Jefferson Alves/Brusque FC
Arrancar bem para não se incomodar depois
O jogo da primeira rodada vale os mesmos três pontos da última. Quem conseguir ter uma boa arrancada em uma maratona de 38 rodadas garante tranquilidade na parte final e não vai preocupar a cabeça com o fantasma do rebaixamento. É muito cedo pra se falar em acesso. Mas o Brusque já abriu cinco pontos […]
O jogo da primeira rodada vale os mesmos três pontos da última. Quem conseguir ter uma boa arrancada em uma maratona de 38 rodadas garante tranquilidade na parte final e não vai preocupar a cabeça com o fantasma do rebaixamento. É muito cedo pra se falar em acesso. Mas o Brusque já abriu cinco pontos para a parte de baixo da tabela, naquela missão de chegar no “número mágico” de 43 pontos.
O Bruscão venceu o Londrina mostrando superioridade. O time do Paraná estava confuso em campo, quase entregou dois gols, e no segundo tempo tratou de só fazer chuveirinho na área atrás de um gol. Houve o gol impedido de Edu, é verdade, mas no segundo tempo a arbitragem anulou um gol legal de Thiago Alagoano.
Domingo tem o Avaí pela frente, e começam as dificuldades de um campeonato exaustivo. Iansou saiu lesionado, Everton Alemão ainda em recuperação, Airton também. A tendência de uma zaga “reserva” no domingo é grande, ainda que Claudinho tenha feito um ótimo jogo em Londrina e Sandro seja um cara de qualidade, que chegou para ser titular. Na frente, o time conta com mais opções de meio-campo para variar formações com Thiago Alagoano e, finalmente, chegou um camisa 9 para a reserva de Edu, que ainda não está pronto para uma partida inteira.
Ainda que o time não esteja ainda jogando o seu melhor, a boa arrancada dá tranquilidade. O Avaí vem pressionado, depois de um ponto em dois jogos e a eliminação na Copa do Brasil para o Athletico. Pode ser a oportunidade para pontuar mais um pouco e se manter na parte de cima da tabela. O caminho tem que ser pavimentado de tijolo em tijolo.
Linha dura com Garcez
A Diretoria do Brusque age de forma corretíssima no episódio do segundo “desaparecimento” do atacante Garcez, que ontem completou uma semana. Se no primeiro sumiço, o clube acreditou ter sido um fraquejo do atleta, oferecendo até ajuda psicológica, agora o discurso é outro: o clube diz ter certeza de que o jogador, que tem contrato até o final de 2024, está sendo orientado por alguém a não aparecer nos treinos para forçar uma saída.
É uma situação única, onde o jogador só tem a perder. Vamos imaginar que, lá na frente, um clube grande tenha real interesse no seu futebol. Uma rápida busca na internet vai entregar o seu “passado” de jogador promissor que não cumpre contrato. Eu tentei de várias formas um contato com o atleta ou até um representante para ouvir um contraponto. Silêncio. O seu assessor de imprensa disse que também não consegue falar com Garcez.
Penso que, com dor no coração pelo talento que ele tem, que a situação de Garcez seja tratada no âmbito empregador e empregado. Se ele não aparecer, o Brusque tem o direito de decretar o abandono de emprego e até cobrar a multa rescisória dele, sob pena do atleta não se transferir. É uma situação que eu só vi no futebol amador. Agora, em um campeonato de alto nível como a Série B, é inédito.
Não há clima algum para ele ser reintegrado: no primeiro sumiço, o plantel até levou na brincadeira. Agora o buraco é mais embaixo. Garcez desrespeitou a imagem do Brusque Futebol Clube.