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Resgate de égua mobiliza moradores e entidades, no bairro Limeira

Depois de quatro horas atolado em riacho, animal foi removido pelos bombeiros na segunda-feira à tarde

A queda de uma égua num riacho na manhã de segunda-feira, em frente ao Centro de Educação Infantil (CEI) Vó Rosa Dallago, no bairro Limeira, mobilizou moradores e entidades.

Pretinha, de cerca de cinco anos, ficou atolada por aproximadamente quatro horas e precisou ser retirada com a ajuda do Corpo de Bombeiros. O animal estava muito fraco e com o corpo repleto de carrapatos.

Um morador do bairro, ao avistar a égua dentro do riacho, solicitou aos funcionários da prefeitura que estavam próximos à escola para que chamassem os bombeiros. Os socorristas foram ao local e simultaneamente comunicaram a Associação Brusquense de Proteção aos Animais (Acapra). Pretinha, mesmo debilitada, foi retirada de dentro do córrego por volta das 13h de segunda-feira e passa bem.

Assim que removeram a égua do riacho, os bombeiros foram embora e deixaram com a Acapra a responsabilidade de cuidar e dar um destino ao animal. A entidade, que se diz responsável pelo trabalho de conscientização e não de recolhimento dos bichos, sem muitos meios de ação, entrou em contato com a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema) e com a Vigilância Sanitária. Ambos os órgãos informaram que a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) seria responsável por cuidar do animal.

Porém, a Acapra entrou em contato com a Cidasc, que não atendeu as ligações. Não tendo outras alternativas, duas das voluntárias da associação que estavam no local cuidaram de Pretinha. Ingrid Saporito e Jéssica Ricardo massagearam a égua até que ela retomasse as forças e depois levaram ela para um lugar mais seco, já que ela estava ao lado da lama.

Após isso, as voluntárias foram em busca de informações com a comunidade para saber quem era o proprietário de Pretinha. Elas descobriram que o dono havia deixando o animal no pasto de um vizinho há cerca de três meses e não voltou mais para cuidar da égua.

Crime ambiental

Diante da situação, Ingrid e Jéssica registrarão um boletim de ocorrência (BO) sobre a negligência do dono com o animal. O laudo do bombeiro será anexado ao processo. Ele também será notificado por meio de uma abordagem consensual. O artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais diz que negligência é considerada maus tratos. “Esse fato desencadeou várias situações que são muito sérias. O fato do dono abandonar a égua e a nossa indignação pela falta de apoio das entidades em solucionar o problema”, diz Ingrid, que reforça: “Somos uma ONG de proteção aos animais, mas a responsabilidade é de todos. Infelizmente não temos estrutura para cuidar de animais de médio e grande porte”.

Égua ficará no pasto

A situação só não ficou mais crítica graças a generosidade do proprietário do pasto. O homem, vizinho do dono de Pretinha (que prefere não se identificar), ficará temporariamente com a égua. Caso o dono não queira mais o animal, ele se comprometeu a cuidar dela definitivamente. Foi esse homem que passou remédio nos carrapatos de Pretinha e a alimentou. “Mesmo com toda essa problemática, da falta de apoio dos órgãos competentes e da negligência do dono, tivemos sorte. A Pretinha teve sorte de ter alguém que cuidará dela”, diz Ingrid.

0800 para emergência

Contatada pelo Município Dia a Dia, a Cidasc de Brusque não comentou o caso. Já o gestor do Departamento da Regional de Itajaí, João Carlos Batista dos Santos, diz que a Vigilância Sanitária tem dois médicos veterinários responsáveis por realizar esse atendimento.

Santos ainda diz que a Cidasc disponibiliza de um 0800 – 0800 643 9300 – para casos de urgência. “Esse é um número direto, que quando contatado, o médico veterinário mais próximo do local atenderá o caso o mais rápido possível”.

No entanto, a coordenadora da Vigilância Sanitária, Clotilde Imianowsky, diz que não é de responsabilidade do órgão esse tipo de atendimento. Ela afirma que, embora o órgão tenha dois funcionários formados em medicina veterinária, eles são contratados como fiscais sanitários. A obrigação, portanto, é de fiscalização quando os animais perturbam o sossego alheio e também de higienização. Ainda assim, Clotilde diz que sempre que possível os profissionais auxiliam quando solicitados, já que para eles, a principal necessidade é de ajudar o animal.