Rendimento médio do catarinense caiu 10% em julho, diz IBGE
Trabalhador recebeu efetivamente R$ 2.225 no mês, quando normalmente o valor é de R$ 2,473; diferença é negativa em R$ 248
Trabalhador recebeu efetivamente R$ 2.225 no mês, quando normalmente o valor é de R$ 2,473; diferença é negativa em R$ 248
A economia de Santa Catarina vem dando sinais de retomada desde junho, com redução constante no desemprego, melhora da atividade econômica e crescimento do comércio e da indústria. No entanto, os dados mostram que a recuperação é lenta e boa parte dos catarinenses ainda sofre com os efeitos da paralisação sanitária.
A taxa de desocupação, por exemplo, caiu de 8,6% em junho para 8,4% em julho, segundo a Pnad Covid do IBGE. O índice ficou bem abaixo da média nacional, de 13,1%. Apesar disso, a pesquisa aponta que cerca de 312 mil catarinenses estavam sem ocupação no último mês.
Já o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, aponta o fechamento de 95 mil vagas de emprego formais desde março. Em junho (+3,3 mil) e julho (+10 mil) o saldo do mercado de trabalho mostrou recuperação, mas ainda longe daquilo que era registrado antes da pandemia. No pico das restrições, em abril, e Estado perdeu 76 mil postos.
Ainda segundo o Caged, eram 2,108 milhões de catarinenses com carteira assinada em janeiro. Em julho, esse montante caiu para 2,034 milhões. Diferença de 74 mil, ou 3,5%.
Outro dado que mostra a recuperação é a atividade econômica de Santa Catarina, medida pelo Banco Central. Em junho, houve avanço de 4,8%. Para retomar os índices pré-pandemia, o Estado precisaria crescer 5% em julho.
Além da perda da vaga, também há a perda de renda para aqueles que permaneceram empregados. A redução, segundo a Pnad Covid do IBGE é de cerca de 10%. Em julho, o valor médio recebido por cada catarinense ocupado foi de R$ 2.225, contra R$ 2.473 normalmente recebido. A diferença é de R$ 248.
A perda é importante, mas já foi maior. Em maio, quando a economia ainda tinha muitos setores parados ou tentando retomar a normalidade, a variação era negativa em 14%: percentual de variação entre os R$ 2.490 normalmente recebidos, em média, contra R$ 2.133. A diferença é negativa em R$ 357.
A redução média pode parecer pequena em valores nominais, mas na massa de rendimentos totais a queda de 10% representa R$ 824 milhões a menos na mão dos trabalhadores. Isso impacta diretamente vários setores, principalmente aqueles ligados ao setor de serviços, como manicure, corte de cabelo, restaurante e hotéis.
A pesquisa do IBGE também apurou o resultado da obtenção de crédito no Estado. Segundo o estudo, cerca de 6,7% do total de domicílios tiveram pelo menos um morador que solicitou empréstimo. Destes, 77,6% conseguiram contratar e 22,4% não conseguiram. O índice de sucesso foi o nono melhor do país.
Os domicílios que mais solicitaram empréstimos foram os de baixa renda, com rendimento familiar per capita inferior a meio salário mínimo. Cerca de 166 mil domicílios conseguiram os recursos, contra 37 mil que não conseguiram.