHs tem capacidade total de 10 megawatts e se conectam ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que compreende todo o sistema de produção e transmissão de energia elétrica no país.

“Existe o mundo físico e o mundo comercial das PCHs. Fisicamente, a energia gerada é injetada na rede de distribuição da Celesc na subestação Rio Branco, de Brusque, e acaba abastecendo essa região. Agora, comercialmente, é como se fosse uma bolsa de energia, essas três usinas vendem energia para a Cemig [Companhia Energética de Minas Gerais]”, explica Marcus Vechi, que atua na área de comercialização de energia da Cotesa.

Embora não conte com PCHs instaladas na região, a rede de lojas de departamentos Havan é um exemplo de empresa que utiliza a energia gerada pelas centrais. Atualmente, a marca tem três PCHs instaladas – uma no Rio Grande do Sul e duas em Santa Catarina.

“As centrais hidrelétricas geram 50% da nossa energia. A Havan consome muito. Por mês, gastamos R$ 7,5 milhões com energia. E para se ter uma ideia do impacto nos nossos negócios, há um ano pagávamos R$ 3 milhões, então duplicou a nossa conta”, explica o idealizador da Havan, Luciano Hang.

A energia gerada pelas PCHs da Havan insere-se no sistema nacional. Para economizar, a rede de lojas de departamento comercializa a energia no mercado livre (negociação entre o operador e o consumidor final) e no mercado cativo (distribuidores locais, como Celesc e Copel, do Paraná).

“As PCHs estão ligadas na rede e todas as nossas lojas, de todas as regiões, recebem energia do sistema único de energia do país, que é alimentado em parte pelas nossas usinas também”, afirma.

Ainda de acordo com Hang, a primeira PCH da Havan foi instalada em 2002 no Rio Grande do Sul. As outras duas, por outro lado, foram inauguradas há quatro anos. Além dessas, a rede também tem outros seis projetos de novas usinas – duas em Santa Catarina e outras quatro no Rio Grande do Sul.

“Vamos continuar investindo, só que é uma burocracia, demora 10 anos para conseguir um licenciamento para você fazer uma usina hidrelétrica. Ou seja, o empreendedor demora dez anos para conseguir uma liberação de uma energia que o Brasil precisa”, lamenta Hang.


O que são as PCHs

As pequenas centrais hidrelétricas (PCHS) são usinas de pequeno porte que tem capacidade de gerar até 30 megawatts. Segundo Marcus Vechi, que atua na área de comercialização de energia da Cotesa – empresa catarinenses do setor elétrico -, as usinas operam a “fio d’água”, ou seja, o reservatório não permite reservar água, atuando a mercê da condição natural do rio. Vechi explica também que qualquer empresa pode fazer um pedido de concessão das PCHs junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para comercializar energia.