Regulamentação da profissão de síndico é discutida no Senado
Algumas administradoras de condomínios de Brusque já profissionalizaram a função
Está em discussão no Senado, a regulamentação da profissão de síndico no Brasil. O assunto foi debatido na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal durante o mês de setembro, entretanto, não chegou-se a um consenso.
Entidades ligadas à profissão de síndico defenderam a profissionalização da atividade e a criação de uma lei específica, porém, a medida também foi criticada por limitar o poder de escolha de condôminos, que seriam obrigados a ter um síndico profissional.
Em Brusque, grande parte das administradoras de condomínios defende a regulamentação da profissão. A Bruscon, por exemplo, já oferece serviços de síndico profissional na cidade. De acordo com o gerente da administradora, Luiz Filipe Ramos, seis prédios administrados pela empresa já contam com a figura do síndico profissional.
“Nos grandes centros isso já é uma tendência, mas por aqui as pessoas ainda não tem esse hábito. Para nós, é excelente. Apoiamos muito a regulamentação”, diz.
De acordo com ele, nos prédios em que os profissionais da Bruscon atuam como síndicos, é feito todo o trabalho administrativo. “Atuamos normalmente, fazendo com que o caixa do condomínio se mantenha saudável, todas as manutenções permaneçam em dia, e toda a equipe trabalha 24 horas para que qualquer problema possa ser resolvido”.
Ramos diz ainda que todas as decisões são tomadas após consulta em assembleia, assim como nos casos onde o síndico é um morador do condomínio. “Ainda se tem aquela percepção de que o síndico tem que morar no prédio, e não é isso, o síndico tem hoje atribuições que vão muito além de morar no prédio e conseguimos suprir isso com nossa equipe”, completa.
Na HB Condomínios também já existe a figura do síndico profissional. A administradora da empresa, Fabiane Horst, afirma que condomínios maiores já utilizam o síndico profissional no dia a dia. “O caminho é esse, mesmo sem a regulamentação já têm vários profissionais atuando”, diz.
Entre os prédios administrados pela HB, três contam com síndicos profissionais e outros dois, foi a empresa que indicou um profissional por não haver nenhum morador interessado em assumir a função. “Temos hoje quatro profissionais atuando como síndico na nossa empresa. Muitas vezes as pessoas acham que haverá mais custos, mas pelo contrário, o custo é menor porque o síndico profissional sabe o que está fazendo”.
A proprietária da AMC Condomínios, Marise Batisti, destaca que a opinião da empresa sempre foi de que o síndico deve morar do prédio, principalmente pela questão de segurança dos moradores.
Porém, ela afirma que está cada vez mais difícil eleger um síndico morador. “A vida de todo mundo está muito corrida, e estamos sentindo essa dificuldade de eleger síndico. Essa é uma oportunidade de lançar a profissão no mercado”.
Para ela, a profissão pode ser regulamentada, entretanto, o síndico profissional deve ser treinado e conhecer as particularidades de cada prédio. “Há cerca de um ano que vem se falando isso. Já recebemos propostas de condomínios para exercer a função, mas preferimos, por enquanto, continuar apenas dando suporte para o síndico, administrando através da pessoa eleita”.