Dificuldades para o resto da temporada
Dificuldades para o resto da temporada
- Por Rodrigo Santos
- 25/09/2020
- 12:00
O Brusque tomou 5 a 1 do Ceará em uma partida que começou bem, e sai da Copa do Brasil deixando algumas preocupações, mais dois jogadores lesionados pra conta e um recado bem claro, que aliás já vem do Estadual: o time titular é uma coisa, mas as opções de banco não conseguem fazer com que o time se mantenha em alto nível.
É bom ressaltar uma coisa: tá certo que o Ceará é adversário é de Série A, mas em hipótese nenhuma o Brusque tem time a ponto de tomar sete gols em duas partidas. O argumento não cola. São dez gols sofridos nos últimos cinco jogos. É demais.
Sem Thiago Alagoano que estava suspenso, o Brusque apresentou uma alternativa até interessante, com Garcez, Itinga, Marco Antônio e Alex Sandro. O time tabelou mais, acelerou mais o jogo e criou mais oportunidades. Numa dessas jogadas, saiu o pênalti que originou o 1 a 0.
A partir daí, só problema: Everton Alemão, o melhor zagueiro do time, saiu lesionado. Com Ianson já fora por lesão, a defesa ficou com Cleyton e Claudinho. Depois, Marco Antonio também saiu machucado. Veio Eliomar, um meia que teve bons momentos em Brusque, mas que infelizmente não consegue reencontrar a qualidade de outros tempos. O que aconteceu? O Ceará se aproveitou muito bem.
Veio o segundo tempo, com 1 a 1 no placar, e o Ceará deitou em cima da dupla de zaga do Brusque, que batia cabeça direto e que comprovou pra mim que tem dificuldades pra jogar em alto nível. A diferença começava a aumentar, até porque o Brusque não tinha mais o que oferecer, e a defesa reserva cansou de errar. Nisso eu tenho que dar um desconto pro técnico Jerson Testoni: sem Edu, Alagoano e Ianson, e olhando pro banco, não tem muito o que fazer. Aí bateu o desânimo e até Airton fez gol contra.
Muita gente usa hoje o discurso do “Valeu!”, mas tem que tomar cuidado pra não passar pano. A queda na Copa do Brasil foi tardia, o clube garantiu um excelente pé de meia, e já está na competição do ano que vem graças ao vice-campeonato estadual.
Time vai bem na Série C e terá uma sequencia pela frente com nível de exigência maior e, se classificar, vai ter que jogar muito mais. Tem que avaliar todo o plantel. Facilmente, dá pra fazer uma lista de pelo menos seis jogadores que podem ser emprestados. Tem problemas seríssimos de reposição na defesa e ataque e, infelizmente, Eliomar não consegue ser uma opção a altura para disputar posição com Thiago Alagoano. No meio-campo, são necessários pelo menos dois reforços.
A temporada segue e domingo tem jogo no Rio. Não dá pra só lamentar a derrota, tem que avaliar. Muita gente que recebeu oportunidade não correspondeu, e diante dos problemas de lesões, o treinador ganhou um problemão, pois me parece não conseguir tirar mais do plantel atual. Mesmo com os bons resultados na Série C, e sem dar espetáculo, a exigência só vai aumentar daqui pra frente.
Tabu
O Brusque não tomava cinco gols em uma partida há mais de nove anos: em 2011, o time então treinado por Paulo Turra (de passagem curta pelo clube) tomou 5 a 2 do Figueirense no Orlando Scarpelli.
Voltaço
O próximo jogo do Brusque na Série C é contra um time que faz boa temporada: o Volta Redonda foi bem no campeonato carioca e teve um bom início no Brasileirão. Nesta semana, uma notícia que pode ser considerada boa para os adversários: o Voltaço vendeu o atacante Saulo, um dos destaques do time, para o Ceará.
Terceirona
O Carlos Renaux vai participar, na semana que vem, de uma reunião na sede da Federação Catarinense de Futebol que vai tratar da Série C do Catarinense que, a princípio, vai iniciar no mês de dezembro, dando três vagas para a segundona de 2021. Fica aqui como sugestão que, numa dessa, o Brusque possa emprestar alguns dos seus atletas sob contrato para o tricolor. Pode dar ritmo de jogo para jogadores não utilizados e ainda fazer um marketing positivo, consolidando a parceria que existe entre os dois clubes.