Resfriados aumentam em até 30% atendimentos nos hospitais
Ar-condicionado é apontado por especialistas como principal causador da doença no verão
Solução para os dias de calor intenso, o ar-condicionado pode tornar-se vilão quando o assunto é a saúde. Como exige ambientes fechados para funcionar adequadamente e como pode atingir temperaturas muito baixas, o aparelho é o principal causador de resfriados no verão. A doença é uma das que mais levam brusquenses ao hospital nesta época do ano. Os atendimentos aumentam até 30% em comparação as outras estações do ano – perde apenas para o inverno.
No Hospital e Maternidade Evangélico de Brusque (HEM), os atendimentos chegam a atingir 20% a mais, de acordo com o coordenador do pronto-socorro, Marcos Staak. Ele afirma que um mesmo vírus permanece no corpo durante cinco a sete dias e, depois disto, não volta a infectar a mesma pessoa. Se o indivíduo permanece resfriado por mais de sete dias significa que outro vírus chegou ao corpo.
“A pessoa pode ter vários resfriados durante o verão, mas sempre são vírus diferentes. Às vezes demora de três a quatro semanas para melhorar. A aglomeração de pessoas no mesmo local auxilia a proliferar o vírus. Como as pessoas ficam muito tempo fechadas no ar-condicionado, é mais fácil de serem atingidas. Principalmente pela pouca troca de ar que o ambiente proporciona”, diz.
A mudança brusca da temperatura corporal causada pela entrada e saída em ambientes frios não “influencia muito” para a pessoa contrair o vírus, afirma Staak. Apenas quem já tem uma predisposição a doenças respiratórias, como asma e bronquite, pode ser afetado, pois o ar condicionado mantém o ambiente seco e irrita as vias aéreas.
No Hospital Azambuja, os atendimentos relacionados a resfriados chegam a aumentar até 30% no verão em comparação aos outros períodos. De acordo com o enfermeiro Jair Rodrigues da Silva, os mais atingidos são as crianças e os idosos. Infecções de ouvido e dores de garganta também atingem as pessoas e auxiliam para o aumento no número de atendimentos.
“As pessoas acabam trocando muito de ambiente. Saem na rua e está 30 graus, entram no banco e está 16 graus. Acaba dando choque térmico e acaba prejudicando aqueles que são mais suscetíveis, ainda mais se as mudanças são constantes. Mas não há o que fazer. Precisamos entrar em lojas, bancos e supermercados”, afirma.
Tratamento
O tratamento para o resfriado varia conforme os sintomas, explica o coordenador do pronto-socorro do HEM. Para febre, por exemplo, acaba-se utilizando antitérmico. Para as dores musculares e nas articulações, usa-se analgésico comum. Em alguns casos, anti-inflamatórios também são indicados, pois mantêm a temperatura do corpo mais baixa e evitam a febre. “O tratamento é mais de suporte, porque o próprio organismo se encarrega de eliminar os vírus”, afirma Staak.