Página virada e foco no Vila Nova
O Brusque foi presa fácil para o Botafogo na quarta-feira. Poderia ter ido para o intervalo com o placar resolvido, mas tomou só um gol. Na segunda etapa o time não jogou rigorosamente nada, assistiu o adversário jogar e tomou mais dois. O técnico Waguinho Dias tratou de contemporizar, dizendo que o campeonato do Brusque não passa pelo Botafogo. Só que o time carioca perdeu em Brusque no primeiro turno.
Cada vez mais tenho a impressão de que o Brusque precisa escorar suas esperanças em terminar o campeonato fora da zona de rebaixamento nos jogos em casa, onde o gramado ruim deixa o jogo mais feio, e cria mais dificuldades para o adversário. O time terá dois jogos seguidos no Augusto Bauer pela frente: contra o Vila Nova, no domingo, e o Náutico, no feriado de finados. Com duas vitórias, o Brusque irã para o Sprint final dependendo apenas de um triunfo para ter um feliz ano novo.
Waguinho mudou o time. Claudinho e Luizão são os novos zagueiros titulares por merecimento. Foram bem contra o Remo. Por mais que o treinador diga que não gosta de mudar o time por atacado para “não perder o vestiário”, é um momento que não dá pra ficar segurando mudanças. Se a decisão de mudar a zaga foi correta, vejo no ataque uma situação que ainda precisa ser resolvida. Não vejo em Garcez o companheiro ideal de ataque para Edu. Ele foi anulado pela defesa do Botafogo. Além do mais, Jhon Cley, que vem sendo a referência do time sob o comando do novo técnico (e que, curiosamente, mal era usado por Jerson Testoni), fez um jogaço contra o Remo e foi bem aquém no Engenhão. É o momento de se exigir o máximo.
O jogo contra o Botafogo passou. Foco nos dois jogos fora de casa e vale uma secadinha nos adversários, principalmente o Operário e o Londrina, que estão muito longe de serem times confiáveis. Uma vitória no domingo deve fazer a distância para o Z4 aumentar, já que dificilmente o Operário vai aprontar para cima do CSA em Maceió. O time que vai se manter na Série B é o do jogo com o Remo, e não o rascunho que tomou três do Botafogo. Waguinho Dias tem uma característica motivadora, e não gosta de expor muito os problemas do seu time. Pois bem, então que eles sejam resolvidos para domingo.
Estádio
Deu o que falar a divulgação de um áudio do presidente do Brusque, Danilo Rezini, criticando o Carlos Renaux pelo estado do gramado do Estádio Augusto Bauer. Temos aqui um caso bem complexo: o Vovô, dono do estádio, argumenta que a colocação do novo gramado, no início do ano passado, teve falhas técnicas no projeto de drenagem e no material usado. Já o Brusque diz que o contrato de aluguel do estádio prevê que o Renaux deveria contratar os serviços de uma empresa de consultoria de Curitiba especializada em gramados. O que vai dar nisso eu não sei, mas hoje o Augusto Bauer tem o pior gramado da Série B, com menos de dois anos de uso. Deve haver uma forma de consertar o estrago: quando chove, o campo vira um lamaçal, e quando o tempo está bom, ele fica duro demais. Uma reunião entre as duas diretorias aconteceu na quarta para tentar se chegar a um entendimento.
VAR
De cada 10 assuntos de futebol discutidos na última semana, pelo menos metade deles diziam respeito ao árbitro de vídeo e suas decisões polêmicas. Quem é beneficiado fica satisfeito, e quem tem decisão contrária tem vontade de quebrar tudo. A CBF, em reunião na última semana, tomou decisão polêmica: vai liberar o chamado “VAR Light”, que consiste em auxiliar a arbitragem com menos câmeras no campo. Enquanto os jogos da Série B em média trabalham com sete equipamentos no estádio, tem jogo da Série D com quatro, não dando muito recurso para quem analisa as jogadas. Isso vai dar pano pra manga.