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Relembre nove fatos marcantes de 90 anos da história da Acibr

Entidade foi fundada em 1934

1. Construção da Antônio Heil

Edição do jornal O Município de 1º de novembro de 1974 com destaque para a inauguração da rodovia Antônio Heil, após 15 anos de reivindicações | Foto: Arquivo O Município

A reivindicação pela construção da rodovia que liga Brusque e Itajaí ganhou força durante a década de 1960 e foi uma bandeira levantada pela Acibr durante várias reuniões para ligar o município ao resto do Brasil. A via começou a ganhar forma em agosto de 1969, mas só foi inaugurada cinco anos depois.

A construção da Antônio Heil iniciou durante a administração do governador Ivo Silveira e ela estava adiantada ao fim do mandato dele.

A empolgação para a obra era tamanha que o presidente da Acibr na época, Érico Antônio Contesini, pediu em reunião para que os trabalhadores da indústria e comércio fossem liberados para acompanhar o início dos trabalhos, que teria a presença do governador e do ministro de Transportes, Mário Andreazza.

De fato, algumas pessoas prestigiaram o início das obras na área onde passava antigamente a estrada de ferro. Porém, não se tem confirmação se o governador ou o ministro estiveram em Brusque.

A inauguração, porém, ainda levou um tempo. A previsão é que ela fosse liberada durante o primeiro ano da administração de Colombo Salles, em 1971, o que não ocorreu. Lideranças políticas e empresariais de Brusque e região cobravam o governo por celeridade, mas o estado acusava a empresa executora da obra de não ter condições financeiras para tocar os trabalhos. Por outro lado, a empreiteira alegava falta de pagamentos.

Três anos depois do previsto, em outubro de 1974, a Antônio Heil finalmente foi inaugurada. Na ocasião, Colombo Salles ainda participou das inaugurações do prédio do Besc e da Celesc na cidade.

Em manifestação reproduzida pelo jornal O Município, a Acibr destaca que “acompanhou todo o processo de execução da obra, as inúmeras notícias e os percalços que fizeram da Antônio Heil uma construção que levou anos para ser concluída. Inclusive o próprio nome da rodovia, foi uma campanha que recebeu o aval e apoio da Acibr. Na reunião da entidade, realizada em 19 de fevereiro de 1970, foi lida correspondência recebida do jornal ‘A Cidade de Blumenau’, assinada pelo gerente da sucursal de Brusque, Celso Teixeira, na qual pedia
apoio da ACIBr na campanha por ele iniciada, a fim de denominar rodovia Antônio Heil (…), prestando assim uma digna homenagem a quem tanto fez por Brusque”.

Antônio Heil, o Neco, foi prefeito de Brusque entre 1966 e 1970 e uma das autoridades que, junto à Acibr, pleiteou a construção da rodovia. Ele faleceu em 1971, poucos meses após ser eleito deputado estadual. Sua esposa, Dóris, esteve presente na inauguração e cortou a fita durante a cerimônia.


2. Parceria com a Alemanha para formação de núcleos setoriais

Núcleo de Marceneiros participa de curso proposto pelo convênio em 1996 | Foto: Acibr/Arquivo

Os núcleos setoriais são um grande trunfo da Acibr, que foi pioneira, ao lado de outras associações do estado, na implementação deste modelo, que surgiu de uma parceria com a Alemanha.

A origem dos núcleos se deu após sugestão do empresário guabirubense Claus Metzger, casado com uma alemã, em uma reunião em Florianópolis, quando apresentou o sistema utilizado na Alemanha para o fomento de pequenas e médias empresas em algumas cidades do estado. O modelo acabou sendo desenvolvido em parceria com a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera (HWK) e o convênio de cooperação técnica Brasil/Alemanha foi assinado em 1991. Inicialmente, foi implantado em Joinville e depois foi para associações empresariais de outros estados.

O projeto Micro e Pequenas Empresas, pioneiro no estado, foi desenvolvido pelas Associações Comerciais e Industriais, incluindo a de Brusque, em parceria com a
HWK. Presidente da Acibr na época, Carlos Cid Renaux, que também presidia a Fiesc, trabalhou ativamente para que o convênio fosse concretizado.

A Acibr passou a implementar os núcleos em 1992. Os primeiros foram os dos automecânicos, padarias e marceneiros.

O convênio inclui missões empresariais, intercâmbios, cursos técnicos e intensa troca de experiências entre as empresas alemãs e brasileiras.

Nas primeiras reuniões dos núcleos, foram traçadas metas e necessidades de cada grupo, através de um método de planejamento e capacitações.

O principal resultado do convênio foi a abertura das associações para micro e pequenas empresas. O sucesso foi tamanho que o projeto foi ampliado para estados e também para outros países da América Latina.

Atualmente, a Acibr tem 28 núcleos setoriais. Mais importante do que isso, o presidente da associação, Marlon Sassi, destaca que 80% dos cerca de 800 associados compõem algum deles, o que aproxima as empresas da associação e faz com que a atuação seja mais direta.

“São mais de 600 empresas envolvidas nos núcleos, isso é um grande orgulho nosso. Os empresários sentem que a associação faz a diferença. São 30 anos de parceria com a Alemanha, que segue rendendo frutos”.


3. Construção do Centro Empresarial, Social e Cultural de Brusque

Prédio foi inaugurado em 2005 | Foto: Bruno da Silva/O Município

A construção do Centro Empresarial, Social e Cultural de Brusque (Cescb) foi um marco não só para a Acibr, mas para a cidade de Brusque. Ele é o símbolo maior do associativismo da cidade e reúne várias entidades.

A inauguração foi em 2005, no bairro Centro II. Porém, foram anos de mobilização das entidades para que ele fosse erguido.

A Acibr nutria há muito tempo o objetivo de uma sede própria. Durante décadas, a entidade utilizou espaços em clubes e salas alugadas para realizar reuniões, mas, pelo número de associados, criação dos núcleos e pelos serviços prestados, durante a década de 1990, foi percebida a necessidade de construir um espaço. O primeiro registro de uma vontade de construção de uma sede está registrado em ata em 1994.

A partir do ano seguinte, Ingo Fischer, que anos depois foi presidente da associação, passou a se envolver diretamente e liderou as negociações para viabilizar a construção do Cescb. Desde então, a ideia já era abrigar também outras entidades, como sindicatos patronais e CDL.

O local foi escolhido em 1998, em um terreno que pertencia ao Sesi nacional. As negociações para aquisição da área, com o apoio da Fiesc, encerraram pouco depois através de um contrato de comodato – o Sesi recebeu um espaço no prédio correspondente ao quinto andar.

O projeto foi desenvolvido pelo arquiteto Osmar Teske e a construção iniciou em outubro de 2000. O prédio foi inaugurado cinco anos depois. Além de sediar entidades, o espaço tem salas de reuniões e treinamentos, estacionamento e abriga o teatro com cerca de 280 lugares. A viabilização só foi possível por apoio de várias empresas da região.


4. Observatório Social de Brusque

Cerimônia de comemoração de oito anos de fundação do Observatório Social realizada em abril de 2019, no teatro do Cescb | Foto: Marcelo Reis/Arquivo O Município

O Observatório Social de Brusque (OSB) foi criado em 2011, dois anos depois após o então presidente da Acibr, Nelson Zen Filho, o Tato, – que acabou falecendo em 2018 – apresentou a ideia após conhecer a iniciativa em Itajaí.

Na ocasião, Tato explicou que o objetivo de um observatório social era acompanhar a utilização do dinheiro público, funcionando como um mecanismo anticorrupção, promover educação fiscal e trabalhar para a redução da carga tributária. No ano seguinte, o assunto voltou à pauta de uma reunião da Acibr, que contou com a presença do então presidente do Observatório de Itajaí, Jonas Tadeu Nunes. Meses depois, o presidente da entidade de Maringá (PR), onde a iniciativa surgiu, também foi recebido em Brusque.

A proposta foi tão bem recebida que não demorou muito para que o OSB tomasse forma. Em abril de 2011, com a definição de Evandro Gevaerd para o cargo de diretor executivo, a entidade foi criada oficialmente.

Evandro, presidente do conselho gestor da entidade atualmente, destaca que, desde o início, o Observatório foi reconhecido pelo poder público como uma entidade confiável e relevante.

“Sempre trabalhamos de uma forma discreta, não queremos ser estrelas e sim contribuir para a administração pública. Ampliamos nossas atividades, hoje temos uma atuação muito forte na educação fiscal — com atividades que são replicadas em outras cidades do Brasil, o que nos alegria muito — e monitoramento de obras nas três cidades”.


5. Fundo para manutenção da Polícia Civil, Militar e Corpo de Bombeiros

PM apresenta à Acibr balanços do convênio de Radiopatrulha | Foto: Acibr/Divulgação

A Acibr sempre teve uma preocupação especial com a segurança pública da região. O assunto foi citado desde as primeiras reuniões da associação e, ao longo dos anos, a entidade conseguiu contribuir para diversos avanços, incluindo a criação de fundos para a manutenção das forças de segurança, como as polícias Civil e Militar e os bombeiros

Durante anos, o Fundo de Melhoria da Polícia Militar (Fumpom) e Fundo de Reaparelhamento do Corpo de Bombeiros (Fumrebom) funcionaram em Brusque e em vários municípios do estado, mas foram considerados inconstitucionais pelo Ministério Público.

Na época da decisão do MP, Halisson Habitzreuter era o presidente da Acibr. Ele relata que a associação, então, buscou alternativas para manter os serviços de qualidade na cidade.

“Como já existia uma majoração de tributos na cidade, conversamos com a prefeitura na época para que esses valores fossem incorporados e não reduzidos, e fossem destinados para novos projetos”, explica.

Isso resultou em um projeto de origem do Executivo para que a Câmara aprovasse projetos para viabilizar os convênios, que contribuíssem com a PM — Radiopatrulha –, Polícia Civil e bombeiros, em substituição aos fundos, que permanecem até hoje.

“O convênio com a Polícia Civil foi o primeiro do estado. Somos referência para outras cidades. A Acibr e demais entidades fiscalizam a destinação desses valores e vemos que estão sendo aplicados de forma efetiva, através da aquisição de equipamentos, material, reformas, entre outros. O benefício para a comunidade é muito grande”.

Durante os anos, a Acibr também se orgulha de ter participado ativamente para que outras iniciativas ligadas à segurança fossem concretizadas, como a instalação do Corpo de Bombeiros, do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), construção de um prédio para Delegacia de Polícia e construção da Unidade Prisional Avançada de Brusque (UPA), entre outros.


6. Formação do Conselho das Entidades

Conselho une forças de 15 entidades em busca de objetivos comuns para as cidades da região | Foto: OAB Brusque/Divulgação

O Conselho das Entidades foi formado na gestão do presidente Tato, com o objetivo de reunir as associações de classes e a sociedade em busca de objetivos comuns em Brusque, Guabiruba e Botuverá.

Desde 2018, o conselho passou a ter encontros mais regulares após um período de certa inatividade e acabou contribuindo para diversas iniciativas, como a campanha ‘Não dê Esmolas’, Voto Consciente, e a Carta de Reivindicações, que sempre é apresentada a candidatos em períodos de eleição, além de busca de melhoria na infraestrutura da região – por exemplo, na defesa da construção da barragem de Botuverá e de melhorias nas rodovias.

O presidente Marlon destaca o mérito do ex-presidente Tato pela iniciativa, que ele considera altamente bem-sucedida.

“Ele enxergou a necessidade de sermos mais aliados do que concorrentes. Quando chegamos com grandes demandas, já estamos alinhados. Hoje somos uma força muito grande e isso faz com que a gente cresça mais rápido”.

Entidades que compõem o Conselho das Entidades

– Associação Empresarial de Brusque, Guabirura e Botuverá (Acibr);
– Câmara de Dirigentes Lojistas de Brusque (CDL Brusque);
– Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Brusque, Botuverá e Guabiruba (Sindilojas);
– Sindicato da Construção e do Mobiliário de Brusque (Sinduscon);
– Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Brusque (Simmmebr);
– Centro Empresarial de Brusque (Cescb);
– Sindicato das Indústrias do Vestuário de Brusque, Botuverá, Guabiruba e Nova Trento (Sindivest);
– Sindicato da Fiação e Tecelagem de Brusque (Sifitec);
– Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque e Região (Ampebr);
– Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Subseção Brusque;
– Clube de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Brusque (Ceab);
– Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (Crea-SC);
– Associação Brusquense de Medicina (ABM);
– Centro Universitário de Brusque (Unifebe) e
– Observatório Social de Brusque (OSB).


7. Festival Nacional da Cuca

Festival da Cuca foi lançado em 2014 | Foto: Festival Nacional da Cuca/Divulgação

O Festival Nacional da Cuca foi realizado pela primeira vez em 2014 e se consolidou no calendário de eventos em Brusque e na região.

Núcleo empresarial mais antigo em atividade no Brasil, o Núcleo de Panificadoras é o responsável pelo evento, em parceria com o poder público. Neste ano, foi realizada a 11ª edição, com sucesso de público e de vendas.

Além do mercado da cuca, o festival reúne diversas atrações para toda a família, como o concurso Cuca Nota 10, aula show, café colonial, oficina mirim, roda da cuca e feira de artesanato.

Atual coordenadora do núcleo, Emily Dognini destaca que o festival tem desempenhado um papel fundamental na valorização das padarias e confeitarias de Brusque, além de impactar positivamente a cultura local.

“Ao longo dos anos, o evento ajudou a consolidar a tradição da produção de cucas, permitindo que padarias familiares ganhem mais visibilidade e impulsionem seus negócios. Essa exposição fortalece o comércio local”.

Do ponto de vista cultural, Emily acredita que o festival não só preserva e celebra uma tradição gastronômica de origem alemã, como também ajuda a promover a identidade de Brusque. “Ele coloca a cidade no mapa como um centro de cultura e culinária, atraindo visitantes de diferentes regiões. Isso contribui para o sentimento de orgulho local, reforçando laços comunitários e mantendo vivas as tradições que definem a história de Brusque. Em todas as celebrações tem a famosa Cuca de Brusque”, ressalta.


8. Criação da marca coletiva Vale das Toalhas

Marca coletiva iniciou em meio à pandemia | Foto: Acibr/Divulgação

Em 2021, em meio à pandemia, o Núcleo de Fabricantes de Toalhas (NFTEX), na época liderado pelo coordenador Taciano Petermann, lançou a marca coletiva Vale das Toalhas. O propósito era agregar valor às empresas e fez muito sucesso, sendo reconhecido nacionalmente.

Para obtenção das marcas, as empresas precisam seguir uma série de requisitos, incluindo a obediência às regras ambientais, com o descarte correto dos dejetos oriundos de nosso processo de fabricação e a manutenção dos laudos ambientais e a obediência às determinações trabalhistas.

“Temos um grande polo têxtil e o setor é muito unido. Eles sentiram a necessidade de valorizar o polo e de ter um produto marcante, uma identidade. A marca teve um grande apoio e foi uma honra acompanhar, mesmo com todas as adversidades da pandemia, como a iniciativa deu certo. Hoje é uma marca reconhecida a nível nacional”, destaca a presidente da Acibr na época, Rita Conti.

Atual coordenador do NFTEX, Edsom Müller, o Pipoca, relata que o Núcleo Vale das Toalhas produz cerca de 2,2 mil toneladas de felpa/mês, empregando diretamente 1,4 mil colaboradores.

“Apesar de ter surgido como uma marca coletiva, hoje tomou uma identidade de selo de qualidade. A região é nacionalmente conhecida pela alta produtividade de toalhas felpudas, assim, o selo tem trabalhado para garantir que as 23 empresas participantes estejam, rigorosamente, dentro de altos padrões ambientais, trabalhistas e sociais. Desde o início da jornada, os participantes do núcleo entenderam que, juntos, poderiam se tornar tão competitivos quanto os maiores players do mercado. Assim, por meio desta união, as empresas se beneficiaram com diversas ações, como projetos de marketing conjuntos, compras coletivas, missões nacionais e internacionais, cursos, entre outros”, resume.


9. Dia D Ecoponto

Só na última edição, de 2024, Dia D Ecoponto recolheu 1,9 toneladas de pilhas, baterias e lixo eletrônico | Foto: Amábile Nazário/Acibr

Em 2024, a Acibr realizou mais uma edição do Dia D Ecoponto, que surgiu da necessidade trazida pelas empresas à associação, já que não havia um local de descarte de materiais como eletrônicos, pilhas e lâmpadas no município.

Desde 2015 a ação já recolheu mais de 20 toneladas de lixo eletrônico, pilhas e baterias. Neste ano, 1,9 tonelada desses materiais foi recolhida, além de 1.405 lâmpadas, 32 esponjas e oito pneus.

Coordenador do Núcleo de Gestão Ambiental da Acibr, Valter Floriani acredita que, ao longo desse período, além de atender à necessidade de associados, a ação causou um impacto positivo na comunidade em geral. “A gente impactou uma boa parte da sociedade, que ficou mais consciente na disposição final de seus resíduos”.

Ele ainda acrescenta que as ações vão além dos pontos de coleta. Alunos do Sesc estão sempre presentes auxiliando na separação dos materiais, por exemplo. “O Dia D Ecoponto também gerou um despertar do órgão ambiental em nossa cidade, que tem abraçado este trabalho do Núcleo de Gestão Ambiental há anos”. A ação também tem apoio da Fundação do Meio Ambiente (Fundema).