Restrição à pesca no estado faz preço da tainha subir em Brusque
Valor do quilo do pescado está acima dos R$ 7,50, segundo estabelecimentos consultados
O valor da tainha em Brusque está mais alto do que no ano passado por causa das restrições impostas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em dois estabelecimentos consultados por O Município, o preço varia de R$ 7,50 a R$ 10 por quilo.
O motivo para o encarecimento do pescado – tradicional no inverno – são as restrições impostas pelo Mapa e pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Com isso, poucas embarcações foram autorizadas a pescar de forma industrial em Santa Catarina. O resultado tem sido sentido pelos consumidores diretamente no bolso, pois as peixarias de Brusque estão com dificuldades de conseguir o peixe e, por isso, o valor subiu.
O proprietário do Mercado do Peixe, Valdir de Souza, conta que a oferta de tainha está menor, mas ele tem conseguido o peixe para suprir a demanda. Ainda assim, o valor está mais alto: R$ 7,50, enquanto que em 2016 o quilo custava cerca de R$ 5.
“A safra foi abaixo do esperado porque proibiram os barcos de pescar”, diz Souza. A safra da tainha dura maio e junho, portanto, já está na fase final. A venda tem sido boa no Mercado do Peixe, ainda que o preço esteja mais alto.
Alta procura
A procura pela tainha pode ser prevista com as estações. Quando o frio chega, os consumidores vão para as peixarias. No Pescados Zize, o movimento em busca do peixe começou logo nas primeiras semana de frio.
“Alguns esperam o frio e alguns esperam baixar o preço do quilo”, diz Luiz Henrique Schaadt, o Zize, proprietário da peixaria. É fato, afirma ele, que se não der frio, os clientes não aparecem para comprar a tainha.
Apesar de o período de comercialização da tainha já estar no final, a expectativa de Zize é que as vendas melhorem. Os preços variam de R$ 8 a R$ 10, e a tainha limpa é mais cara.
Safra
De acordo com a Federação dos Pescadores de Santa Catarina (Fepesc), a safra deste ano rendeu cerca de 30% a menos em comparação com o ano passado.
As restrições do governo federal sobre o setor causaram protestos. Pescadores de Itajaí chegaram a bloquear o porto.