A cara do Bruscão em 2022
Já há um tempo, mais exatamente na reta final da última Série B, cheguei a escrever aqui nesta coluna que o Brusque “aprendeu como funciona o campeonato” com ele andando. Foram várias situações, passando desde o modelo de jogo do técnico Waguinho Dias, que encaixou nas últimas rodadas, até a própria montagem do elenco, com […]
Já há um tempo, mais exatamente na reta final da última Série B, cheguei a escrever aqui nesta coluna que o Brusque “aprendeu como funciona o campeonato” com ele andando.
Foram várias situações, passando desde o modelo de jogo do técnico Waguinho Dias, que encaixou nas últimas rodadas, até a própria montagem do elenco, com a necessidade de cinco zagueiros e uma distribuição mais “equilibrada” do plantel.
Virou o ano, acontecem as saídas e chegadas, e o time do Bruscão para 2022 caminha para ter mais alternativas. Existem situações interessantes, ainda que o clube precise ir atrás de mais um goleiro, por exemplo.
Pensando em deixar espaço para reforçar o time para a Série B, o time conta hoje com cinco zagueiros, sendo que um deles chega por empréstimo do Grêmio até o fim do estadual. Com a chegada do experiente Wallace, capitão da terceira melhor defesa da última Série B pelo Vitória, o time ganha demais e aponta não ter mais problema nesse setor. Mesma coisa no ataque, com a chegada de um terceiro homem de área, João Paulo, que também vai ajudar no estadual. Se for bem, pode ficar.
O desenho do time para a estreia do Catarinense contra o Concórdia tem uma espinha dorsal do Brasileiro, com a permanência de boa parte do time titular. As mudanças vem na frente, mas há boas opções. Tenho uma expectativa muito boa pelo uso de Fernandinho, que vi brilhar no Joinville, dentro do time titular. Pode ser o jogador que venha a “acelerar” o time no setor de armação.
As chegadas de Trindade, Jailson e Crislan acrescentam bastante nas alternativas de formação do time, que poderá ter Tony iniciando no comando de ataque, no lugar de Edu.
A chegada de Alex Sandro, que só deverá estrear em fevereiro por causa da janela de transferências internacionais, cria mais uma opção pelos lados, ainda mais se o Brusque perder Garcez, que tem tudo para ser emprestado para o exterior.
A minha análise da forma como a diretoria agiu no mercado para o início da temporada 2022 é extremamente positiva. O clube ganhou pontos no futebol nacional, abriu portas para boas oportunidades e vem aproveitando bem. É um time que entra no Catarinense com total condição de brigar para o bicampeonato estadual, e ainda com a promessa de reforços estratégicos para a Série B. Agora cabe ao treinador fazer o time funcionar.
NOTAS
Alagoano
Thiago Alagoano deixou o Brusque com todas as homenagens possíveis até pela história que deixou no clube, mas a sua saída era esperada. O aumento de salário em março, quando apareceu a proposta do Goiás, fez o fardo ser pesado para o Bruscão. Para complicar, segundo o presidente Danilo Rezini, o jogador pediu um aumento para o campeonato Estadual, torneio que notadamente é deficitário. Com proposta na mão da Inter de Limeira, ele nem pensou duas vezes para ir para São Paulo, onde o campeonato estadual paga bem mais.
Estádio
O Brusque, junto com a prefeitura e o Sesi, já tem um entendimento sobre o caminho das pedras a ser seguido para a compra da área do Centro Esportivo na rodovia Antônio Heil. O Sesi terá que promover um leilão da área para validar o negócio, e isso leva certo tempo. Aliás, tempo é o que o Brusque não tem: há uma burocracia a ser seguida, e claro, dinheiro a ser levantado para fechar o negócio, a três meses do início da próxima Série B. É muito complicado pensar que vai dar certo a tempo do próximo Brasileirão. É mais fácil o Brusque negociar alguma permissão no regulamento para jogar no Augusto Bauer, ou já começar a conversar com o pessoal de Florianópolis ou Joinville. O tempo neste momento é inimigo.
Deficitário
O Campeonato Catarinense de 2022 será marcado como aquele que menos vai trazer dinheiro para os clubes nos últimos anos. A explicação é simples: o contrato com a TV aberta não envolve pagamento de direitos, e sim uma parceria na possível venda de cotas de patrocínio, o que segundo o diretor financeiro do Brusque, Rogério Lana, “mal e mal vai dar pra pagar a arbitragem”. Além do mais, tudo o que for arrecadado em placas e outras promoções terá que ser dividido entre 12 clubes. É muita gente pra pouco bolo.