Revolução pelo conhecimento
Jovens do município realizam intercâmbio para Província de Trento com objetivo de estudarem sobre o cultivo da uva
Ao longo das décadas, a produção se desenvolveu e hoje a cidade possui vinícolas que exportam para vários países.
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De acordo com o engenheiro agrônomo da Epagri, Victor Alisson Gomes, Nova Trento possui nove vinícolas registradas: quatro grandes e cinco menores. Há, ainda, cerca de 50 famílias que produzem vinho em casa para consumo próprio.
O IBGE estima, segundo dados preliminares do Censo Agropecuário, que o município possui 20 estabelecimentos com mais de 50 pés de uva, que produzem mais de 169 toneladas do fruto ao ano.
Intercâmbio para Província de Trento
O interesse é tão grande que, na década de 80, uma parceria foi firmada entre o município e a Província de Trento, na Itália. A província ofereceu bolsas de estudos para pessoas de Nova Trento que gostariam de aprender mais sobre o cultivo da uva, a fabricação do vinho e a produção de laticínios.
Os jovens neotrentinos estudavam durante dois anos na Itália e aprendiam todos os detalhes sobre a enologia (arte de produzir vinho). Quando retornavam à cidade natal, estavam capacitados para produzirem o próprio vinho e empreenderem no setor.
Revolução na produção
Juliano Mazzola foi um dos estudantes que participou desta jornada. Entre 1987 e 1989, ele fez um intercâmbio para província junto com outros jovens e pôde estudar no Istituto Agrario di San Michele all’Adige. Quanto retornaram para Nova Trento, Mazzola e alguns amigos criaram a vinícola Neotrentina.
Até então, a produção do vinho na cidade era manual, em processo longo e demorado. Com o aprendizado adquirido, a produção de vinho foi transformada.
“Ninguém trabalhava com a tecnologia que a gente trouxe da Itália. Os processos de fabricação em 1990 eram rudimentares, quase nenhuma tecnologia. A partir da nossa chegada, a gente dá um impacto na maneira de produzir vinho e isso melhorou muito a qualidade dos demais produtores”, relembra Mazzola, que hoje é professor de italiano.
Os responsáveis por tamanha mudança foram, além de Mazzola, Jovane Tamanini, Afonso Nazareno Tridapalli, Filinto Marchi, Ambrósio Creppas e Valmir Sborz.
Segundo ele, essa modernização no setor aconteceu graças ao impulso da Província de Trento. “Nós voltamos e montamos uma vinícola, em 1992, e a Itália investiu nessa vinícola comprando os primeiros 10 tanques de aço inox, e nos colocou à disposição professores do Istituto Agrario que vieram para nos orientar”, afirma.
O conhecimento adquirido em Trento foi repassado aos produtores do município que não possuíam a tecnologia da vinícola. Alguns até visitavam a Neotrentina para compreender a tecnologia e fazer experiências com os equipamentos.
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A vinícola tocou as atividades com o apoio e a participação da Associazione Trentini nel Mondo, Circolo Trentino di Nova Trento e Organização das Cooperativas do estado de Santa Catarina (Ocesc).
Nos dias atuais, a Neotrentina está desativada “em função das exigências do Ministério da Agricultura, devido à falta de adequação estrutural”, segundo o proprietário Valentim Casett. Ele afirma, no entanto, que há planos para o retorno da vinícola.
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Veja outros conteúdos do especial:
– Introdução
– Visão empreendedora
– Vinho feito em casa
– Para manter cultura viva