Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Renovação no Congresso?

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Renovação no Congresso?

Pe. Adilson José Colombi

No dia 1º de fevereiro de 2019 começam seu trabalho os novos deputados federais e senadores eleitos, nas eleições de 2018. O resultado da eleição apresentou uma renovação que não acontecia desde a redemocratização.

Também foi a maior pulverização dos deputados e senadores, em partidos políticos (aliás, siglas). Partidos mais tradicionais perderam em quantidade. Partidos novos e pequenos ganharam cadeiras no Parlamento. O partido do presidente Bolsonaro conseguiu o significativo número de 47 deputados novos de uma bancada de 52 parlamentares. Em segundo lugar ficou o PRB (18 novos parlamentares), seguido por PSB (16), PT (15), PSD (14), PP e PDT (12 cada) e DEM (10). Os outros partidos elegeram menos de dez novos deputados. Uma renovação de 47,37%, segundo o cálculo da Secretaria Geral da Câmara dos Deputados.

Destes, foram eleitos 243 candidatos “novos” (de primeiro mandato) e reeleitos 251 deputados, de um total de 444 candidatos à reeleição. Ou seja, 56,5% dos deputados que se candidataram à reeleição foram reeleitos. Também foram eleitos 19 ex-deputados de legislaturas anteriores (3,7%).

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Na maioria, porém, não representa uma verdadeira e autêntica renovação na política de representação do povo, no Parlamento. Com efeito, uns já foram deputados ou outros cargos públicos e estão voltando; outros, já foram deputados estaduais ou prefeitos. É, portanto, uma circulação no poder de mandatos inferiores ou do Senado para a Câmara. Os que verdadeiramente são “caras novas” e com representação do “povo” são a minoria dos eleitos.

A renovação poderia ter sido muito maior não fossem os fundos partidário e eleitoral beneficiando as velhas raposas, que mesmo assim, ainda bem, alguns não conseguiram reeleger-se.

A faxina foi ainda reduzida. Mas, não deixa de ser já um caminho a seguir nas futuras eleições. Quem sabe candidatos mais sérios, éticos, comprometidos com o bem comum sejam escolhidos por eleitores (as) mais conscientes e participativos.

É bom salientar a atitudes desses eleitores (as) porque foram eles que reconduziram ao Parlamento muitos corruptos notórios, indiciados, réus, condenados. E não é por falta de oportunidade de se inteirar da vida dos candidatos. Foi e é falta de critérios, discernimento e carência de senso de pensar no bem comum do povo brasileiro.

No Senado, a renovação foi mais acentuada. De cada quatro senadores que tentaram a reeleição em 2018, três não conseguiram. Essa estatística marca a eleição mais surpreendente da história recente do Senado Federal. Fazia tempo que não apareciam tantas caras novas para compor o Senado.

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No total, das 54 vagas em disputa neste ano, 46 serão ocupadas por novos nomes – renovação de mais de 85%. Dos nove estados com dois senadores na disputa, nenhum viu ambos retornarem. Em cinco casos, nenhum dos dois senadores conseguiu se reeleger. Não deixa de ser uma novidade e uma esperança de novas atitudes.

Sem dúvida, houve uma relativa renovação no Parlamento Brasileiro. Tanto na Câmara dos Deputados Federais, quanto no Senado Federal. Mas, ainda há muita coisa a fazer para que haja uma autêntica e verdadeira renovação no modo de fazer política que seja, de verdade, uma administração da “coisa pública”, em prol do bem comum de todo o povo brasileiro.

Para isso, se faz necessário um quadro de Partidos Políticos, que representem, com propriedade e responsabilidade, a vontade de “partes” (partidos) do modo de pensar e de agir de parcelas do povo, em vista da construção do bem comum para todo o povo brasileiro. Não para o “partido” ou para indivíduos ou grupos.

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