Lucas Gabriel Cardoso/Brusque FC

O título que consolidou a “virada” do Bruscão

Com um empate sofrido no Augusto Bauer, o Brusque garantiu o bicampeonato catarinense, confirmando um novo momento na sua história. Desde o título da Série D em 2019 e o acesso para a Série B em 2020, o clube passou por algumas provações que forçaram um grande aprendizado, dentro e fora de campo. No cenário […]

Com um empate sofrido no Augusto Bauer, o Brusque garantiu o bicampeonato catarinense, confirmando um novo momento na sua história. Desde o título da Série D em 2019 e o acesso para a Série B em 2020, o clube passou por algumas provações que forçaram um grande aprendizado, dentro e fora de campo.

No cenário local, o time precisava desta conquista, depois de bater na trave duas vezes: em 2020, foi derrotado pela Chapecoense em uma final que aconteceu seis meses depois do final da primeira fase por causa da pandemia. Nesse meio-tempo, Edu lesionou o joelho e o time foi presa fácil. No ano passado, um erro crasso do então treinador entregou uma classificação muito provável contra o Avaí. Tudo foi aprendizado. Era a hora do Brusque levar essa.

E quando falo em aprendizado, não é só no cenário estadual. Na Série B, o clube se tocou que precisaria não só qualificar, bem como quantificar o elenco. Não dá pra enfrentar o Brasileiro só com quatro zagueiros, nem com poucos volantes, muito menos atacantes. Para esse ano, já tem muito mais opções e mais gente chegando, formando um time mais “cascudo”.

Tem mais: o clube historicamente tinha deixado de lado as divisões de base. Dessa vez, temos um outro cenário: o Brusque tem em Roberto Zen um diretor da área, com o ex-volante Miguel como coordenador, uma estrutura própria e captação de projeto de mais de R$ 3 milhões para tocar as atividades.

E aí começou a temporada 2022 com o clube indo bem no mercado: Wallace, se não arrumou, deu uma grande incrementada numa zaga que foi uma das piores da Série B e um deus nos acuda na bola aérea. Luiz Antonio chegou com salário alto e fez, com Rodolfo e Zé Mateus, um meio consistente. Diego Jardel veio a um custo muito baixo para os padrões como oportunidade para uma retomada no futebol. Deu certo. E ainda tem Fernandinho e Alex Sandro, o artilheiro do campeonato.

As contratações fizeram efeito, com sobra de caixa para trazer mais “seis a oito” reforços para a Série B. Definitivamente, o time vai bem mais preparado para a maratona que começa hoje, com dinheiro em caixa e contas em dia.

O título estadual do Brusque não veio por acaso. É um time que aprendeu “apanhando”, mas que agora vai tomando um rumo certo. O novo estádio é questão de tempo: o prefeito Ari Vequi conversou conosco na Rádio Cidade e disse que a parte burocrática para que o leilão da área do Sesi aconteça está praticamente concluída, e que logo o processo acontecerá, já tendo a Havan como certeza de participação. É um projeto que ganha consistência ano a ano e que vai rendendo seus frutos. Nesse processo, a taça de Campeão Catarinense 2022 terá um lugar especial.

Guarani

O primeiro adversário do Brusque na Série B é uma pedreira. O Bugre fez boa campanha no campeonato paulista e tem dois jogadores de nível de Série A: o meia Giovani Augusto e o atacante Lucão do Break. As primeiras rodadas servem muito bem como “termômetro” para ver o nível de cada time. O Brusque vai ter uma certa dificuldade pra ajustar o time com os muitos reforços. O técnico Waguinho Dias afirmou que o espaço de 11 dias entre a partida do Cruzeiro, na próxima terça, para o jogo contra o Sampaio, dia 23, vai ser importantíssimo para descansar atletas desgastados e treinar o time com mais tranquilidade.

Estádio

Quem passa no Augusto Bauer já percebe que as obras estão a todo o vapor para cumprir as exigências da CBF e liberar o local para a Série B. O prazo é o jogo contra o CSA, pela quarta rodada, que é só no dia 26. Uma nova entrada para ambulâncias já foi aberta, e os vestiários passam por uma geral. Nos próximos dias acontecerá a instalação da nova arquibancada que ficará atrás do gol de entrada do Gigantinho.

Vôlei

Uma vitória sensacional por 3 a 0 dentro do Ginásio Galegão colocou o Moda Brusque Vôlei na Superliga A Feminina da próxima temporada, em um ano onde a meta era bem mais modesta, a da permanência. A ida para a final tem que ser muito comemorada, mas o acesso confirmado traz uma grande responsabilidade: é necessário comprovar um investimento alto na montagem do time para que a CBV aceite a participação na elite. Por outro lado, a Arena Brusque também precisa de cuidados, com o histórico problema das goteiras e a quadra, que está com a pintura descascada.