Retorno do PP à prefeitura levou duas décadas; veja histórico
Última vez que o partido disputou a prefeitura foi com Hylário Zen, em 1996
Última vez que o partido disputou a prefeitura foi com Hylário Zen, em 1996
Em 1996, o prefeito Hylário Zen foi eleito pelo então Partido Progressista Brasileiro (PPB), que mais tarde se tornaria o PP. Nessa época, o partido fora criado havia pouco tempo, e participava de sua primeira disputa a nível municipal.
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Desde então, a sigla preferida dos empresários locais não disputou nenhuma eleição na cabeça da chapa, embora tenha sido vice do PT por dois mandatos. Hylário Zen, então empresário, foi alçado à condição de prefeito por influência dos correligionários.
“Eu fui pego de surpresa, eu sempre criticava este ou aquele, e um dia me disseram que eu ia ser prefeito, daqui a pouco lançaram meu nome, e fui. Não tinha pretensão política nenhuma, mas como é minha cidade natal, era uma honra pra mim ser prefeito”, disse ele, que desde que deixou o governo está afastado da vida pública, apesar de ainda ser filiado ao PP.
Assim como seu Hylário, Bóca Cunha também é um político oriundo da classe empresarial, e o segundo nome do partido a ocupar o cargo máximo do Executivo. Na eleição seguinte, em 2000, o partido apenas apoiou a candidatura de Chico Wehmuth, pelo PSDB, derrotado naquela oportunidade.
O PP não participou em chapa majoritária também em 2004: apoiou a candidatura derrotada de Serafim Venzon (PSDB), que à época tinha como vice Danilo Rezini, então no PPS.
“Quando o Hylário Zen saiu o PP acreditou em outra coligação que acabou não sendo vitoriosa. Nas duas últimas eleições o PP deixou de ser protagonista e acabou compondo chapa com Paulo Eccel, relembra o vereador Jean Pirola, líder do governo na Câmara de Vereadores.
“Com a volta do Partido Progressista à frente do município, a gente verifica que é a volta do empresariado ao comando da cidade, com o prefeito Bóca, que tem um respeito muito grande na cidade, e esse é um respaldo que o PP sempre teve na política”, diz o vereador.
Duas eleições seguidas como vice do PT
Em 2008, o PP indicou o vice – Evandro de Farias, o Farinha – na chapa que teve Paulo Eccel (PT) como prefeito eleito. No primeiro mandato, as coisas andaram na base do mar de rosas; o PP ocupou cadeiras importantes no governo, como as Secretarias de Educação, Fazenda e Obras, além do Samae.
Na eleição de 2012, a parceria foi reeditada, novamente com a indicação de Farinha para o cargo de vice-prefeito; ambos ganharam a disputa com tranquilidade, sobretudo após a candidatura de Ciro Roza, principal concorrente, ter sido indeferida.
Logo após essa eleição, contudo, as coisas começaram a ficar ardidas. Nesse ano, o governo do PT tentou emplacar o vereador Valmir Ludvig na Secretaria de Educação, no lugar de Gleusa Fischer. O PP bateu o pé e ameaçou deixar o governo, se isso se concretizasse. A proposta foi retirada da mesa. As desavenças, porém, não pararam.
Anos mais tarde, o vice-prefeito, então diretor-presidente do Samae, viu-se envolvido na acusação de ter utilizado uma transação da autarquia em benefício próprio, o famigerado terreno comprado de Denis Smaniotto.
Uma falsificação de assinaturas no termo de desapropriação gerou uma guerra de versões entre a procuradoria do município e a direção do Samae, o que azedou ainda mais as relações, rompidas oficialmente no início de 2015.
O partido se bandeou, então, para apoiar o prefeito interino, Roberto Prudêncio Neto, inclusive com ocupação de cargos comissionados. Isso não durou muito: nesse ano o PP deixou a base de apoio a Prudêncio, justamente, para derrubar o seu governo na eleição indireta marcada pelo TSE.
Eleição de Bóca credencia PP para outubro
O líder do Partido Progressista na Câmara Municipal, o vereador Edson Rubem Muller, comemora o retorno à prefeitura. “Para nós é motivo de alegria e satisfação podermos voltar à cadeira máxima do executivo, é prova que o partido vem se organizando, aumentando seus filiados, na condição de fazer uma boa gestão pública”.
Ele diz que a eleição de Bóca dá mais força para que o partido dispute a eleição direta marcada para outubro. “A frente do governo municipal, o partido se fortalece e se organiza melhor para as eleições que estaremos concorrendo”.
A liderança do governo tem opinião semelhante. “Tenho certeza que com a ida do PP para a prefeitura, o partido vai ter candidato a prefeito, agora mais forte ainda. A eleição do Bóca da um peso muito maior para o partido ser protagonista das próximas eleições”, afirma Jean Pirola.