Retirada de animais no parque Leopoldo Moritz deixa frequentadores insatisfeitos
Durante a reforma, os alojamentos foram destruídos e os bichos foram levados para o Zoobotânico; prefeitura ainda não decidiu se eles retornam para o local
Ao entrar no recém revitalizado parque Leopoldo Moritz, conhecido como Caixa D’Água, é possível ver um único animal: um pato que acabou escapando quando todos os outros animais que viviam ali foram transferidos para o parque Zoobotânico. A falta dos bichos acabou gerando reclamações dos frequentadores do local. O diretor do Departamento Geral de Infraestrutura (DGI), Artur Antunes, responsável pelas obras no local, diz que a retirada dos animais foi necessária para a realização da reforma.
“Ainda não temos previsão se os animais irão voltar para o parque. Para isso seria necessário construir novamente as instalações que abrigavam eles. A partir do momento que retornarmos às atividades na prefeitura [dia 12], poderemos definir melhor essa questão”, explica Antunes.
Elaine Klann, de 36 anos, constumava ir ao local quando ainda era a Minifazenda Colcci, na década de 1990. Segundo ela, a reforma ficou muito boa, mas a falta dos bichos deixou o lugar pouco atrativo.
“O lugar está lindo, os brinquedos são novos, dá mais segurança para as crianças. Mas o que mais nos atraía na infância era ver os animais do parque e ficamos muito decepcionados ao descobrir que eles não estão mais ali”, conta Elaine, que é mãe de um menino de 10 anos e tem dois sobrinhos pequenos, um de seis e outro de sete anos.
A mãe dela, Elvira Klann, afirma que o local ficou sem vida com a falta dos animais. “Parece um cemitério. A impressão é que a gente vai no lugar, mas ele perdeu a vida, o brilho. Por mais que aqueles animais fossem de pequeno porte, as crianças adoravam, dava gosto de levar meus filhos lá antigamente, agora os meus netos nem querem ficar ali”, revela. “Agora temos que pagar R$ 20 para atravessar o teleférico e ver os animais num zoológico”, completa.
O parque foi interditado em agosto deste ano e desde então passou por diversas mudanças. Mas, para realizar essa reforma, foi preciso destruir os alojamentos onde ficavam os animais, por isso, todos foram deslocados até o parque Zoobotânico.
O superintendente do Zoobotânico, Vilson Moresco, diz que a maioria dos animais que viviam no local eram de pequeno porte, como galinhas, coelhos e faisões. Eles foram levados ao parque no início de dezembro e agora estão recebendo todos os cuidados necessários até que possam voltar ao local.
“Não sabemos ao certo, mas vieram para cá entre 60 e 70 animais. A princípio será temporário, mas estamos aguardando a decisão da prefeitura para definir quando eles voltam para o local”, conta.
Patrícia Goulart levou o filho Gabriel, de sete anos, para visitar o parque na última semana e espera que os bichos retornem em breve. “Quando eu era pequena tinha um pônei no parque, ele era o xodó de todo mundo, a gente vinha só para vê-lo. Acho que o diferencial desse lugar era justamente isso, esse contato que as crianças tinham com os animais, por isso, espero que eles voltem o quanto antes”, declara.