A delicada situação do ataque do Brusque
Com 68% de posse de bola durante todo o jogo e apenas três finalizações certas contra o Ceará, e se somarmos a apenas um lance de real perigo nos dois jogos contra a Chapecoense, é possível dizer com tranquilidade que o alerta vermelho soa forte no Brusque, no que diz respeito ao seu ataque. Por […]
Com 68% de posse de bola durante todo o jogo e apenas três finalizações certas contra o Ceará, e se somarmos a apenas um lance de real perigo nos dois jogos contra a Chapecoense, é possível dizer com tranquilidade que o alerta vermelho soa forte no Brusque, no que diz respeito ao seu ataque.
Por mais que o técnico Jerson Testoni diga que o time está bem (falou em 13 finalizações contra o Ceará, mas só 3 realmente foram para o gol), o torcedor que acompanhou as últimas três partidas ficou preocupado.
A receita é parecida. O time ronda a área do adversário, vira a bola, cruza, tenta por baixo e o time não faz. Na decisão contra a Chape, foi um festival de chuveirinho que a zaga do campeão catarinense afastava com facilidade.
Não imaginava que a falta de Edu fosse tão grave. O treinador já tentou de tudo e não consegue encontrar uma equação que faça aquele ataque de antes funcionar contra equipes um pouco mais qualificadas.
Eu considero que o Brusque vá conseguir classificar para a próxima fase da Série C, e lá não vai ter espaço para “bola pra lá, bola pra cá”. Em fase decisiva, o time deverá estar na ponta dos cascos. Vamos aos números: o clube tem doze atacantes no seu plantel. Desses, dois (Edu e Fio) estão lesionados.
É impossível que, entre os dez que sobram, não haja uma combinação que minimamente funcione em bolas na área. Se realmente não funciona, então está na hora da diretoria se mexer e reavaliar o elenco. É possível separar cinco ou seis nomes, pelo menos, emprestá-los a algum time da Série B do Catarinense e aproveitar a brecha na folha para resolver esse problema. A Série A2 do Paulista está encerrando e vai ter gente boa disponível.
É necessário ter prudência para analisar o momento do Brusque: dos cinco primeiros times do Grupo B, o Brusque enfrentou apenas o Ypiranga, que entrou em campo na primeira rodada com vários desfalques. Volta Redonda, Criciúma e Londrina ainda não jogaram contra o time.
A falta de um centroavante é crítica. É necessária uma análise da situação, e não só na frente, bem como nas transições defensivas do time que deixam a desejar.
Não é permitido relevar a vitória do Ceará por ter sido para time de Série A: na pior das hipóteses, era um jogo para zero a zero e confronto aberto na volta: foram dois gols oriundos de falhas grandes da defesa do Brusque: no primeiro, Zé Carlos tinha a opção de Ianson aberto pela direita, foi fazer ligação direta e deu o contra-ataque ao Vozão com a defesa descoberta.
No segundo, cedeu um contra-ataque em jogada de escanteio onde o time não teve cobertura atrás, permitindo que Vina fosse sozinho para o campo de ataque. Sem Thiago Alagoano, suspenso por causa de um cartão amarelo tomado por reclamação, o time vai a Fortaleza ainda mais enfraquecido.
Agora é focar na Série C, reavaliar o elenco e trazer gente para o ataque, já que os disponíveis não resolvem enquanto Edu está no Departamento Médico. Os números estão falando por si.
Gramado
Reformado no início do ano, com um grande tempo de pandemia para que acontecesse uma boa adaptação, o gramado do Augusto Bauer não está bom. Ouvimos muitas reclamações, e dá pra ver a olho nu que o campo está muito seco e irregular. É necessário ver o que está errado. Um campo novo como esse deveria estar um tapete.
Festa
Aglomerações à parte, a torcida do Brusque foi para as ruas para trazer um colorido especial e um clima de decisão, na medida do possível. A imagem do “corredor” formado na Avenida Lauro Muller é daquelas que vão para a história. Pena que o público não estava lá dentro do estádio para ajudar. E pena que, pelo menos, ficaremos nessa situação até o final do ano.
Copinha
Matéria do “Município” recentemente apontou que a diretoria do Brusque estuda se vai jogar ou não a Copa Santa Catarina, competição que dá ao campeão uma vaga na Copa do Brasil de 2021, vaga essa que o clube já tem por ser o vice-campeão estadual. Penso ser uma perda de tempo: em épocas de calendário apertado, não cabe ao Bruscão jogar a Copa Santa Catarina. O motivo é simples: o time não precisa disputar. Foco na Série C e aproveitar o tempo disponível para descansar. É bom evitar uma maratona de jogos no verão, ainda mais no meio de uma possível segunda fase do Campeonato Brasileiro.