Reitor da UFSC é preso em operação da Polícia Federal
PF investiga fraudes em recursos destinados a cursos a distância da universidade federal
Mais de 100 policiais federais cumprem na manhã de quinta-feira, 14, mandados judiciais expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal em Santa Catarina, em investigação para desarticular uma organização criminosa que desviava recursos destinados a cursos da Educação a Distância da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
O reitor da UFSC, Luiz Carlos Cacellier de Olivo, foi preso na Operação Ouvidos Moucos. Segundo a PF, foi identificado que professores da universidade, empresários e funcionários de instituições e fundações parceiras teriam atuado para o desvio de bolsas e verbas de custeio por meio de concessão de benefícios a pessoas sem qualquer vínculo com a UFSC.
A Operação Ouvidos Moucos, deflagrada pela PF em conjunto com Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU), além do afastamento de sete pessoas de funções públicas, está executando sete mandados de prisão temporária, cinco de condução coercitiva e 16 de busca e apreensão, em endereços em Florianópolis e Itapema, em Santa Catarina, e Brasília, no Distrito Federal. A operação policial tem como foco repasses que totalizam cerca de R$ 80 milhões.
A Justiça Federal determinou ainda que a unidade central da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, em Brasília/DF, forneça imediatamente à PF acesso integral aos dados dos repasse para os programas de Educação a Distância da UFSC.
“As investigações começaram a partir de suspeitas de desvio no uso de recursos públicos em cursos de Educação à Distância oferecidos pelo programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) na UFSC”, diz a nota divulgada pela PF. Um dos alvos da ação dos policiais é um depósito de documentos ainda não analisados pelos órgãos de fiscalização localizado na região norte de Florianópolis, distante do campus da universidade.
De acordo com a PF, o nome da operação, Ouvidos Moucos, é uma referência à desobediência reiterada da administração da universidade aos pedidos e recomendações dos órgãos de fiscalização e controle.
Com informações da Agência Brasil